quarta-feira, 31 de julho de 2013

REVOLUÇÃO RUSSA


NEP (NOVA POLÍTICA ECONÓMICA)

Cartaz soviético da NEP:
 "O capitalismo a serviço do comunismo".

A Nova Política Econômica, política levada a cabo pelo Partido Comunista e o Estado Soviético no período de transição do capitalismo ao socialismo. Suas bases foram traçadas por Lenine na obra "Tarefas Imediatas do Poder Soviético" e teve início na primavera de 1918. A intervenção militar do imperialismo internacional e a guerra civil obrigaram a adoção de uma política econômica especial, de emergência, que se denominou "Comunismo de Guerra". Como o Comunismo de Guerra não se coadunava com a construção econômica em tempos de paz, o X Congresso do Partido Comunista (bolchevique) da Rússia deliberou em março de 1921 substituir o sistema de contingenciamento — fundamento do Comunismo de Guerra — pelo imposto em espécie e conceder aos camponeses o direito de venderem livremente os excedentes de seus produtos depois de pago o imposto. Assim se deu o primeiro passo na transição da política do Comunismo de Guerra à NEP.
Terminada a guerra civil, em 1921, a Rússia estava devastada, faltavam alimentos para a população e havia ainda o risco de novas rebeliões populares. Lenine então criou o NEP (Nova Política Económica), promovendo certo retorno às práticas capitalistas como:
-A liberdade de comércio interno,
- A liberdade de salários;
-A criação de empresas privadas;
-O empréstimo de capitais estrangeiros.
No mesmo ano o Partido Comunista instaurou a ditadura.

A CONSTRUÇÃO DO MODELO SOVIÉTICO: PROBLEMAS E SOLUÇÕES

A CONSTRUÇÃO DO MODELO SOVIÉTICO: PROBLEMAS E SOLUÇÕES
As opções de Lenine: Mais vale menos, mas melhor (1923)

“Há cinco anos que nos esforçamos para aperfeiçoar o nosso aparelho de Estado. […] É necessário adotar esta regra: mais vale menos, mas melhor. […]
Por que não […] admitir uma fusão do organismo de controlo do Partido com o do Estado? Por mim, não veria nisso nenhum inconveniente. Pelo contrário, creio que esta fusão é a única garantia de uma atividade fecunda. […]
O traço mais característico da nossa atual situação é o seguinte: destruímos a indústria capitalista, esforçámo-nos por destruir completamente as instituições medievais, a propriedade senhorial e, com base nisto, criámos o pequeno e o muito pequeno campesinato, que seguem o proletariado, confiantes nos resultados da sua ação revolucionária.
No entanto, não é fácil mantermo-nos, até à vitória da revolução socialista nos países
desenvolvidos, apoiados apenas nesta confiança. Não é fácil, porque o pequeno e o muito pequeno campesinato permanecem […] num nível extremamente baixo de produtividade de trabalho.
Além disso, a situação internacional faz com que a Rússia tenha sido lançada para um plano secundário; faz com que, globalmente, a produtividade do trabalho nacional seja hoje sensivelmente mais baixa, no nosso país, do que antes da guerra. As potências capitalistas da Europa Ocidental […] fizeram o possível por nos afundar, por aproveitar a guerra civil na Rússia, para arruinar ao máximo o nosso país. […]
Que táctica é que este estado de coisas impõe ao nosso país? […] O que nos interessa é a táctica que nós, Partido Comunista da Rússia, nós, poder dos Sovietes da Rússia, devemos seguir para impedirmos que os Estados contrarrevolucionários da Europa Ocidental nos esmaguem. Devemos procurar construir um Estado em que os operários conservem a sua direção sobre os camponeses.
[…]. Devemos procurar o máximo de eficácia no nosso aparelho de Estado. Devemos expurgá-lo dos excessos deixados pela Rússia czarista no seu aparelho capitalista e burocrático. […]
Se conservarmos a direção da classe operária sobre o campesinato e se economizarmos na gestão do nosso Estado, poderemos empregar até a mais pequena poupança para desenvolvermos a nossa grande indústria mecanizada […].”

Lenine, «Mais vale menos, mas melhor», Pravda, n.º 49, Março, 1923

1. Enuncie, com base no documento, as transformações económicas promovidas pelo Estado soviético, no sentido da implantação do socialismo, desde a revolução de Outubro de 1917 até à data do documento.
2. Identifique os problemas internos e externos com que, segundo o documento, se defrontou a Rússia soviética.
3. Justifique, de acordo com os objectivos de Lenine expressos no texto, as soluções por ele preconizadas para a reorganização do aparelho de Estado.


As transformações económicas promovidas pelo Estado soviético, no sentido da implantação do socialismo.
Transformações:
– nacionalização da grande indústria;
– abolição da grande propriedade fundiária e redistribuição da terra;
– fim da dependência dos camponeses em relação aos proprietários da terra.
Problemas internos:
– baixa produtividade rural;
– diminuição da produtividade global do trabalho, relativamente aos níveis atingidos antes da Primeira Guerra Mundial;
– guerra civil;
– permanência da burocracia czarista.
Problemas externos:
– apoio das potências capitalistas da Europa Ocidental às forças contra-revolucionárias durante a guerra civil;
– isolamento internacional da Rússia soviética

Soluções:
– controlo do Partido Comunista Soviético sobre o aparelho de Estado;
– liderança operária;
– eliminação da burocracia czarista;
– maior economia na gestão do Estado.
Objectivos:
– defesa da Rússia perante os ataques contra-revolucionários dos países capitalistas da Europa Ocidental;
– garantia do avanço do processo revolucionário;
– obtenção de eficácia no aparelho de Estado;
– desenvolvimento industrial.

Três pancadas à porta da Europa dos Nove (1977) e Discurso de Giulio Andreotti* na cerimónia de adesão de Portugal à CEE (Junho de 1985)

Três pancadas à porta da Europa dos Nove (1977)
A opinião de um jornalista

Atenas, Lisboa e Madrid empurram com toda a força a sua candidatura à CEE […].
Mário Soares, em visita às capitais europeias desde Fevereiro, sabe que o seu dossiê é mau: 10% de desemprego, enorme endividamento público, reservas que se derretem. Estima-se que só o investimento estrangeiro e o crédito [...] podem inverter a situação.
É precisamente isso o que os Portugueses pedem a Bruxelas. Sousa Franco, do Partido Social--Democrata, declara:
«É preciso rejeitar as afirmações segundo as quais, tecnicamente, a nossa adesão não é possível nem hoje nem amanhã. [...] A CEE quer ajudar os países mais pobres, ou fechar-se sob a capa, egoísta e caduca, do livre-cambismo sem solidariedade? Eis a questão.»

 O. Lorsignol, «Trois coups frappés à la porte des neuf», Vision, n.º 76, Março, 1977


Discurso de Giulio Andreotti* na cerimónia de adesão
de Portugal à CEE (Junho de 1985)

“Esta adesão contribui para uma maior coincidência entre a Europa geográfica e a Europa política e institucional; e ao mesmo tempo prova, mais uma vez, que a adesão à Comunidade Europeia é o corolário da reconquista dos valores inerentes a uma democracia pluralista. […]
Quando este país se candidatou à Comunidade Europeia, em 1977, razões políticas fundamentais tais como a consolidação de uma democracia que, ainda no berço, tinha sido ameaçada de regressão – pareciam impor a resposta positiva da Comunidade. Hoje, quando – no fim de um longo processo de negociações – Portugal se torna membro de uma Comunidade a Doze, podemos dizer que foram os Portugueses que aceleraram, pelas suas próprias mãos, as salvaguardas democráticas.
Verificamos, com efeito, que o Estado democrático português é sólido e que a sua contribuição para a família democrática europeia é segura.
Pela sua parte, a Comunidade está em condições de proporcionar a Portugal uma nova dimensão política e económica, na qual poderá encontrar o lugar que lhe pertence pela sua história, a sua cultura e as suas tradições.
Assim, os laços históricos, culturais e económicos de Portugal com a América Latina, a África e mesmo a Ásia representam um contributo importante à acção que a Comunidade empreendeu para criar, sobretudo nas zonas onde reina uma tensão internacional importante, as condições necessárias a novos equilíbrios e a novas oportunidades de paz.”

*Presidente do Conselho de Ministros Europeus, à data do discurso.

G. Andreotti, Bulletin des Communautés Européennes, n.º 6, Junho, 1985

1. Explicite as razões que conduziram à aceitação pela CEE, na década de 80 do século XX, dos novos países membros
2. Identifique, com recurso ao documento, os problemas económicos que Portugal esperava resolver com a sua adesão à CEE.
3. Justifique a confiança que o autor do documento  deposita na democracia portuguesa
4. Analise a evolução das relações externas portuguesas, no período de 1974 a 1986.
– a concretização da opção europeia e atlântica.

