O ambiente vivido antes da grande guerra: rivalidade económica e nacionalismos
No início do século XX, a Europa era um continente dividido e marcado por inúmeras rivalidades.
Um dos principais motivos era a disputa das colónias.
Em cada um dos principais países havia cenários diferentes:
Grã-Bretanha - era detentora de um grande império colonial e possuía um regime parlamentar apoiado por uma burguesia industrial extremamente poderosa e influente;
França - mantinha uma enorme rivalidade com a Alemanha, que nascera com a guerra Franco-prussiana em 1870/71.
Deste conflito resultou a vitória alemã e a perda da província da Alsácia-Lorena, uma importante fonte de matérias-primas industriais como carvão ou o ferro;
Alemanha - era a maior rival da Grã-Bretanha em termos económicos.
Detinham também um grande poder industrial e financeiro. Neste país havia um profundo movimento nacionalista que defendia uma vida militar assente no expansionismo do estado germânico; Austria-Húngria - a força do império Austro-húngaro assentava na organização e disciplina do seu exército, dominados por um monarca com um poder absoluto, o Imperador Francisco José; Balcãs - tornaram-se um autêntico barril de pólvora devido ao clima de tensão em que se vivia.
Em 1908 a Áustria-Hungria conquistou a Bósnia-Herzegovina que pretendia seguir a sua política expansionista procurando garantir a submissão da Sérvia;
Rússia - dominada pelo regime autoritário do czar Nicolau II, mantinha uma enorme rivalidade com a Áustria-Hungria pela posse da península Balcânica.
A política das alianças
O clima de rivalidade económica no continente europeu conduziu a uma corrida ao armamento por parte das grandes potências.
A ameaça de confrontos levou à constituição de alianças militares, através das quais os países se comprometiam a auxiliar-se reciprocamente em caso de ataque inimigo.
Assim, em 1882 foi formada a Tríplice Aliança, assinada pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália.
Em 1907, formou-se a Tríplice Entente, constituída pela França, Grã-Bretanha e Rússia.
A Tríplice Aliança (a verde) e a Tríplice Entente (a cor-de-rosa) eram, assim, duas alianças militares e políticas opostas.
Esta política de alianças manteve uma relativa estabilidade no equilibro europeu, mas não evitou a corrida aos armamentos.
Vivia-se nesta época um clima de paz armada, pois qualquer incidente poderia comprometer esse frágil equilibrado.
O início da grande guerra: atentado de Sarajevo
No dia 28 de Junho de 1914, ocorreu um incidente que despoletou a I Guerra Mundial: o atentado de Sarajevo. Gavril Princip era um estudante, de nacionalidade sérvia e destacado dirigente de uma sociedade secreta de cariz nacionalista intitulada “MÃO NEGRA”, cujo principal objectivo era lutar contra a soberania austro-húngara. O arquiduque Francisco Fernando era o príncipe herdeiro da coroa austro-húngara. Juntamente com a sua esposa foi assassinado á queima-roupa por Gravil Princip em plena via publica após ter assistido a uma sessão solene no edifício Sarajevo. O imperador Austro-húngaro, Francisco José, não se conformou com a perda do seu herdeiro, exigiu explicações ao governo Sérvio, pois os seus conselheiros desconfiavam dos serviços secretos da Sérvia no atentado de 23 de Julho de 1914. Preocupados com o atraso da formalização da acusação a Gavril Princip, a Áustria-Hungria fez um ultimato à Sérvia, exigindo chamar a si as responsabilidades pela condução do inquérito do atentado.
Perante a recusa da Sérvia, no dia 28 de Julho a Áustria-Hungria declarou-lhe guerra.
Dois dias depois, a Rússia, tradicional aliada da Sérvia entra em acção e declarou guerra à Áustria-Hungria.
Nos dois dias seguintes foram formadas as alianças militares sucedendo-se as declarações de guerra.
Em Agosto de 1914, a Alemanha movimentou-se e invadiu a Bélgica e posteriormente a França.
Iniciava-se assim a 1ª Guerra Mundial.
O primeiro conflito mundial
Os países inicialmente envolvidos na guerra pensaram que esta iria ser curta:
os Aliados (países da Tríplice Entente) contavam com a superioridade numérica dos seus efectivos;
as Potências Centrais (Tríplice Aliança) confiavam na superioridade técnica do seu armamento.
