sábado, 29 de dezembro de 2012

Parecer sobre a Prova escrita de História A, 12º ano de Escolaridade


Parecer sobre a Prova escrita de História A, 12º ano de Escolaridade
Prova 623/1ª Fase; 2012
Uma prova de História de final do ensino secundário deve ser uma prova exigente, que
teste não apenas os conhecimentos adquiridos pelos alunos, mas também as suas
competências históricas, desenvolvidas ao longo dos três anos que constituem este ciclo
de ensino. Entre estas competências, contam-se a capacidade crítica e a capacidade de
refletir sobre determinados acontecimentos e processos, partindo da análise de
documentos variados e, por vezes, contraditórios.
Neste sentido, considera a APH que a prova de História A do 12º ano é uma prova
equilibrada em termos cronológicos e quanto aos conteúdos escolhidos, abrangendo três
momentos fundamentais da História contemporânea, mundial e nacional (Revolução
Soviética, Estado Novo, Globalização e Problemas Transnacionais).
A mudança, conceito de segunda ordem, constitui a linha condutora da prova, estando
presente nos três grupos que a constituem.  Paralelamente, a prova estabelece uma outra
linha condutora entre os dois primeiros grupos  - o impacto económico e social de
determinadas políticas levadas a cabo por regimes totalitários de esquerda e de direita.
Consideramos que a existência destas ligações entre grupos e questões é importante, já
que evita, de alguma forma, a dispersão na reflexão de quem está a resolver a prova.
Consideramos as questões colocadas como adequadas aos documentos fornecidos,
existindo também uma preocupação em apresentá-los de vários tipos - encontramos na
prova documentos escritos, imagens e gráfico. Neste ponto, o único senão é o facto de
todos eles serem fontes primárias, não existindo nenhuma reflexão historiográfica sobre
os temas em análise.
Consideramos positiva a introdução de dois documentos com perspetivas contrárias
(documentos 3 e 4 do grupo II), apesar de considerarmos que se poderia ter ido um pouco
mais longe - para quando a introdução da multiperspetiva?
Quanto aos critérios de classificação, consideramos que foi feito um grande esforço nesse
sentido. São suficientemente variados para cobrirem a grande maioria das hipóteses de
resposta, facilitando o trabalho dos professores classificadores, eliminando algumas
possíveis injustiças e assim estabelecendo uma maior equidade entre todos ao alunos
sujeitos a esta prova.
A Direção da APH

Parecer sobre a Prova escrita de História A, 12º ano de Escolaridade
Prova 623/2ª Fase; 2012
A APH  considera  que a prova de História A do 12º ano é uma prova
equilibrada em termos cronológicos e quanto aos conteúdos escolhidos,
abrangendo três momentos fundamentais da História contemporânea, mundial e
nacional (Portugal e o mundo após a Primeira guerra Mundial,  O mundo
capitalista ocidental da Segunda Guerra Mundial à atualidade, o 25 de abril e as
opções da política externa portuguesa).
Mais uma vez se verifica, à semelhança da Prova de História A da 1ª fase,
que a prova possui uma lógica interna, conseguida através da existência de uma
linha condutora,  marcada pelos conceitos de rutura  e de mudança.  Neste caso
particular, mudanças ocorridas no mundo e em Portugal após os momentos de
rutura que são as duas guerras mundiais e a revolução do 25 de abril de 1974.
Consideramos, como já o fizemos para a prova da 1ª fase, que a existência
destas ligações entre grupos e questões é importante, já que evita, de alguma
forma, a dispersão na reflexão de quem está a resolver as provas.
Consideramos as questões colocadas como adequadas aos documentos
fornecidos, existindo também uma preocupação em apresentá-los de vários tipos -
encontramos na prova documentos escritos, imagens e  tabela. Neste ponto, o
único senão é o facto de todos eles serem fontes primárias, não existindo nenhuma
reflexão historiográfica sobre os temas em análise.
Consideramos positiva a introdução de dois documentos com perspetivas
contrárias (documentos 3 e 4 do grupo II).
Quanto aos critérios de classificação,  a nossa reflexão é idêntica à que
efetuámos para a prova da 1ª fase.
A Direção da APH