Razões:
– reforço geoestratégico da Comunidade pelo alargamento aos novos países da Europa do Sul – Grécia, Portugal e Espanha (doc. 4);
– solidariedade da Europa comunitária com os países mais pobres ;
– consolidação da democracia pluralista nos três países ;
– relevância das relações externas portuguesas para a acção da Comunidade no Mundo.

Problemas:
– elevada taxa de desemprego;
– dívida pública elevada;
– redução progressiva das reservas financeiras;
– falta de investimento;
– desfasamento da economia portuguesa relativamente aos padrões de desenvolvimento dos países da Comunidade.
– dificuldades de instauração da democracia em Portugal, no período revolucionário, mas opção final pela democracia pluralista, saudada pela Comunidade Europeia.
Razões justificativas:
– consagração do regime democrático em Portugal com a promulgação da
Constituição de 1976 e a revisão constitucional de 1982;
– apaziguamento dos conflitos políticos e sociais do período revolucionário;
– normal funcionamento das instituições democráticas.

A concretização da opção europeia e atlântica
Clarificação da política externa, no período constitucional:
– assunção de Portugal como país ocidental, simultaneamente europeu e atlântico; reforço das relações bilaterais com os EUA – renovação do Acordo das Lajes – e da participação de Portugal na NATO ;
– pedido de adesão à CEE e posterior integração, opção estratégica fundamentada na necessidade de consolidar a democracia pluralista e de garantir a modernização e o desenvolvimento económico com a ajuda comunitária.

Complementaridade das vertentes europeia e atlântica – valorização da posição de Portugal na CEE e no Atlântico Sul, como intermediário privilegiado entre a Europa e os países de expressão portuguesa.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Derrota os brancos com a cunha vermelha:cartaz de Lazar Lissitzky (1919)

Doc
Derrota os brancos com a cunha vermelha cartaz de Lazar Lissitzky (1919)
Identifique três das características do modernismo presentes no documento 
Na resposta, são identificadas claramente três das seguintes características do modernismo
presentes no documento 2:
• inovação na construção do objeto artístico OU liberdade de criação estética OU recusa do academismo
e das regras da pintura convencional;
• uso de formas geométricas simples OU de linhas retas, de círculos, de triângulos e de retângulos;
• recusa da figura e do objeto OU linguagem estética predominantemente abstrata e racional;
• recusa de qualquer noção de subjetividade (OU de emotividade na arte) OU pintura baseada na
composição pura de elementos pictóricos;
• ausência de perspetiva OU valorização da bidimensionalidade OU ausência de simetria;
• jogo de cores: quente e primária (vermelho), com cores neutras (preto, cinza e branco);
• introdução de palavras na composição como forma de descodificação imediata da mensagem OU
atribuição de valores ideológicos às linhas, às cores e às figuras geométricas;
• comprometimento com as questões sociais e políticas da época OU intencionalidade de mobilizar e
de incentivar à vitória as forças do Exército Vermelho OU de exprimir apoio à revolução bolchevique
durante a guerra civil russa;
• tendência de pintura de vanguarda com linguagem estética ligada ao abstracionismo geométrico OU
ao suprematismo.

ALGUMAS OBRAS PRIMAS DO PRADO E RAINHA SOFIA- MADRID

MUSEU DO PRADO-

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Filme Portugues - A Cancao de Lisboa [1933]

Um retrato da alma portuguesa nos anos 30.

A Hora da Liberdade (Completo)

Filme "América Anos 30"

Nota: Selecionar em Captions as legendas em português.

O filme "América, anos 30" baseia-se na história do musical "The Cradle Will Rock", escrito por Marc Blitzstein, em 1937. O filme retrata os anos da Grande Depressão nos EUA, marcada pelas falências de empresas, o desemprego, as geves e as manifestações.Mas, ao mesmo tempo, em Nova Iorque fervilha uma revolução cultural sem precedentes.
 Hallie Flanagan, diretora do teatro federal da Works Progress Administration é perseguida por suspeita de tendências comunistas pelo Comité de Atividades antiamericanas. À sua volta movem-se o seu inseparável produtor, Jonh Houseman; Nelson Rockfeller (John Cusack), que encomenda ao artista esquerdista mexicano Diego Rivera (Ruben Blades) uma pintura para a entrada do Rockefeller Center; e a adida cultural de Mussolini, Margherita Sarfatti (Susan Sarandon), que promove eventos artísticos e "convida" milionários a financiar o esforço de guerra de Mussolini na Etiópia em troca de obras de arte.

Hiroxima

Hiroxima
 ...e então foi Híroxima ! Na manhã de 6 de Agosto (de 1945) a primeira bomba atómica é lançada por um avião americano sobre a cidade japonesa de Hiroxima.

Suspensa de um pára-quedas, explode a 600 metros de altitude.(…) Durante uma fracção de segundo, no seu centro, o calor liberto atinge cem milhões de graus centígrados. Tudo arde no raio de um quilómetro, os metais gaseificam-se, as construções caem em poeira, os seres humanos são reduzidos a cinzas. Depôs uma testemunha:-«De repente, um deslumbrante luar rosa pálido apareceu no céu, acompanhado dum tremor sobrenatural que foi quase imediatamente seguido duma vaga de calor sufocante e dum vento que varria tudo na sua passagem. Em alguns segundos, os milhares de pessoas que estavam nas ruas e nos jardins do centro, foram incinerados. Muitas foram mortas imediatamente pelo calor dessecante... Tudo que se encontrava de pé na zona de deflagração - paredes, casas, fábricas e outros edifícios - foi aniquilado; os seus restos turbilhonaram, projectados para o céu... Os comboios foram levantados dos carris como se fossem brinquedos. Os cavalos, os cães e o gado sofreram a mesma sorte que os humanos. Tudo que vivia foi petrificado numa atitude de sofrimento indescritível. A própria vegetação não foi poupada. As árvores desapareceram nas chamas..., a erva ardeu no solo como palha seca. Para além da zona da morte total..., as casas desmoronaram-se num turbilhão de vigas, de tijolos, de barrotes. Até 5 quilómetros do centro da explosão, as casas construídas de materiais ligeiros foram achatadas como castelos de cartas. Os que estavam no interior foram mortos ou feridos. Os que conseguiram safar-se por milagre encontraram-se cercados por uma cortina de chamas. As raras pessoas que Conseguiram abrigar-se morreram geralmente 20 ou 30 dias depois sob a acção retardada dos mortais raios gama... À noite, o fogo começou a baixar, depois extinguiu-se. Não havia mais nada para queimar. Hiroxima tinha deixado de existir»... O número total de mortos pode calcular-se em 100000 pessoas.

Grimberg, Carl - Da falência da paz à conquista do espaço

A QUINTA-FEIRA NEGRA

A QUINTA-FEIRA NEGRA
 A tempestade eclodiu na terça-feira, 22 de Outubro, durante a última hora em que a Bolsa esteve aberta; no dia seguinte, de manhã, as ordens de venda acumulavam-se sem que ninguém soubesse exatamente de onde elas provinham nem porquê. No entanto, havia ainda bastantes compradores para absorver com 5 ou 10% de baixa, a um preço bastante razoável. os seis milhões de acções lançadas no mercado. Na quinta-feira seguinte, 24 de Outubro, estava dado um golpe mortal no boom de Wall Street e ao mesmo tempo na prosperidade americana. Ainda hoje não se sabe quem pôs em venda, durante a primeira hora da Bolsa, nessa quinta-feira nefasta, a quantidade de ações que provocou a avalanche. ( ... ) O resultado foi catastrófico. As ações desciam de minuto a minuto, porque não encontravam compradores, a preços que na véspera seriam considerados absurdos. O que se passava em redor da Bolsa em Wall Street era apenas um reflexo do pânico que bruscamente estalara em todo o país: homens e mulheres acotovelavam-se diante de milhares de aparelhos registadores, apertavam-se nas sucursais dos escritórios dos corretores para seguirem. com os seus próprios olhos, o naufrágio do navio em que tinham posto todas as esperanças. Que podiam fazer para se salvar" Vender. Mas eles apenas eram proprietários de 20% ou talvez 30% das suas acções e elas haviam baixado outro tanto antes que tivessem podido redigir a ordem de venda. O sistema de transmissão telegráfica do valor das ações estabelecido em Wall Street e cuja perfeição técnica é admirável, revela-se, agora. quando cada segundo tinha o seu valor. um verdadeiro instrumento de tortura. Mas a máquina aperfeiçoada era insuficiente para registar as ordens maciças em Wall Street. Durante horas, as indicações do aparelho registador atrasavam-se em relação à realidade e o público, na falta de indicações rápidas sobre o valor das ações a que estava habituado -, deitava fora os seus haveres e vendia as ações por qualquer preço.