Numa primeira fase, os dois blocos confrontaram-se em três frentes:
a frente ocidental, do Mar do Norte até à Suíça;
a frente balcânica, do Mar Adriático ao Império Otomano (actual Turquia);
a frente leste, que se estendia do Mar Báltico até ao Mar Negro.
A I Grande Guerra prolongou-se de 1914 até 1918, arrastando consigo 8 milhões de mortos e muita devastação.
Dividiu-se em várias fases.
Primeira fase: Guerra dos Movimentos (1914-1915)
Após as declarações de guerra da Alemanha à Rússia e a França a 1 e 3 de Agosto de 1914 respectivamente, a mobilização dos soldados alemães foi feita na presunção de que o conflito seria breve.
O plano de ataque alemão baseou-se numa estratégia de ataque - surpresa com a intenção de invadir a França, passando primeiro pelo Luxemburgo e pela Bélgica.
Foi uma «Guerra-Relâmpago»: Os alemães avançaram fortemente na frente ocidental e a 6 de Setembro encontravam-se já a 60 Km de Paris.
É então que se dá a Batalha do Marne, em que as tropas francesas lideradas pelo general Joffre conseguiram travar o avanço em massa dos Alemães, obrigando-os a recuar.
Segunda fase: Guerra das Trincheiras (1915-1917)
Para conservar as regiões ocupadas nas mais diversas frentes, os exércitos abriram trincheiras: longas valas rodeadas por arame farpado onde os soldados se protegiam.
Esta nova fase era marcada por condições muito duras: os soldados tinham que viver rodeados por más condições de higiene, ratos, lama, chuva e frio.
Frequentemente, estavam sujeitos a ataques de artilharia e de gases asfixiantes.
A guerra das trincheiras prolongar-se-ia até 1917.
Ao longo deste período, os avanços foram pouco significativos, mas travaram-se combates devastadores como a Batalha de Verdun em 1916 que resultou em 600 mil mortos.
Armas e outras tecnologias utilizadas Durante a 1ª Guerra Mundial foram utilizados pela primeira vez novos tipos de transportes e de armas.
Quanto aos transportes, foram utilizados os tanques, os submarinos, os aviões e automóveis para o transporte dos soldados.
Quanto às armas, foram utilizadas as metralhadoras, os canhões, gases asfixiantes (os quais podiam ser evitados através das máscaras de gás) e alguns novos explosivos.
Também foram utilizados alguns novos aparelhos úteis, tais como o telégrafo e o telefone, os quais serviam para a comunicação dos soldados.
Os diferentes sectores foram desenvolvidos para ajudar nas inúmeras despesas militares e, além disso, foram usadas algumas línguas globais para facilitar a comunicação entre os países aliados.
A terceira fase: a entrada dos EUA
Depois de uma fase de impasse, entramos na fase final da guerra. Esta fase ficou marcada pela entrada dos Estados Unidos e pela saída da Rússia.
No início do conflito os E.U.A. forneciam ao exército aliado, armamento, munições e alimento.
Contudo a 6 de Abril de 1917 após o ataque de submarinos Alemães a navios Americanos, os E.U.A declararam guerra à Alemanha.
A entrada do EUA no conflito, trouxe uma nova motivação aos soldados aliados e contribuiu para desequilíbrios nas forças no campo da batalha devido ao grande poder financeiro e militar dos Americanos.
Portugal na I Guerra Mundial
A I Guerra Mundial trouxe consequências nefastas para o nosso país, fazendo desacreditar o regime republicano.
Estas fizeram-se logo sentir no início da Guerra, a moeda saiu de circulação e houve uma grande subida de preços.
Como se não bastasse, Portugal via-se obrigado a participar na I Guerra Mundial, não só pela velha Aliança com a Inglaterra mas também para defender as suas colónias que começavam a ser atacadas pela Alemanha.
A participação na Guerra traria consequências irreversíveis para o nosso país, e disso ninguém tinha dúvidas, mas era também importante ficar ao lado da Inglaterra nas decisões pós-guerra, para poder preservar as suas colónias.
A incursão de Portugal na Guerra ocorre em Fevereiro de 1916 em que Portugal apodera-se dos navios alemães presentes nos seus portos.
O nosso país junta-se aos aliados e em Janeiro de 1917, milhares de soldados são enviados para a frente francesa.
A 9 de Abril de 1918, em La Lys, os militares portugueses vêm-se esgotados e sem apoio frente a oito divisões alemães, o insucesso era óbvio e milhares de militares foram mortos ou feitos prisioneiros.
