quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Independência da Índia: Não-violência e desobediência civil de Ghandi

Independência da Índia: Não-violência e desobediência civil de Ghandi

Entre as consequências da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pode-se apontar a descolonização e o surgimento de várias novas nações na África e na Ásia.
São países que se libertaram do jugo das velhas potências colonialistas, como a Argélia e o Congo, continente africano, e o Laos, a Tailândia, o Camboja e a Indonésia, no asiático. Contudo, um dos momentos mais importantes desse processo foi a independência da Índia.
País de dimensões continentais, com cerca de 3,3 milhões de km², o país - dividido em vários principados - era dominado pela Inglaterra desde o século 18 e constituía uma das mais importantes colônias britânicas sob o aspecto econômico. Em 1885, surgiu o primeiro movimento nacionalista na região, encabeçado por intelectuais indianos.
Entretanto, até o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o movimento nada conseguiu. A partir daí, passou a enfrentar uma Inglaterra enfraquecida economicamente e com dificuldades para manter seu extenso império, construído ao longo dos séculos 18 e 19. Por outro lado, a Índia estava marcada há cinco séculos pela divisão religiosa entre hindus e muçulmanos, grupos religiosos que criaram suas próprias organizações políticas em prol da independência.
"Mahatma" Gandhi
O grupo que se destacou foi o Partido do Congresso, que reunia os hindus. Contava com um líder extraordinário, o advogado Mohandas Gandhi, chamado de "Mahatma" ou "Grande Alma", nome que ele mesmo rejeitava. Gandhi pregava a resistência à dominação e a luta contra os britânicos por meio da não-violência e da desobediência civil, métodos que já havia empregado contra o Apartheid, na África do Sul, onde vivera.
A ação de Gandhi consistia em desobedecer as leis inglesas sem se importar em sofrer as consequências do ato, em boicotar os produtos ingleses, em fazer greves de fome para que hindus e muçulmanos deixassem de lado as divergências religiosas e se unissem em favor da causa comum: a independência. Sua figura acabou por conquistar admiradores no mundo todo, inclusive na Inglaterra e o gandhismo inspira até hoje os movimentos pacifistas.
Ainda assim, os adeptos do islamismo na Índia se uniram na Liga Muçulmana, sob o comando de Mohamed Ali Jinnah, decididos a agir por conta própria o que os levava a frequentes choques com os hindus. Os governantes ingleses se aproveitavam dessas realidades e as insuflavam, como forma de retardar o processo de independência.
Concessão da Independência e conflito com o Paquistão
A Segunda Guerra Mundial, porém, enfraqueceu ainda mais a Inglaterra, de modo que, ao fim do conflito, não conseguiu mais manter o domínio sobre a Índia. Em 15 de agosto de 1947, a independência da Índia foi concedida. O país, porém, ainda enfrentava forte tensão entre os grupos religiosos rivais e se fragmentou em dois, a Índia propriamente dita e o Paquistão, sendo que este estava geograficamente dividido em Oriental e Ocidental, com um enclave indiano entre ambos.
Portanto, a violência religiosa e a disputa por terras prevaleciam. Gandhi que pregava a paz e a união de hindus e muçulmanos foi assassinado em 1948 por um radical hindu. No mesmo ano, a ilha do Ceilão, a sudeste do subcontinente indiano, tornou-se um Estado independente, com o nome de Sri Lanka. Do mesmo modo, o Paquistão oriental formaria um novo país, Bangladesh, em 1971.
Hoje, na República da Índia, os conflitos entre hindus e muçulmanos são menores, embora persistam. Outros dois grupos religiosos também têm força no país, os budistas e os sikhs, uma seita hinduísta com características próprias. As relações com o Paquistão ainda são conflituosas, em especial no que se refere à província indiana da Caxemira, no norte do país.