 Richard Lewinsoth, Histoire de la Crise in Les Mémoires de I 'Europe

Prova Escrita de História A- 2013 - 2ª Fase- :OS EUA E A REPÚBLICA POPULAR DA CHINA NO MUNDO ATUAL

OS EUA E A REPÚBLICA POPULAR DA CHINA NO MUNDO ATUAL
Declarações do presidente Clinton* em Pequim (27 de junho de 1998)

Falo-vos hoje de Pequim. Em apenas dois dias, vi uma parte da riqueza histórica e das
notáveis mudanças que estão a ocorrer na China, pátria de quase um quarto da população
mundial.
A China é a civilização mais antiga da Terra. Na sexta-feira, vi a velha e a nova China, desde
os magníficos guerreiros de terracota esculpidos por artesãos mais de 2000 anos antes da
fundação da América, até ao início da democracia numa aldeia próxima, cujos residentes vão
brevemente realizar eleições.
Emocionei-me com a calorosa receção que me foi dispensada, assim como à minha família
e aos membros do Congresso que viajam connosco. Dezenas de milhares de famílias chinesas
alinharam-se nas ruas para nos cumprimentarem. Para todas estas pessoas, a China está a
mudar. Vejo telemóveis, beepers, novos edifícios de escritórios.
A China já não é o país que era quando o presidente Nixon** aqui veio pela primeira vez,
há 26 anos. Nunca antes tiveram tantos chineses a oportunidade de iniciarem negócios; de
arrancarem as suas famílias à pobreza; de escolherem os locais para viver, trabalhar, viajar;
de tirarem proveito dos frutos do seu trabalho. Mas também há resistência à mudança, um
legado da História, que nem sempre tem sido bondosa para o povo chinês, o que deu origem
a um profundo receio de instabilidade. Hoje, em Pequim, vou reunir-me com líderes chineses
para falarmos sobre o futuro dos nossos dois países, e a relação entre nós é fundamental para
a existência, no próximo século, de um mundo pacífico, estável e próspero. Falámos já sobre
os interesses mútuos dos Estados Unidos e da China: a promoção da paz na Coreia, onde
40 000 soldados norte-americanos ainda arriscam as suas vidas a patrulharem a última
fronteira da Guerra Fria; a prevenção de uma corrida às armas nucleares por parte da Índia
e do Paquistão; [...] a interrupção da expansão de armas nucleares, químicas e biológicas e
dos respetivos mísseis de lançamento; o combate ao crime internacional [...] e a abertura do
comércio.
Também falámos abertamente sobre as nossas diferenças, especialmente no que diz
respeito aos direitos humanos. No último ano, assistimos a algum progresso, ainda que
largamente insuficiente, nesta área. Alguns dos mais famosos prisioneiros políticos da China
foram libertados, mas outros ainda continuam privados de liberdade. O governo está a afrouxar
o seu controlo sobre muitos aspetos da vida quotidiana mas, ainda assim, as pessoas não
têm total liberdade de reunião, liberdade de imprensa, liberdade de expressão, liberdade de
religião [...].
No decurso desta viagem, darei relevo aos direitos humanos e tentarei explicar como a
liberdade tem estado no centro do sucesso e da prosperidade norte-americanos. Argumentarei
que, nesta era global de informação, em que o sucesso económico se constrói com base nas
ideias, a liberdade individual é necessária à inovação e à criatividade, suportes da grandeza
de qualquer nação moderna. [...]
A China, com a maior população do planeta, com um lugar permanente no Conselho
de Segurança das Nações Unidas e com uma economia cada vez mais ligada à nossa, é
importante para o nosso futuro. Sem a China será difícil enfrentar, com sucesso, os desafios
que nos afetam a todos.

* Presidente dos EUA (1993-2001).
** Presidente dos EUA (1969-1974).

1. Explique, a partir do documento, três das características da economia chinesa que levaram o presidente Clinton
a afirmar: «A China já não é o país que era quando o presidente Nixon aqui veio pela primeira vez» (linha 12).

2. Refira três das prioridades da política externa dos EUA enunciadas pelo presidente Clinton.

1.Na resposta, são explicadas claramente, a partir do documento, três das seguintes
características da economia chinesa que levaram o presidente Clinton a afirmar: «A China já
não é o país que era quando o presidente Nixon aqui veio pela primeira vez»:
•• mudanças introduzidas por Deng Xiaoping: conciliação do carácter socialista do regime com práticas
capitalistas OU socialismo de mercado OU política de «um país, dois sistemas»;
•• abertura de Zonas Económicas Especiais (ZEE), com legislação favorável aos negócios OU abertura
à instalação de empresas multinacionais e ao comércio externo OU abandono da autarcia e abertura
ao comércio internacional – «uma economia cada vez mais ligada» à dos EUA (doc.);
•• descoletivização de terras, entregues em regime de arrendamento aos camponeses, que passaram a
poder comercializar livremente os excedentes OU dinamização do mercado interno, pelo que «nunca
antes tiveram tantos chineses a oportunidade de iniciarem negócios […]; de tirarem proveito dos
frutos do seu trabalho» (doc.);
•• substituição da prioridade atribuída à indústria pesada em favor dos produtos de consumo e do
desenvolvimento da tecnologia, incluindo «telemóveis, beepers» (doc.);
•• integração nos circuitos económicos mundiais (FMI OU Banco Mundial OU GATT) e inter-regionais
(APEC) OU liberalização do sector financeiro, com a abertura da bolsa de valores de Xangai;
•• abundância e mobilidade da mão de obra: deslocação de milhões de camponeses para as cidades,
pois «nunca antes tiveram tantos chineses a oportunidade […] de escolherem os locais para viver,
trabalhar» (doc.);
•• integração de Hong Kong e de Macau na soberania chinesa, como regiões económicas e
administrativas especiais, com forte crescimento assente no turismo OU no jogo (OU outro exemplo).
2.Na resposta, são referidas claramente três das seguintes prioridades da política externa dos
EUA enunciadas pelo presidente Clinton:
•• estreitamento das relações com a China, considerando os «interesses mútuos» OU o seu papel político,
«com um lugar permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas» OU o seu potencial
humano e económico: «A China, com a maior população do planeta [...] e com uma economia cada
vez mais ligada à nossa, é importante para o nosso futuro»;
•• valorização dos direitos humanos como base «do sucesso e da prosperidade norte-americanos» OU
como «suportes da grandeza de qualquer nação moderna»;
•• defesa dos direitos humanos em todos os locais em que não sejam respeitados, incluindo na China;
•• prevenção da corrida aos armamentos, em particular em regiões de forte tensão internacional, como
«Índia e Paquistão» OU adoção de medidas que inviabilizem a «expansão de armas nucleares,
químicas e biológicas e dos respetivos mísseis de lançamento»;
•• resolução do problema da Coreia, dividida, «onde 40 000 soldados norte-americanos ainda arriscam
as suas vidas a patrulharem a última fronteira da Guerra Fria»;
•• cooperação no âmbito de grandes problemas transnacionais, como «o combate ao crime
internacional».

Prova Escrita de História A- 2013 - 2ª Fase- :ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS: HUMBERTO DELGADO CONTRA AMÉRICO TOMÁS

(3)Eleição presidencial de 1958 e situação do país – perspetiva do escritor Aquilino Ribeiro*
(entrevista ao Diário de Lisboa, 2 de junho de 1958)
O meu candidato e o da maioria dos republicanos é o general Humberto Delgado. Devemos-lhe
ter galvanizado a Nação. [...] Soube conquistar a opinião pública. [...] Deitou o medo para trás das
costas. [...]
Se, ao cabo de trinta e dois anos de poder absoluto, [o governo afirma que] há necessidade de
continuar a revolução, [...] é porque não resultaram as políticas adotadas. Não houve, portanto,
nenhuma revolução. Não se entrou numa era nova. O português continua infeliz como nunca. [...]
O que é preciso é apresentar obra, estradas, caminhos de ferro, equipamentos de toda a espécie
dignos do nosso século, portos, moradias higiénicas para as classes menos privilegiadas. [...] Pelo
ritmo do progresso só daqui a cem anos teria Portugal um nível de vida aceitável, uma indústria
comezinha – sempre antiquada em relação à do resto da Europa –, as estradas que ambiciona, os
hospitais em que coubessem os seus enfermos. [...]
Um regime que nos priva das liberdades fundamentais [...] pode equiparar-se a uma escola
de vassalagem. [...] Em Portugal há muitos descontentes, muitos que têm fome, que choram
[...]. Atendendo aos desejos manifestados pela opinião pública, alguma vez o Poder retificou os
seus processos de governar? O Poder do Estado Novo é inalterável, como se tivesse recebido a
omnisciência de Deus. [...] Em geral é a atrofia ou o marasmo. [...] Se o Estado Novo inventou uma
política maravilhosa com o seu corporativismo, com as suas leis restritivas, porque é que as nações
não vêm aprender a governar-se neste eldorado de felicidade e de amor? Porque, pelo contrário,
se riem de nós? [...]
A resposta implícita à interrogação de Oliveira Salazar: – «hei de entregar o Poder à rua?» é
«não, senhor, devolve-o, como havendo cumprido a sua missão, a quem lho confiou: o exército».
O exército depois dirá: é tempo de volver à constitucionalidade.