A Guerra termina e o Tratado de Paz fora assinado e Portugal permaneceria com a posse das suas colónias africanas, mas os danos provocados pela Guerra tinham sido irreparáveis.
Agravara-se a situação económica, e isso levaria a uma maior agitação social, devido ao número de mortos, á falta de alimentos, à repressão de liberdades e ao ressurgimento de algumas ideologias monárquicas.
O fim da guerra
A 11 de Novembro de 1918, é assinado o Armistício: a Alemanha rende-se.
Em Junho de 1919, é assinado o Tratado de Versalhes onde se traça um novo mapa político.
Terminada a guerra, convocou-se para Janeiro de 1919, em Paris, uma conferência de paz com o objectivo de celebrar acordos e tratados com os países vencidos.
O mais importante dos Tratados de Paz foi o Tratado de Versalhes, assinado no Palácio de Versalhes a 28 de Julho de 1919 e imposta aos países derrotados.
A Alemanha foi obrigada a assinar este tratado e a aceitar cláusulas humilhantes, nomeadamente a redução das suas forças armadas a um pequeno exército defensivo, abandono de todas as suas colónias a favor dos Aliados, a restituição de Alsácia-Lorena à França e o pagamento de pesadas indemnizações de guerra.
De Versalhes resultou também a elaboração de um novo mapa político europeu. O Império Austro-húngaro foi desmembrado dando lugar ao aparecimento da Checoslováquia, da Hungria e da Polónia, saíram outros novos estados como a Jugoslávia, a Finlândia, a Letónia, a Lituânia e a Estónia.
Politicamente assistiu-se a um regime de democracia parlamentar - sistema político em que o Parlamento, assembleia legislativa, onde se encontram representados as várias facções políticas, é o órgão principal.
O governo assume perante o parlamento as suas responsabilidades. Da assinatura do tratado de Versalhes, para além do novo mapa político, determinou-se também a criação da Sociedade das Nações (SDN), com sede em Genebra.
Dela faziam parte, inicialmente, os 32 países vencedores da guerra e os 13 neutrais.
Este organismo internacional propunha-se a:
assegurar a paz, resolvendo conflitos entre os Estados-membros através do diálogo e da diplomacia;
promover a cooperação económica e cultural entre as nações.
No início do século XX, a Europa era um continente dividido e marcado por inúmeras rivalidades.
Um dos principais motivos era a disputa das colónias.
Em cada um dos principais países havia cenários diferentes:
Grã-Bretanha - era detentora de um grande império colonial e possuía um regime parlamentar apoiado por uma burguesia industrial extremamente poderosa e influente;
França - mantinha uma enorme rivalidade com a Alemanha, que nascera com a guerra Franco-prussiana em 1870/71.
Deste conflito resultou a vitória alemã e a perda da província da Alsácia-Lorena, uma importante fonte de matérias-primas industriais como carvão ou o ferro;
Alemanha - era a maior rival da Grã-Bretanha em termos económicos.
Detinham também um grande poder industrial e financeiro. Neste país havia um profundo movimento nacionalista que defendia uma vida militar assente no expansionismo do estado germânico; Austria-Húngria - a força do império Austro-húngaro assentava na organização e disciplina do seu exército, dominados por um monarca com um poder absoluto, o Imperador Francisco José; Balcãs - tornaram-se um autêntico barril de pólvora devido ao clima de tensão em que se vivia.
Em 1908 a Áustria-Hungria conquistou a Bósnia-Herzegovina que pretendia seguir a sua política expansionista procurando garantir a submissão da Sérvia;
Rússia - dominada pelo regime autoritário do czar Nicolau II, mantinha uma enorme rivalidade com a Áustria-Hungria pela posse da península Balcânica.
A política das alianças
O clima de rivalidade económica no continente europeu conduziu a uma corrida ao armamento por parte das grandes potências.
A ameaça de confrontos levou à constituição de alianças militares, através das quais os países se comprometiam a auxiliar-se reciprocamente em caso de ataque inimigo.
Assim, em 1882 foi formada a Tríplice Aliança, assinada pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália.
Em 1907, formou-se a Tríplice Entente, constituída pela França, Grã-Bretanha e Rússia.
A Tríplice Aliança (a verde) e a Tríplice Entente (a cor-de-rosa) eram, assim, duas alianças militares e políticas opostas.
Esta política de alianças manteve uma relativa estabilidade no equilibro europeu, mas não evitou a corrida aos armamentos.