domingo, 21 de outubro de 2012

PROVAS ESCRITAS: Critérios de classificação


Nas respostas a cada item, deve ser considerado, de acordo com o tipo de tarefa solicitada, o desempenho
relativamente às competências seguintes:
• analisa fontes de natureza diversa, distinguindo informação explícita e implícita, assim como os seus limites
para o conhecimento do passado;
• situa cronológica e espacialmente acontecimentos e processos relevantes, relacionando-os com os
contextos em que ocorreram;
• identifica a multiplicidade de factores e a relevância da acção de indivíduos ou de grupos relativamente a
fenómenos históricos circunscritos no tempo e no espaço;
• situa e caracteriza aspectos relevantes da história de Portugal, europeia e mundial;
• relaciona a história de Portugal com a história europeia e mundial, distinguindo articulações dinâmicas e
analogias/especificidades, quer de natureza temática, quer de âmbito cronológico, regional ou local;
• elabora e comunica, com correcção linguística, sínteses de assuntos estudados:
– estabelecendo os seus traços definidores;
– distinguindo situações de ruptura e de continuidade;
– utilizando, de forma adequada, terminologia específica.
Todas as respostas devem ser analisadas considerando os seguintes aspectos:
• relevância relativamente à questão formulada no item;
• articulação obrigatória com as fontes;
• forma como a fonte é explorada, sendo valorizada a interpretação e não a mera paráfrase;
• correcção na transcrição de excertos das fontes e pertinência desses excertos como suporte de argumentos;
• mobilização de informação circunscrita ao assunto em análise;
• domínio da terminologia específica da disciplina.

Relativamente à interpretação do(s) documento(s) e de acordo com o tipo de tarefa solicitada, devem ser
consideradas nas respostas as operações seguintes:
• identificação da informação expressa nas fontes apresentadas;
• explicitação do significado de elementos presentes nas fontes;
• cotejo da informação recolhida nas diversas fontes;
• esclarecimento da pertinência das fontes para os problemas levantados;
• contextualização cronológica e espacial da informação contida nas fontes;
• estabelecimento de relações entre a informação presente nas várias fontes e a problemática organizadora
do conjunto;
• mobilização de conhecimentos de realidades históricas estudadas para analisar fontes;
• síntese de aspectos relacionados com aprendizagens estruturantes do Programa, em articulação com as
fontes apresentadas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DA PROVA


Todas as respostas são analisadas, considerando os seguintes aspectos:
-relevância relativamente à questão formulada no item;
 -forma como a fonte é explorada, sendo valorizada a interpretação e não a mera paráfase; 
-correção na transcrição de excertos das fontes e pertinência desses excertos como suporte de argumentos;
-mobilização de informação circunscrita ao assunto em análise; 
-domínio da terminologia específica da disciplina.
DICAS PARA A REALIZAÇÃO DO TESTE
1- LER. Deve perder tempo a ler o teste integralmente, nunca tente responder a questões sem primeiro perceber oque é que se pretende.
2- TEMPO. Reparta o tempo disponível pelo número de questões do teste, reservando um pouco mais para aquelas que considerar mais difíceis.
3- FÁCIL. Comece por responder às questões que considerar mais fáceis.
4- ESQUEMA. Nunca deixe a folha de rascunho em branco. Faça um esquema da resposta com os tópicos da pergunta.
5- ORDENADO. Uma boa maneira para evitar “andar em círculos”, repetindo a mesma ideia vezes sem conta é estruturar bem a resposta em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Escreva tudo.
6- BEBER AS FONTES (DOCUMENTOS). O esquema de resposta deverá incluir sempre as conclusões da analise dos documentos, contextualizar, temporal, e espacialmente, bem como os conceitos fundamentais.
7- ESCREVER. É preciso ir com calma. Atenção aos erros ortográficos. Tais como os nomes de líderes políticos tratados, conceitos e lugares corretos.
8- RELER. A leitura final do teste, antes de o entregar, deve ser feita pausadamente e com objetivo de detetar lacunas de informação e de melhorar a expressão escrita.