* Intelectual e escritor (1885-1963). Participou na criação da revista Seara Nova; tem uma obra literária variada e de intervenção política.


(4)Eleição presidencial de 1958 e situação do país – perspetiva do professor João Porto*
(entrevista ao Diário de Lisboa, 2 de junho de 1958)
No domínio da assistência médico-social, a nossa posição tem sempre vindo a melhorar, a partir
dos primeiros anos da atual situação política, e não estamos longe de nos podermos comparar
com os outros países da Europa. [...] No mês passado, um grupo de especialistas da Organização
Mundial de Saúde veio a Portugal estudar a nossa orgânica de Saúde Pública e de Previdência
Social. [...] Visitaram sanatórios, Casas da Criança, colónias de férias, postos das Caixas de
Previdência, Casas do Povo e dos Pescadores, hospitais, etc., isto é, tudo o que pudesse contribuir
para lhes dar ideia do rol de realizações de que Portugal hoje se orgulha, e de todos mereceu
rasgados louvores. [...] No capítulo da previdência [...], percorreram diversos bairros destinados a
classes menos favorecidas [...]. Se, para alguns, Portugal poderia ainda estar paredes meias com
países subevoluídos, o certo é que se despediram levando consigo noção clara do que valemos e
possuímos no concerto das nações europeias. [...]
A multiplicidade dos partidos conduz à multiplicação de opiniões e de pareceres nos órgãos de
soberania, à desorientação da opinião pública, ao enfraquecimento da autoridade e à instabilidade
governamental. Ora, só a estabilidade governamental traz consigo o equilíbrio da ordem e a garantia
da liberdade e da segurança social. E é sobre esta que assenta a tranquilidade dos espíritos e a
prosperidade material [...].
O contra-almirante Américo Tomás [...] dá-nos a certeza de que possui todas as condições
para, uma vez na suprema magistratura da Nação, ser o fiel garante da continuidade duma política
económico-social e de fomento que, sob a égide de Salazar, nos deu já uma obra enorme e que é
promissora de que a obra mais se engrandeça.

* Professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, diretor dos Hospitais da Universidade e deputado da

Assembleia Nacional de 1953 a 1961.

Compare as duas perspetivas acerca da situação de Portugal no contexto da eleição presidencial de 1958,

expressas nos documentos 3 e 4, quanto a três dos aspetos em que se opõem.

Na resposta, são comparadas claramente as duas perspetivas acerca da situação de Portugal
no contexto da eleição presidencial de 1958, expressas nos documentos 3 e 4, apresentando-
-se três dos seguintes aspetos em que se opõem:
•• [sobre o modelo de regime] enquanto no documento 3 – perspetiva de Aquilino Ribeiro – se
denuncia o Estado Novo como uma ditadura «inalterável», no documento 4 – perspetiva de João
Porto – defende-se o regime, considerando-se que uma «multiplicidade» de partidos políticos só traria
a divisão do país e a «desorientação da opinião pública»;
•• [sobre o exercício das liberdades] enquanto no documento 3 se critica o «regime que nos priva das
liberdades fundamentais», no documento 4 refere-se que «a estabilidade governamental traz consigo
o equilíbrio da ordem e a garantia da liberdade»;
•• [sobre a avaliação das políticas do regime] enquanto no documento 3 se constata que existem
«descontentes» e esfomeados e que «o português continua infeliz», o que mostra o fracasso das
políticas do regime, no documento 4 afirma-se que Portugal «tem sempre vindo a melhorar, a partir
dos primeiros anos da atual situação política», nomeadamente, no domínio da assistência social;
•• [sobre o nível de desenvolvimento] enquanto no documento 3 se lamenta o atraso de Portugal e
se defende uma política de desenvolvimento, através da construção de «estradas», de «hospitais» e
de outras infraestruturas, no documento 4 enaltece-se com orgulho a obra já feita pelo Estado Novo,
nomeadamente, na construção de hospitais, de escolas, de Casas do Povo e dos Pescadores e de
bairros sociais;
•• [sobre a imagem do país no exterior] enquanto no documento 3 se refere a crítica internacional
ao modelo político e social do Estado Novo, afirmando-se que os estrangeiros «se riem de nós», no
documento 4 afirma-se que «não estamos longe de nos podermos comparar com os outros países da
Europa» e alude-se aos «rasgados louvores» à obra social do Estado Novo por parte da OMS;
•• [sobre a opção de voto] enquanto no documento 3 se declara o apoio a Humberto Delgado,
candidato «da maioria dos republicanos» e que conquistou «a opinião pública», deitando «o medo
para trás das costas», no documento 4 declara-se o apoio a Américo Tomás, por «ser o fiel garante
da continuidade» da «política económico-social e de fomento» de Salazar;
•• [sobre o futuro político de Salazar] enquanto no documento 3 se defende que Salazar deve entregar
o poder por ter já «cumprido a sua missão», no documento 4 considera-se que a obra «económico-
-social e de fomento», já feita durante o Estado Novo, deve ser continuada e engrandecida sob a
liderança de Salazar.

Prova Escrita de História A- 2013 - 2ª Fase- : Discurso de Lenine (1918)

 A República Soviética está cercada por inimigos. Mas ela vencerá os inimigos externos e internos. [...] Os inimigos externos da República Socialista Soviética da Rússia são o imperialismo anglo-francês e o imperialismo nipónico-americano, que atacam a pacífica Rússia de modo brutal [...]. Querem restaurar o poder dos latifundiários e dos capitalistas na Rússia [...]. Os operários de Petrogrado e de Moscovo levantam- -se cada vez com maior unidade, [...] em massas cada vez maiores. Nisso reside a garantia da nossa vitória. Os abutres capitalistas, [...] ao lançarem-se na campanha contra a pacífica Rússia, contam ainda com a sua aliança com o inimigo interno do Poder Soviético. São os capitalistas, os latifundiários, os kulaks , [...] que odeiam o poder dos operários e dos camponeses [...]. Uma onda de insurreições kulaks atravessa a Rússia. [...] Estes bebedores de sangue lucraram com as necessidades do povo durante a guerra, acumularam milhares de rublos, elevando os preços dos cereais. [...] Ódio e desprezo pelos partidos que os defendem: os socialistas revolucionários de direita, os mencheviques e os atuais socialistas revolucionários de esquerda! Os operários devem esmagar com mão – de ferro as insurreições dos kulaks .

Discurso de Lenine (1918)

Explique, com base nos documentos 1 e 2, três das dificuldades vividas na Rússia após a Revolução de
Outubro.


Na resposta, são explicadas claramente, com base nos documentos 1 e 2, três das seguintes dificuldades vividas na Rússia após a Revolução de Outubro:
•• resistência dos camponeses abastados (OU kulaks) (doc. 1) à proibição do comércio livre e à imposição da venda de produtos a preços fixados pelo Estado;
•• oposição interna dos grandes proprietários e dos empresários capitalistas (doc. 1) aos decretos sobre a expropriação da grande propriedade e sobre o controlo operário;
•• forte oposição dos restantes partidos políticos russos ao projeto bolchevique OU à instauração da ditadura do proletariado (doc. 1);
•• guerra civil entre o Exército Branco, constituído pelos opositores internos ao bolchevismo, e o Exército Vermelho, em luta pela defesa da Revolução de Outubro (docs. 1 e 2);
•• apoio ao Exército Branco, durante a guerra civil, por parte das potências capitalistas da Europa Ocidental, dos EUA e do Japão (doc. 1), receosos da propagação do bolchevismo;
•• ameaças à sobrevivência da revolução, exigindo campanhas de propaganda e de mobilização do proletariado (docs. 1 e 2).

quarta-feira, 24 de julho de 2013

25 de ABRIL de 1974

“É hoje um lugar-comum a afirmação de que o 25 de Abril foi um golpe de Estado militar que, pela ampla movimen­tação social a que deu lugar, se transformou em revolução. Mas mesmo o próprio golpe militar ultrapassou os modelos clássicos, normalmente mais orientados para valores de tipo «ordem e autoridade», enquanto o 25 de Abril se propunha, à partida, corrigir os vícios maiores do regime ditatorial que veio a derrubar, ou seja, a ditadura polí­tica, o subdesenvolvimento e a opressão colonial. Por isso atraiu a adesão popular, por isso despoletou um processo revolucionário.”