Vivia-se nesta época um clima de paz armada, pois qualquer incidente poderia comprometer esse frágil equilibrado.
O início da grande guerra: atentado de Sarajevo
No dia 28 de Junho de 1914, ocorreu um incidente que despoletou a I Guerra Mundial: o atentado de Sarajevo. Gavril Princip era um estudante, de nacionalidade sérvia e destacado dirigente de uma sociedade secreta de cariz nacionalista intitulada “MÃO NEGRA”, cujo principal objectivo era lutar contra a soberania austro-húngara. O arquiduque Francisco Fernando era o príncipe herdeiro da coroa austro-húngara. Juntamente com a sua esposa foi assassinado á queima-roupa por Gravil Princip em plena via publica após ter assistido a uma sessão solene no edifício Sarajevo. O imperador Austro-húngaro, Francisco José, não se conformou com a perda do seu herdeiro, exigiu explicações ao governo Sérvio, pois os seus conselheiros desconfiavam dos serviços secretos da Sérvia no atentado de 23 de Julho de 1914. Preocupados com o atraso da formalização da acusação a Gavril Princip, a Áustria-Hungria fez um ultimato à Sérvia, exigindo chamar a si as responsabilidades pela condução do inquérito do atentado.
Perante a recusa da Sérvia, no dia 28 de Julho a Áustria-Hungria declarou-lhe guerra.
Dois dias depois, a Rússia, tradicional aliada da Sérvia entra em acção e declarou guerra à Áustria-Hungria.
Nos dois dias seguintes foram formadas as alianças militares sucedendo-se as declarações de guerra.
Em Agosto de 1914, a Alemanha movimentou-se e invadiu a Bélgica e posteriormente a França.
Iniciava-se assim a 1ª Guerra Mundial.
O primeiro conflito mundial
Os países inicialmente envolvidos na guerra pensaram que esta iria ser curta:
os Aliados (países da Tríplice Entente) contavam com a superioridade numérica dos seus efectivos;
as Potências Centrais (Tríplice Aliança) confiavam na superioridade técnica do seu armamento.
Numa primeira fase, os dois blocos confrontaram-se em três frentes:
a frente ocidental, do Mar do Norte até à Suíça;
a frente balcânica, do Mar Adriático ao Império Otomano (actual Turquia);
a frente leste, que se estendia do Mar Báltico até ao Mar Negro.
A I Grande Guerra prolongou-se de 1914 até 1918, arrastando consigo 8 milhões de mortos e muita devastação.
Dividiu-se em várias fases.
Primeira fase: Guerra dos Movimentos (1914-1915)
Após as declarações de guerra da Alemanha à Rússia e a França a 1 e 3 de Agosto de 1914 respectivamente, a mobilização dos soldados alemães foi feita na presunção de que o conflito seria breve.
O plano de ataque alemão baseou-se numa estratégia de ataque - surpresa com a intenção de invadir a França, passando primeiro pelo Luxemburgo e pela Bélgica.
Foi uma «Guerra-Relâmpago»: Os alemães avançaram fortemente na frente ocidental e a 6 de Setembro encontravam-se já a 60 Km de Paris.
É então que se dá a Batalha do Marne, em que as tropas francesas lideradas pelo general Joffre conseguiram travar o avanço em massa dos Alemães, obrigando-os a recuar.
Segunda fase: Guerra das Trincheiras (1915-1917)
Para conservar as regiões ocupadas nas mais diversas frentes, os exércitos abriram trincheiras: longas valas rodeadas por arame farpado onde os soldados se protegiam.
Esta nova fase era marcada por condições muito duras: os soldados tinham que viver rodeados por más condições de higiene, ratos, lama, chuva e frio.
Frequentemente, estavam sujeitos a ataques de artilharia e de gases asfixiantes.
A guerra das trincheiras prolongar-se-ia até 1917.
Ao longo deste período, os avanços foram pouco significativos, mas travaram-se combates devastadores como a Batalha de Verdun em 1916 que resultou em 600 mil mortos.
Armas e outras tecnologias utilizadas Durante a 1ª Guerra Mundial foram utilizados pela primeira vez novos tipos de transportes e de armas.
Quanto aos transportes, foram utilizados os tanques, os submarinos, os aviões e automóveis para o transporte dos soldados.
Quanto às armas, foram utilizadas as metralhadoras, os canhões, gases asfixiantes (os quais podiam ser evitados através das máscaras de gás) e alguns novos explosivos.
