quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O 25 de Abril e o fim da Censura em Portugal

A Censura fez parte integrante da nossa História - raros foram os períodos em que ela não imperou, constituindo uma arma de defesa da Igreja e do Estado na luta contra as subversões doutrinárias ou políticas. 
 Nos 48 anos do Estado Novo, esteve sempre activíssima em todas as vertentes culturais: literatura, teatro, cinema, música... Na imprensa periódica, onde ficou conhecida por "lápis azul" suprimia, alterava, adiava a saída de notícias com evidente prejuízo para jornais e revistas. 
 Se fosse possível esquecer que a acção censória era uma acção de castração à mentalidade do povo português, a leitura do "cortes" seria, por vezes, momento de autêntico gozo. 
Por exemplo: . "Foi proibida uma peça de teatro, adaptação de Correia Alves, do Arco de Sant`Ana, no TEP (Teatro Experimental do Porto). Não dizer que foi proibido. Pode, no entanto, dizer-se que já não vai à cena"; 
" Aumento do corte do cabelo". 
Cortar; "Comunicado da Junta de Energia Nuclear - 
Cortar os "fusíveis radioactivos";
 Na posse do 2º. comandante da PSP de Lisboa - disse-se que ele já fez três comissões de serviço no Ultramar, a primeira "logo na eclosão da guerra". 
Ora, não há guerra. Não se pode dizer isso.
 Deve ser confusão do repórter...". (a amarelo as indicações do censor da polícia política ). . Graças ao 25 de Abril a Censura terminou em Portugal e a nossa Constituição nos Artigos 37º. e 38º., diz : " Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de se informar, sem impedimentos nem discriminações";
 "É garantida a liberdade de imprensa".
 M.S.
O Lápis Azul 

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