Pezarat Correia(1), em Revista Crítica de Ciências Sociais, Fevereiro de 1986
 (1) O general Pezarat Correia, major na altura do 25 de Abril, foi um destacado elemento do MFA.

ENTRADA DE PORTUGAL NA CEE

“No dia 12 de Junho de 1985, na cerimónia da assinatura da Acta Final da adesão de Portugal (e Espanha) à Comunidade Económica Europeia, realizada no Mosteiro dos Jerónimos, o primeiro ministro, Mário Soares, afirmou que a adesão à CEE representava para Portugal uma opção fundamental para um futuro de progresso e de modernidade. Esta opção apresentava-se-lhe como a consequência natural dos processos de descolonização e de democratização permitidos pela Revolução de 25 de Abril de 1974.”

As razões da coexistência pacífica

"O vosso vizinho pode agradar-vos ou não. Não sois obrigados a estabelecer relações de amizade com ele. Mas, como viveis ao lado um do outro, que fazer se nem ele nem vós estais dispostos a partir para outra cidade? O mesmo se passa nas relações entre os Estados. Só há duas saídas: ou a guerra — mas é preciso dizer que, no século dos mísseis e da bomba de hidrogénio, a guerra traria as mais graves consequências para todos os povos - ou então a coexistência pacífica. Quer o vosso vizinho vos agrade quer não, não há outra coisa a fazer senão entenderem-se, porque temos apenas um planeta."

 Krustchev, Discurso pronunciado em 1959

A doutrina Truman

"Chegara o momento de colocar os Estados Unidos à cabeça do mundo livre. [...] Desejava anunciar ao mundo a posição dos Estados Unidos face ao desafio lançado pelo novo totalitarismo. [...] Doravante, em qualquer parte onde se verificasse uma agressão directa ou indirecta que ameaçasse a paz, a segurança dos Estados Unidos estaria em jogo. "Creio - disse ao Congresso [...] - que os Estados Unidos devem apoiar os povos livres que resistem às tentativas de dominação por parte de minorias armadas ou a pressões vindas do exterior. Creio que devemos ajudar os povos livres a construir o seu próprio destino. [...]"
 Henry Truman, Memórias. 1954

CRIAÇÃO DA ONU


“ Decidimos criar, o mais rapidamente possível, juntamente com os nossos aliados, uma organização destinada a garantir a paz e a segurança entre as nações. Estamos firmemente convencidos de que se trata de uma questão vital para o Mundo, não apenas para evitar futuras agressões como também para prevenir, através de uma estreita e permanente colaboração entre todos os povos da Terra, as verdadeiras causas políticas, económicas e sociais da guerra (…) Concordámos também em convocar uma conferência que terá lugar no dia 25 de Abril de 1945 em S. Francisco, com o objectivo de preparar a Carta dessa organização.”

Declaração de Ialta, Fevereiro de 1945

DISCURSO DE CHURCHILL


“Não temos tempo a perder.(…) Silenciosamente, abandonada à sua sorte, a Checoslováquia afunda-se na sombra. (…) É preciso que o nosso povo saiba a verdade. (…) É preciso que saiba que sofremos uma derrota sem fazermos a guerra. (…) E isto é apenas o começo, (…) a primeira etapa de um calvário que teremos de sofrer, a não ser que, por um supremo esforço nos decidamos a defender a liberdade”

Winston Churchill, Discurso na Câmara dos Comuns. 5 de Outubro de 1938 (após a assinatura do Pacto de Munique)

DISCURSO DE HITLER


“ O objectivo da política alemã é a defesa da comunidade racial alemã. Ela é formada por 85 milhões de pessoas que, embora vivendo em territórios diferentes, possuem fortes laços de união entre si. O futuro da Alemanha depende, portanto, da questão territorial. O equipamento do exército, da marinha de guerra e da aviação, tal como a formação do corpo de oficiais, encontram-se praticamente concluídos. O material e o armamento foram completamente modernizados.(…) Não podemos esperar muito mais tempo para agir.”

Adolfo Hitler, Discurso de 5 de Novembro de 1937

ESTALINISMO


"Ó tu, Estaline, grande chefe dos povos, tu que fizeste renascer o homem, tu que fecundas a terra, tu que rejuvenesces os séculos, tu que enfeitas a Primavera, tu que fazes cantar a lira [...]. Tu és a flor da minha Primavera, o Sol reflectido por milhares de corações humanos."

 Poema de Rakhimov, jornal Pravda, 28 de Agoslo de 1936.

URSS: UNIÃO SOVIÉTICA:( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas)
Comunismo:Estalinismo
 1922: Constituição duma federação (URSS)
 1924: Morre Lenine
 Estaline, “ O Pai do Povo” (1928-1953) Homem de aço
 Poder: 1928 elimina Trotsky e torna-se governante absoluto da URSS
 Partido: PCUS (Partido Comunista da União Soviética)
 Polícia Política:TCHECA e depois KGB ( Comité de Segurança do Estado)

NAZISMO


"Cada militante está animado de um amor inabalável pelo Fuhrer [...]. O Fuhrer é a incarnação da vontade vital da nação alemã e do seu espírito combativo e irredutível que se recusa ao repouso enquanto as bases de uma nova Alemanha não estiverem asseguradas. [...]. Cada S.A. tem a consciência de ser um combatente ao serviço da vontade divina reservada ao seu Povo."

 Vólkischer Beobachter (1933)

ALEMANHA: Nazismo
 Hitler, “Fuhrer” (1933-1945)
 Partido: Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazi): Partido Nacional Socialista
 Policia Política: Gestapo
 Organização Juvenil: Juventude Hitleriana
 Organização paramilitar: SA (Secções Assalto) eram camisas pardas (castanhas) e SS (Secções de Segurança)
 “Um Povo, um Império, um Chefe”
 Poder: Convidado pelo Presidente da República: Von Hindenburg: 30 de Janeiro de 1933;
Chanceler: Presidente da República;1934 (III Reich (Império))
 Arianismo: Anti-semitismo: Campos de concentração: Holocausto

FASCISMO


"De onde vinha, aos chefes do fascismo, o dinheiro de que pareciam dispor com tanta abundância? Aquilo que se dizia é que o fascismo tirava os seus principais recursos dos contributos que lhe pagavam os grandes proprietários para serem protegidos dos sindicalistas, tanto comunistas como católicos. Dizia-se também que os fascistas eram financiados pelos grandes industriais com vista a combater o inimigo comum, o comunismo."
B. Beyens, Quatro anos em Roma, 1921 -1925

ITÁLIA: Fascismo
 Mussolini, “Duce”: (1922-1943)
 Partido: Partido Nacional Fascista
 Policia Política: OVRA (Organização de Vigilância e Repressão do Antifascismo)
 Organização juvenil: Juventude Fascista
 Organização paramilitar: Camisas Negras
 “ Acreditar, Obedecer,Combater”
 Poder: Convidado pelo Rei Victor Emanuel: Outubro de 1922.

1ª REPÚBLICA

"Às 9 horas da manhã de 5 de Outubro, foi proclamada a República Portuguesa pelos revolucionários que, do Rossio, se tinham dirigido para a Câmara Municipal, a casa que fora conquistada pelos Republicanos nos últimos anos da Monarquia (…). A Praça do Município regorgitava, cheia pela multidão."

  José Relvas, Memórias Políticas

SDN

"No começo da Conferência, Wilson consegue que seja criada uma nova organização destinada a desenvolver a cooperação entre as nações…"

 Memória do Mundo, das origens ao ano 2000, Círculo de Leitores

MANIFESTO FUTURISTA


«Os elementos essenciais da nossa poesia serão o valor, a ousadia e a rebelião. Declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corridas é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.»