Também foram utilizados alguns novos aparelhos úteis, tais como o telégrafo e o telefone, os quais serviam para a comunicação dos soldados.
Os diferentes sectores foram desenvolvidos para ajudar nas inúmeras despesas militares e, além disso, foram usadas algumas línguas globais para facilitar a comunicação entre os países aliados.
A terceira fase: a entrada dos EUA
Depois de uma fase de impasse, entramos na fase final da guerra. Esta fase ficou marcada pela entrada dos Estados Unidos e pela saída da Rússia.
No início do conflito os E.U.A. forneciam ao exército aliado, armamento, munições e alimento.
Contudo a 6 de Abril de 1917 após o ataque de submarinos Alemães a navios Americanos, os E.U.A declararam guerra à Alemanha.
A entrada do EUA no conflito, trouxe uma nova motivação aos soldados aliados e contribuiu para desequilíbrios nas forças no campo da batalha devido ao grande poder financeiro e militar dos Americanos.
Portugal na I Guerra Mundial
A I Guerra Mundial trouxe consequências nefastas para o nosso país, fazendo desacreditar o regime republicano.
Estas fizeram-se logo sentir no início da Guerra, a moeda saiu de circulação e houve uma grande subida de preços.
Como se não bastasse, Portugal via-se obrigado a participar na I Guerra Mundial, não só pela velha Aliança com a Inglaterra mas também para defender as suas colónias que começavam a ser atacadas pela Alemanha.
A participação na Guerra traria consequências irreversíveis para o nosso país, e disso ninguém tinha dúvidas, mas era também importante ficar ao lado da Inglaterra nas decisões pós-guerra, para poder preservar as suas colónias.
A incursão de Portugal na Guerra ocorre em Fevereiro de 1916 em que Portugal apodera-se dos navios alemães presentes nos seus portos.
O nosso país junta-se aos aliados e em Janeiro de 1917, milhares de soldados são enviados para a frente francesa.
A 9 de Abril de 1918, em La Lys, os militares portugueses vêm-se esgotados e sem apoio frente a oito divisões alemães, o insucesso era óbvio e milhares de militares foram mortos ou feitos prisioneiros.
A Guerra termina e o Tratado de Paz fora assinado e Portugal permaneceria com a posse das suas colónias africanas, mas os danos provocados pela Guerra tinham sido irreparáveis.
Agravara-se a situação económica, e isso levaria a uma maior agitação social, devido ao número de mortos, á falta de alimentos, à repressão de liberdades e ao ressurgimento de algumas ideologias monárquicas.
O fim da guerra
A 11 de Novembro de 1918, é assinado o Armistício: a Alemanha rende-se.
Em Junho de 1919, é assinado o Tratado de Versalhes onde se traça um novo mapa político.
Terminada a guerra, convocou-se para Janeiro de 1919, em Paris, uma conferência de paz com o objectivo de celebrar acordos e tratados com os países vencidos.
O mais importante dos Tratados de Paz foi o Tratado de Versalhes, assinado no Palácio de Versalhes a 28 de Julho de 1919 e imposta aos países derrotados.
A Alemanha foi obrigada a assinar este tratado e a aceitar cláusulas humilhantes, nomeadamente a redução das suas forças armadas a um pequeno exército defensivo, abandono de todas as suas colónias a favor dos Aliados, a restituição de Alsácia-Lorena à França e o pagamento de pesadas indemnizações de guerra.
De Versalhes resultou também a elaboração de um novo mapa político europeu. O Império Austro-húngaro foi desmembrado dando lugar ao aparecimento da Checoslováquia, da Hungria e da Polónia, saíram outros novos estados como a Jugoslávia, a Finlândia, a Letónia, a Lituânia e a Estónia.
Politicamente assistiu-se a um regime de democracia parlamentar - sistema político em que o Parlamento, assembleia legislativa, onde se encontram representados as várias facções políticas, é o órgão principal.
O governo assume perante o parlamento as suas responsabilidades. Da assinatura do tratado de Versalhes, para além do novo mapa político, determinou-se também a criação da Sociedade das Nações (SDN), com sede em Genebra.
Dela faziam parte, inicialmente, os 32 países vencedores da guerra e os 13 neutrais.
Este organismo internacional propunha-se a:
assegurar a paz, resolvendo conflitos entre os Estados-membros através do diálogo e da diplomacia;
promover a cooperação económica e cultural entre as nações.
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