11 de setembro de 2001: O maior atentado terrorista de todos os tempos

Vitor Amorim de Angelo

Existem eventos que só se transformam em datas históricas tempos depois, quando, em retrospectiva, atribui-se a eles uma importância crucial para os rumos tomados pela História. Mas há também alguns fatos que já nascem com a marca da mudança, tão evidente é a sua importância para os caminhos percorridos depois. Nem é preciso algum afastamento para concluir que tal evento será, para sempre, um divisor de águas da História – um acontecimento que, seja qual for a forma como venha a ser narrado o passado, jamais deixará de estar presente na linha do tempo como um ponto de inflexão, de mudança de rumo. Este é, precisamente, o caso do 11 de setembro de 2001. Naquele final de inverno nos Estados Unidos, os norte-americanos e o mundo viveram um dia que para sempre será lembrado como histórico – e também como trágico.
Os ataques à Nova York e ao Pentágono
Eram quase 9h da manhã em Nova York quando um avião sequestrado por terroristas islâmicos teve sua rota desviada em direção a uma das torres do World Trade Center – um dos prédios mais altos do mundo. Inicialmente, imaginou-se que se tratava de um acidente aéreo de grandes proporções, mas não de um ataque premeditado. Porém, quando cerca de 20 minutos depois um outro avião chocou-se contra a segunda torre do WTC, ficou claro que os Estados Unidos estavam sendo vítimas de atentados terroristas cuidadosamente planejados
Poucos minutos mais tarde, um terceiro avião, também sequestrado, foi jogado contra o Pentágono, a central de inteligência norte-americana, cuja sede fica próxima à capital do país, Washington D.C. Havia ainda um quarto avião, que acabou caindo na Pensilvânia antes de atingir seu alvo. Segundo as investigações feitas posteriormente, o plano dos terroristas era jogar a aeronave contra o Capitólio – a sede do Poder Legislativo dos EUA.
Em Nova York, o choque dos aviões contra as torres do WTC desestabilizaram a estrutura dos edifícios, que caíram cerca de duas horas depois dos ataques. Antes disso, entretanto, uma cena desoladora foi transmitida ao vivo pelas televisões de todo o mundo: desesperadas, pessoas que estavam acima dos andares atingidos pelos aviões, sem terem como fugir dos prédios em chamas, jogavam-se do alto das torres. No fim, morreram elas, os bombeiros que haviam chegado ao WTC para socorrer os feridos pelo primeiro ataque, os passageiros dos quatro aviões, funcionários do Pentágono, inúmeras pessoas que trabalhavam nas torres gêmeas de Nova York, entre outros, num total de quase 3 mil pessoas.
Desdobramentos do 11 de setembro para os EUA e o mundo
Se o impacto humano dos ataques de 2001 foi evidente, o 11 de setembro teve desdobramentos que vão muito além da morte de milhares de pessoas. Imediatamente, as bolsas de valores do mundo todo entraram em crise. Afinal, afora as incertezas quanto ao impacto do 11 de setembro sobre a economia mundial, os ataques provocaram perdas humanas inestimáveis para muitas empresas sediadas no WTC, mobilizaram as companhias de seguros numa proporção poucas vezes vista e prejudicaram enormemente o mercado de aviação civil nos EUA e no mundo.
Do ponto de vista social, os ataques também trouxeram para o primeiro plano os muçulmanos radicais, favoráveis à guerra santa – a chamada Jihad islâmica. Não raro passou-se a confundir árabes com muçulmanos de todas as matizes, como se fossem, todos, homens e mulheres-bombas dispostos a atacar qualquer ponto em qualquer lugar e a qualquer momento. Disso para o preconceito e a intolerância étnica e religiosa foi passo apenas. No cotidiano dos cidadãos norte-americanos, a vida seguiu sob a sombra de uma nova ameaça terrorista, o que exigiu mudanças de hábitos, sobretudo em termos de segurança pública.
Militarmente, os desdobramentos do 11 de setembro foram enormes. Os ataques podem gerar a falsa impressão de que não havia terrorismo antes de 2001, o que é uma inverdade. Mas, tendo em vista que aquele episódio foi, simultaneamente, não apenas o principal ataque terrorista da História como também o primeiro ataque estrangeiro contra civis sofrido pelos EUA em território norte-americano, a resposta do governo foi contundente.
De um lado, o então presidente George W. Bush fez aprovar o USA Patriot Act, que concedeu ao governo a prerrogativa de, numa democracia, poder invadir lares, espionar cidadãos, interrogar suspeitos de espionagem ou terrorismo (inclusive empregando tortura) sem lhes dar direito à defesa ou a julgamento. Ou seja, medidas antidemocráticas, que tolhiam as liberdades civis, passaram a ser vistas como necessárias para salvar a própria democracia. De outro lado, os EUA lideraram, com a participação de vários países, a chamada Guerra ao Terror contra o Eixo do mal, que levou à invasão ao Iraque e ao Afeganistão, acentuando ainda mais o antiamericanismo no mundo islãmico.Se as mortes de Saddam Hussein e Osama bin Laden porão fim ao choque de civilizações e de culturas que marcou o primeiro decênio do século XXI é uma questão ainda em aberto.
Vitor Amorim de Angelo é historiador e doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente é professor do mestrado em Ciências Sociais da Universidade Vila Velha.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CONTEÚDOS PARA EXAME

Conteúdos
Relativamente aos conteúdos, o Programa da disciplina acentua a importância da história de Portugal e da história contemporânea na formação do aluno e define globalmente uma orientação metodológica que implica a progressiva construção do saber histórico.
A prova incide nos conteúdos de aprofundamento e nos conceitos estruturantes fixados nos módulos do último ano curricular do programa de História A.
Poderão ser requeridas articulações entre estes conteúdos e estes conceitos e os restantes sempre que
a orientação fixada nos módulos o exija.
Assim, são objeto explícito de avaliação os conteúdos de aprofundamento dos módulos 7, 8 e 9 do Programa de História A.