 Marinetti, Primeiro Manifesto Futurista, 1909

terça-feira, 23 de julho de 2013

Votação Assembleia Constituinte - Constituição República Portuguesa - 2 de Abril de 1976



Golpe militar de 25 de Novembro (1975) foi há 37 anos


O 25 de NOVEMBRO 1975

O 25 de novembro No verão de 1975 paira sobre Portugal um clima de tensão latente. A alegria e a festa da Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974 há muito que haviam passado. As greves e manifestações multiplicavam-se; mas, muito mais grave que isso, as relações entre as pessoas complicavam-se. Ser "socialista" (simpatizante do Partido Socialista) era, para largas faixas da população, sinónimo de reacionário; e até os simpatizantes do Partido Comunista eram denominados, por um pequeno mas aguerrido e ativo partido, o MRPP (Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado), de "sociais-fascistas". No jornal República , símbolo da resistência republicana e socialista, durante quase todo o período do Estado Novo, aos governos de Salazar e de Marcello Caetano - um grupo de trabalhadores da extrema-esquerda expulsa, a 19 de maio, a Direção, encabeçada por um antigo e respeitado antifascista, Raul Rêgo. Processos semelhantes se tinham verificado nos jornais O Século e Diário de Notícias (embora nestes jornais a nova redação seja afeta ao PCP). Até o Expresso, propriedade de Francisco Pinto Balsemão, inseria com regularidade artigos favoráveis ao MRPP; a Direção da Rádio Renascença (propriedade da Igreja Católica) havia sido expulsa em maio por um grupo de trabalhadores da própria empresa. Todo o verão de 75 é caracterizado pelos ataques às sedes dos partidos políticos, especialmente do PCP (Partido Comunista Português), que vê várias das suas sedes no Norte do país saqueadas e queimadas. O espetro da divisão do país entre Norte e Sul e entre os Açores (muito ligados, pela emigração, aos Estados Unidos da América) e o continente está presente. A linha de divisão entre o Portugal tradicional e o esquerdista passaria por Rio Maior, onde são organizadas barricadas e cortes da estrada nacional n.º 1 Lisboa-Porto (nesse tempo a autoestrada Lisboa - Porto ia pouco além de Vila Franca de Xira). Os medos dos setores mais à direita e ao centro da sociedade portuguesa centravam-se nas nacionalizações das principais indústrias, iniciadas a partir do "golpe" falhado de 11 de março, bem como nas ocupações de edifícios de habitação e de grandes propriedades agrícolas, isto a par de certo clima de anarquia que se vivia, com greves nas quais os trabalhadores de determinada empresa "exigiam", além de reivindicações económicas, a substituição (o "saneamento") dos responsáveis e gerentes da sua empresa, isto a par de manifestações quase diárias; para os setores da esquerda moderada a questão da "unicidade" sindical (isto é, a defesa, por parte do PCP, de que só deveria existir uma e só uma central sindical), as ocupações dos órgãos de comunicação social, os "saneamentos" de numerosos professores da Universidade e a substituição dos cursos por preleções políticas, sendo os alunos passados sem exame mas sim por "passagens administrativas", isto sem falar da postura dos movimentos feministas que, numa manifestação no Parque Eduardo VII, deitaram ao lixo tachos, panelas e soutiens - símbolos da antiga forma como eram vistas as mulheres. Especialmente significativo era aquilo que a 5.ª Divisão do Estado-Maior das Forças Armadas defendia no "Boletim Oficial do Movimento das Forças Armadas": "Queremos o socialismo, sim... mas não o da Suécia, da Noruega ou da Holanda... o socialismo que queremos é o da República Democrática Alemã, da Polónia, da Bulgária, da Roménia ..." (sic). A nível da sociedade civil, para além das reações mais ou menos espontâneas, e que se traduziram nos citados assaltos a sedes de partidos políticos (é possível que tenham sido organizados mas não existem elementos concretos para o afirmar), a reação política propriamente dita foi encabeçada pelo Partido Socialista, sob a orientação de Mário Soares. Esta postura vale-lhe ser expulso da tribuna de honra nas comemorações oficiais, em Lisboa, do Dia do Trabalhador (1.º de maio). A 10 de julho o Partido Socialista abandona o Governo (presidido por Vasco Gonçalves, um apoiante das posições do Partido Comunista). A 19 de julho o Partido Socialista promove uma gigantesca manifestação na Alameda da Fonte Luminosa, a qual prenunciava já a viragem política do regime. Diante dessa situação começaram a organizar-se movimentos e fações: um grupo de militares, chefiados pelo major Melo Antunes, e no qual participavam outros nomes da Revolução de abril, como Vítor Alves, Vasco Lourenço, etc., elaborou um comunicado, o "Documento dos 9" (8 de agosto), no qual afirmava que a situação tinha de mudar; a posição do primeiro-ministro, coronel Vasco Gonçalves, é posta em causa e este, perdendo o apoio dos representantes do exército na Assembleia do MFA, é obrigado a demitir-se, sendo substituído a 18 de setembro pelo almirante Pinheiro de Azevedo, de uma linha política muito mais moderada. O Partido Socialista e o Partido Popular Democrático faziam parte, conjuntamente com o Partido Comunista, deste Governo. Pinheiro de Azevedo, entretanto, não tinha força militar para impor as suas ideias, pelo que a agitação continuou. O poder militar, pelo menos em Lisboa, estava nas mãos do COPCON (Comando Operacional do Continente), chefiado pelo então brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho. Em finais de outubro e princípios de novembro verificaram-se em Lisboa e no Porto manifestações dos SUV (Soldados Unidos Vencerão), nas quais participaram milhares de soldados rasos fardados. Para que se possa avaliar o estado a que a situação tinha chegado refira-se o seguinte: pretendendo o Governo repor a legalidade na Rádio Renascença (que, como vimos havia sido ocupada) e não tendo forças militares em que pudesse confiar, criou em outubro um grupo especial de 60 homens, a AMI. Mas, não tendo esse grupo poder suficiente para ocupar, e manter a ocupação, da Rádio Renascença, optou por um comportamento "terrorista" - dinamitar a antena emissora dessa Rádio -, o que fez a 7 de novembro. Entretanto o grupo que dirigia a Rádio Renascença adquiriu novo cristal na Alemanha e poucos dias depois as emissões recomeçavam. Aproximava-se assim a hora da verdade: Otelo Saraiva de Carvalho, com o seu reduzido grupo de fiéis, e chefiando o COPCON, sentindo o poder escapar-se-lhe, distribuiu alguns milhares de espingardas metralhadoras G-3 a grupos esquerdistas; a "direita militar", chefiada por Ramalho Eanes e Jaime Neves (comandante do Regimento dos Comandos na Amadora), preparava um contra-golpe. O cerco à Assembleia da República, levado a efeito pelos operários da construção civil, em greve, em 12 de novembro, durante o qual os deputados estiveram impedidos de sair do edifício durante várias horas, acabando por o abandonar entre filas de manifestantes que os apupavam, exceto aos deputados do Partido Comunista, e isto debaixo dos olhos do COPCON - apressou o desfecho. Pressionado, o Conselho da Revolução determina a substituição de vários comandantes militares e a dissolução da Base-Escola de Paraquedistas de Tancos - da qual os soldados e sargentos haviam expulso todos os oficiais. A reação das esquerdas militares - ocupação de algumas bases aéreas enquanto o RALIS na Pontinha controlava os acessos a Lisboa - foi fraca. O Regimento de Comandos, seguindo um plano previamente traçado, ataca o Quartel da Pontinha - no qual os soldados haviam feito alguns dias antes (21 de novembro) juramento de bandeira de punho fechado, em saudação comunista, prometendo defender o socialismo - e o da Polícia Militar, na Calçada da Ajuda. Foi de dois o número de mortos (na Polícia Militar). O COPCON, no Alto de Monsanto, era sobrevoado por aviões com intuitos intimidatórios, assim como Setúbal e o Barreiro, tidos como "bastiões" das "esquerdas". Felizmente, as armas distribuídas aos civis não chegaram a sair dos caixotes e as restantes unidades militares não se movimentaram; um dos mentores do golpe tinha mentalidade claramente democrática (Ramalho Eanes); o presidente da República na altura (general Costa Gomes), embora de simpatias esquerdistas, apoiou politicamente o golpe (mais tarde, em entrevista, viria a afirmar ter evitado várias vezes a guerra civil); o pai ideológico da revolução, o major Melo Antunes, apelou à calma, dizendo que o Partido Comunista era indispensável à democracia; e desta forma a finalização do período revolucionário teve lugar de forma pacífica e não revanchista. Otelo Saraiva de Carvalho viria a ser preso mais tarde juntamente com outros militares, mas essas prisões não viriam a ter carácter de vingança em grande escala.

Onze de março de 1975


Onze de março de 1975 Foi uma tentativa falhada de golpe militar, organizada pelo general António de Spínola, ex-presidente da República.Este incidente político teve na base o clima de afrontamento que se vivia no interior das estruturas das Forças Armadas: de um lado estava o projeto do general Spínola e seus partidários, que exigiam uma concentração do poder político na Presidência, bem como a reestruturação imediata da hierarquia das Forças Armadas, em moldes tradicionais; do outro lado, a persistência, por parte do grupo de capitães mais vanguardistas que estiveram diretamente envolvidos na revolução de 25 de abril de 1974, em não abdicarem de exercer o controlo sobre o processo de democratização, incluindo a independência das colónias de África.Este clima de tensão, agudizando-se cada vez mais, resultou na tentativa de execução do golpe por parte das forças políticas mais conservadoras. No entanto, a movimentação dos partidos políticos (entre eles o PS, o PCP e o MDP/CDE), a atuação do Comando Operacional do Continente (COPCON) e a firmeza dos oficiais da Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas (MFA) rapidamente neutralizariam o golpe.Spínola fugiu para Espanha, juntamente com dezassete outros oficiais implicados, e depois para o Brasil, vindo a fundar o Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), com o intuito de influenciar o decurso dos acontecimentos políticos no País. Só seria de novo autorizada a entrada do general após o triunfo do 25 de novembro de 1975.

PREC (Processo Revolucionário em Curso)

O Processo Revolucionário em Curso – por vezes referido como "Período Revolucionário em Curso" ou, com mais frequência, apenas pela sigla PREC – designa, em sentido lato, o período de actividades revolucionárias, marcante na História de Portugal, decorrido durante a Revolução dos Cravos, iniciada com o golpe militar de 25 de Abril de 1974 e concluida com a aprovação da Constituição Portuguesa, em Abril de 1976. O termo, no entanto, é frequentemente usado para aludir ao período crítico do Verão quente de 1975, com o seu antes e o seu depois, que culmina com os acontecimentos do dia 25 de Novembro.

OTELO SARAIVA DE CARVALHO

Otelo Saraiva de Carvalho
(n. 1936)
OTELO SARAIVA DE CARVALHO
Foi alferes em Angola de 1961 a 1963, capitão de novo em Angola de 1965 a 1967 e também na Guiné entre 1970 e 1973, sendo um dos principais dinamizadores do movimento de contestação ao Dec. Lei nº 353/73, que deu origem ao Movimento dos Capitães e ao MFA. Era o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA e foi ele quem dirigiu as operações do 25 de Abril, a partir do posto de comando clandestino instalado no Quartel da Pontinha. Graduado em brigadeiro, foi nomeado Comandante do COPCON e Comandante da região militar de Lisboa a 13 de Julho de 1975. Fez parte do Conselho da Revolução quando este foi criado em 14 de Março de 1975. Em Maio do mesmo ano integra, com Costa Gomes e Vasco Gonçalves, o Directório, estrutura política de cúpula durante o IV e V Governos Provisórios. Conotado com a ala mais radical do MFA, viria a ser preso em consequência dos acontecimentos do 25 de Novembro. Solto três meses mais tarde, foi candidato às eleições presidenciais de 1976. Volta a concorrer às eleições presidenciais de 1980. Em 1985 foi preso na sequência do caso FP-25. Foi libertado cinco anos mais tarde, após ter apresentado recurso da sentença condenatória, ficando a aguardar julgamento em liberdade provisória.
Em 1996 a Assembleia da República aprovou uma amnistia para os presos do Caso FP-25.

25 de ABRIL: GOLPE MILITAR QUE SE TRANSFORMOU NUMA REVOLUÇÃO


“É hoje um lugar-comum a afirmação de que o 25 de Abril foi um golpe de Estado militar que, pela ampla movimen­tação social a que deu lugar, se transformou em revolução. Mas mesmo o próprio golpe militar ultrapassou os modelos clássicos, normalmente mais orientados para valores de tipo «ordem e autoridade», enquanto o 25 de Abril se propunha, à partida, corrigir os vícios maiores do regime ditatorial que veio a derrubar, ou seja, a ditadura polí­tica, o subdesenvolvimento e a opressão colonial. Por isso atraiu a adesão popular, por isso despoletou um processo revolucionário.”

Pezarat Correia(1), em Revista Crítica de Ciências Sociais, Fevereiro de 1986 
(1) O general Pezarat Correia, major na altura do 25 de Abril, foi um destacado elemento do MFA.

25 de ABRIL 1974:Revoluçao dos Cravos - Grandola, Vila Morena e Junta de Salvação Nacional

Na madrugada de 25 de Abril de 1974, o movimento de capitães concretizou a sua intenção de pôr fim ao regime ditatorial do Estado Novo, com 48 anos de existência, tal como se pode ler no programa do Movimento das Forças Armadas (MFA):
“(…) O Movimento das Forças Armadas nasceu do espírito e do coração de um punhado de oficiais democratas, patriotas e antifascistas que decidiram pôr termo a uma longa noite fascista e iniciar, com todo o Povo português, uma nova caminhada de paz, progresso e democracia (…)”.
 A transmissão pela rádio de duas canções E Depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, que marcava o início das operações e de Grândola Vila Morena, de José Afonso, indicando que a Revolução estava em marcha e era irreversível, serviu de senha para os militares revoltosos.
 Sem praticamente resistência, apenas de alguns homens da PIDE/DGS e com maciço apoio popular, a revolução triunfou. Na sequência do golpe militar, o presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano, o presidente da República, Américo Tomás, e vários dos seus ministros foram presos e, mais tarde, exilados para o Brasil.
 O MFA nomeou uma Junta de Salvação Nacional, composta por sete membros e subordinada ao Presidente, o general António de Spínola, e aos chefes dos três ramos das forças armadas. Esta Junta de Salvação Nacional deveria colocar em prática os princípios do MFA.
Nesse sentido, desmantelou-se o aparelho suporte do Estado Novo – a PIDE/DGS, foi abolida a censura, os presos políticos foram libertados -, e estabeleceram-se medidas tendentes à institucionalização da democracia; iniciou-se o processo de descolonização e incrementou-se a participação cívica dos cidadãos; instaurou-se a liberdade de imprensa e de expressão; formaram-se alguns partidos e associações políticas; outros saíram da clandestinidade a que o regime os tinha sujeito; criaram-se sindicatos. Um ano após a revolução realizam-se as eleições para a constituição de uma Assembleia Constituinte que iria aprovar a Constituição da República de 1976.

Preparar o exame nacional de história

Pois bem caríssimos, o ano letivo chegou ao fim.
Etapa seguinte … os exames!
 Nesta altura, não poderia deixar de vos aconselhar a reler, com particular atenção, todos os conteúdos de aprofundamento e os conceitos estruturantes fixados nos módulos 7, 8 e 9 (do Programa do 12.º ano). Algumas questões requerem o estabelecimento de inter-relações de um ou mais módulos, por isso não devem descuidar o estudo dos restantes. ~
Algumas dicas:
 Façam um plano de estudo.
Leiam os conteúdos, sublinhem e revejam as anotações.
Organizem a informação através de esquemas ou sínteses e interrelacionem essas informações.
Resolvam os testes, exercícios e os exames dos anos anteriores.
Explorem os documentos e usem-nos

 Bom estudo!

Preparar o exame nacional




segunda-feira, 22 de julho de 2013

GLOSSÁRIO:MÓDULO 9 – ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS- TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO ATUAL

África subsariana: a África do Saara ao Cabo da Boa Esperança.
Ambientalismo: designação atribuída às teorias e práticas relacionadas com a preservação do meio ambiente, isto é, de todo e qualquer espaço do Globo e de tudo o que dele faz parte, incluindo a atmosfera, a superfície terrestre e o subsolo.
AYATOLA: guia espiritual; título dado aos chefes religiosos xiitas.
 Biotecnologia: aplicação de processos biológicos à produção de materiais e substâncias para uso industrial, medicinal, farmacêutico, etc. Simplificando, nada mais é do que a ciência que estuda a engenharia genética dos alimentos.
 Cee: Comunidade Económica Europeia - organismo internacional fundado em 1957 para integração económica dos países membros, por meio de uma união aduaneira, de livre circulação de pessoas e bens, de uma política comum agrícola e económica
 Cidadania europeia: O conceito de cidadania europeia surge como complemento ao da cidadania nacional. Antes de se ser cidadão europeu é-se cidadão de uma determinada nação que integre a União Europeia: a cidadania europeia não substitui a nacional. O valor e conceito de cidadania europeia é consagrado de forma importante no projeto da Constituição Europeia, mas a sua origem remonta ao Tratado de Maastricht de 1992, embora já existissem direitos inerentes ao facto de se ter nascido ou possuir cidadania de um determinado país da Europa comunitária. O direito à livre circulação (que já aparece no tratado de Roma, em 1957, fundador da CEE) e permanência em qualquer território dos estados-membros era uma das premissas ao estatuto de cidadania europeia consagrado em Maastricht, tal como o de aceder a cargos públicos sem autoridade pública. Este último tratado apresentou todavia um projeto de cidadania mais consistente, afirmando a possibilidade de se ser eleito ou eleger representantes em eleições para o Parlamento Europeu ou para eleições autárquicas, além de assegurar proteção diplomática e consular aos cidadãos comunitários em países terceiros e outras equiparações de natureza diplomática. Além disso, o direito de Petição ao Parlamento Europeu e a Provedoria de Justiça Europeia são outras das alíneas que reforçaram, em Maastricht, o estatuto de cidadania europeia, enquanto instrumentos de apoio e ao serviço dos cidadãos da União Europeia.
CPLP: Comunidade de Países de Língua Portuguesa( CPLP), onde estão integrados os seguintes Países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau ,Moçambique, Portugal São Tomé e Príncipe e Timor Leste. A CPLP tem como objetivos gerais a concertação política e a cooperação nos domínios social, cultural e económico. Para a prossecução desses objetivos a Comunidade tem promovido a coordenação sistemática das atividades das instituições públicas e entidades privadas empenhadas no incremento da cooperação entre os seus Estados membros.
 Desindustrialização: recuo da importância da indústria na estrutura de emprego e no PIB de um país. Economia de Mercado: forma de vida de um grupo populacional que se dedica à comercialização dos excedentes e onde os metais e a moeda representam um papel fundamental.
 EFTA: No final dos anos 50, os países que não haviam estado na criação da CEE, fundam a EFTA. Países que participam: Portugal, Reino Unido, Suécia, Noruega, Dinamarca, Suíça, Áustria e mais tarde a Finlândia e Islândia.
 Fundamentalismo: Entendemos por fundamentalismo toda e qualquer doutrina ou prática social que busca seguir determinados fundamentos tradicionais, geralmente baseados em algum livro sagrado ou prática de costumes. De modo geral, quando se fala em fundamentalismo, é no fundamentalismo religioso que se pensa. Há, porém, outras formas de fundamentalismo: o fundamentalismo político, o fundamentalismo cultural, o fundamentalismo económico...
 Fundamentalismo Islâmico: corrente, dentro da doutrina islâmica, que defende a conservação da religião islâmica tal como era na origem e a sua aplicação de forma integral, quer ao nível da sociedade, quer ao nível do Estado. Para o fundamentalismo islâmico, a lei religiosa é a lei do estado e o Corão é, simultaneamente, livro sagrado, código sagrado, código civil e constituição.
 GLASNOST : transparência - pretendia ganhar a confiança e participação dos Soviéticos, assim como desmantelar qualquer oposição. Desta forma, pretendendo demonstrar que o sistema político não estava controlado pelo Partido Comunista, libertaram-se presos políticos e inauguraram-se liberdades como a liberdade de expressão individual e a dos meios de comunicação
 Globalização: trata-se da “intensificação das relações sociais mundiais que unem localidades distantes de tal modo que os acontecimentos locais são condicionados por eventos que acontecem a muitas milhas de distância e vice-versa” (Anthony Giddens, Sociology, Oxford, Polity Press,1990). “É a fase posterior à internacionalização e à multinacionalização porque, ao contrário destas, anuncia o fim do sistema nacional enquanto núcleo central das actividades e estratégias humanas organizadas”, nas dimensões económica, política, social e cultural (Boaventura de Sousa Santos.
INTIFADA: Nome com que são internacionalmente conhecidos as rebeliões ou os protestos públicos que os palestinos costumam fazer contra a presença de judeus em seu território. Por extensão, designa qualquer rebelião feita por palestinos, desde que tenha uma motivação política. Nos anos noventa as intifadas ocorreram por quase toda a Palestina. Insurreição popular palestina contra a ocupação da faixa de Gaza e da Cisjordânia pelos israelitas.
 Interculturalidade: processo de interação de duas ou várias culturas. Este conceito surgiu na década de 70 do século XX em França., “no contexto específico da emigração, fruto da necessidade de integração dos filhos de imigrantes e consequentemente adaptação dos métodos educacionais face a uma sociedade cada vez mais multicultural” (João Paulo Oliveira e Costa e Teresa Lacerda).
Liberalismo Económico: doutrina económica que surge na segunda metade do século XVIII e vigente nos séculos XIX e XX, que propõe o sistema de economia de mercado e defende a liberdade dos comportamentos económicos individuais.
 MERCOSUL: espaço de integração e cooperação económica que entrou em vigor em 1991 e abrange a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai.
NAFTA: Zona de comércio livre que abrange os três países da América do Norte- Estados Unidos, Canadá e México.
Neoliberalismo: doutrina defendida por alguns economistas e políticos do nosso tempo que preconiza um certo regresso ao liberalismo do século XIX, isto é, a não intervenção do Estado, a defesa da iniciativa privada e a livre concorrência.
 OECE/OCDE: Os países europeus que aceitaram a ajuda americana após a guerra, em 1948 criam a OECE, para coordenarem a aplicação deste auxílio. Países que participaram: Portugal, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Itália, Alemanha Federal, Reino Unido, Áustria, Suíça, Dinamarca, Noruega, Suécia, Islândia, Grécia, Turquia, Irlanda e depois a Espanha (1959)
 ONG: As Organizações não governamentais (também chamadas de organizações não governamentais sem fins lucrativos), também conhecidas pelo acrónimo ONG, são associações do terceiro sector, da sociedade civil, que se declaram com finalidades públicas e sem fins lucrativos, que desenvolvem ações em diferentes áreas e que, geralmente, mobilizam a opinião pública e o apoio da população para melhorar determinados aspetos da sociedade.
Palop: (sigla de PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA). Os palops são Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique; a lusofonia acrescenta o Brasil e Portugal.
 PERESTROIKA: reestruturação- Política reformista conduzida, na década de 80, pelo presidente Mikhail Gorbatchev. Decisões:- fim do regime comunista instaurado na União Soviética - renúncia à economia planificada - aceitação das regras do mercado livre - instauração de um regime parlamentar e necessariamente a liberdade do funcionamento de partidos políticos.( GLASNOST)
 Pnud: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
 Pós-modernismo: movimentos artísticos surgidos nas artes e na literatura no último quartel do século XX que se caracterizam pela rutura com o modernismo, embora possam recorrer com liberdade e imaginação a técnicas e estilos do passado. Por vezes o termo confunde-se com o pós-moderno.
 SIONISMO: Sião que é o sinónimo de Jerusalém, terra de Israel (terra prometida aos Judeus por Moisés). Sionismo é o movimento judaico iniciado no séc. XIX e que pretendia criar um país para os judeus que, desde o séc. I haviam ficado sem pátria
 Subdesenvolvidos (países):Um país em desenvolvimento ou subdesenvolvido possui um padrão de vida relativamente baixo, uma base industrial subdesenvolvida e um índice de desenvolvimento humano variando de moderado a baixo. Normalmente esta denominação é utilizada para situar países com grau de desenvolvimento intermédio, situados abaixo do nível dos países desenvolvidos, mas em estágio superior se comparados com os países menos desenvolvidos do mundo. Este termo tende a substituir outros termos como a designação “Terceiro Mundo”, utilizada durante o período da Guerra-fria para referenciar os países não desenvolvidos de economia capitalista.
Sunita: muçulmano que reconhece a autoridade dos quatro prieiros califas. Segue a Sunna (conjunto das normas tradicionais).
SUPRANACIONAL: carácter do que está acima das decisões dos Estados nacionais. Na União Europeia significa que as decisões tomadas pela EU estão acima e obrigam os Estados-membros.
 Terrorismo: Terrorismo consiste no uso de violência, física ou psicológica, por homens, ou grupos políticos, contra uma população ou governo, com o objetivo de fazer o maior número de vítimas possível. Também é uma forma de protestarem contra algo que não acham correto, ou, que vá contra a sua cultura. Atualmente o terrorismo tem sido usado não só para danos físicos mas também psicológicos que obtêm sobre o público e sobre a imprensa. Os terroristas normalmente indevidos dos países mais pobres, com uma cultura mais conservadora e também por o seu país se encontrar em guerra.
 Tribalismo: organização social com forte sentimento de pertença a um grupo, própria das sociedades tribais, que rejeita outros grupos, pois vê-os como rivais/inimigos. Assim, a existência de vários grupos deste tipo num mesmo Estado é impeditivo da identidade nacional, necessária ao mesmo.
 UE: A União Europeia, antigamente chamada de Comunidade Europeia, é uma organização internacional constituída, atualmente, por 27 Estados membros. Foi estabelecida em 1992, através de um tratado, conhecido como ¨Tratado de Maastricht¨ , e tem sedes em Bruxelas, Luxemburgo e Estrasburgo. Seus principais pontos são: unidade da moeda, o ¨euro¨, mercado único europeu ( união aduaneira) e políticas conjuntas para a pesca, transporte, agrícola , meio ambiente, etc.
 Xenofobia: Xenofobia é o medo natural ou uma fobia que o ser humano normalmente tem ao que é diferente ou o que não seja natural.
Xenofobia é também um distúrbio psiquiátrico ao medo excessivo e descontrolado ao desconhecido ou diferente. É uma palavra ainda usada num sentido amplo referindo-se a qualquer forma de preconceito, racial, a um grupo ou cultural. Apesar de ser aceite, este significado gera confusões, associando xenofobia a preconceitos, levando a crer que qualquer preconceito é uma fobia.
 XIITA: corrente muçulmana que defende que a sucessão religiosa e política do profeta Maomé deve restringir-se à sua família e descendentes. Caracteriza-se por uma maior defesa da tradição. Os lugares santos dos xiitas, além dos comuns a todo o Islão (Meca, Medina e Jerusalém), são Karbala, Nadjaf,Reshed e Kazimeya. Muitos movimentos islâmicos radicais são xiitas.