sábado, 8 de setembro de 2012

PERIODIZAÇÃO EM HISTÓRIA

No conceito de tempo histórico, período é a dimensão temporal decorrida entre dois factos ou mesmo duas épocas, de maior ou menor dimensão cronológica. Esta noção abrange, no conceito mais lato de periodização histórica, as divisões da História, podendo traduzir-se por "época". O período será assim o tempo histórico considerado entre acontecimentos (ou factos) fundamentais e convencionalmente definidos para balizar o seu princípio e fim. Existem períodos longos e períodos curtos, os quais se encaixam no âmbito de ocorrência dos de maior dimensão, por conseguinte. Os critérios de periodização da história são diversos e resultantes de vários fatores ou circunstâncias históricas, consoante a análise e perspetivação dos contextos espácio-temporais que os enquadram. Por período poder-se-á assim entender também época histórica:
- Pré-história (da origem do homem à invenção da escrita), englobando períodos menores como o Paleolítico (c. 2 000 000 anos - 10 000 a. C.) e o Neolítico (c. 10 000 - c. 4 000 a. C.)
- História - c. 4 000 - ? (a proto-história pode-se englobar neste macroperíodo)
- História Antiga/ Antiguidade - c. 4 000 a. C - 476 (queda Império Romano do ocidente)
- Idade Média - 476 - 1453 (tomada de Constantinopla pelos Turcos)
- Época Moderna - 1453 - 1789 (Revolução Francesa)
- História Contemporânea - até aos nossos dias

Estas datações são variáveis no tempo e no espaço e na ótica dos historiadores e das várias correntes historiográficas. Podem-se dividir cada um outros períodos (Épocas Pré-Clássica e Clássica, na Antiguidade, por exemplo). Dentro destes períodos da História, surgem as noções de tempo longo (estrutura) e tempo curto (conjuntura, ciclo, facto).

NUMERAÇÃO ROMANA

Como funcionava o sistema de numeração Romana?
As 7 letras que os Romanos utilizavam como numerais são:


1:I
5:V
10:X
50:L
100:C
500:D
1000:M

Repetindo cada símbolo duas ou três vezes (nunca mais que três) o número fica duas ou três vezes maior: Os símbolos V, L e D não se repetem.
2:II
3:III
20:XX
30:XXX
200CC
300CCC
2000MM
3000MMM

As letras I, X ou C colocam-se à esquerda de outras de maior valor para representar a diferença deles, obedecendo às seguintes regras:
I só se coloca à esquerda de V ou de X;
X só se coloca à esquerda de L ou de C;
C só se coloca à esquerda de D ou de M;


Se a um símbolo colocarmos à sua direita um símbolo de menor valor, este último símbolo soma o seu valor ao valor do outro. Assim:
6:VI (5+1)
12:XII (10+2)
53:LIII (50+3)
110:CX (100+10)


Se a um símbolo colocarmos à sua esquerda um símbolo de menor valor, este símbolo diminui o seu valor ao valor do outro:
4:IV (5-1)
9:IX (10-1)
40:XL (50-10)
90:XC (100-10)
400: CD (500-100)
900:CM (1000-100)


Cada barra sobreposta a uma letra ou a um grupo de letras multiplica o seu valor por mil:
_
V:5000
_
XV
:15000

_ _
IV: 4000000
_
L:50000


FICHA DE TRABALHO

1.Representa em numeração Romana os números da tabela:
49
64
99
4444
12453
8008008

2.Representa em numeração Árabe os números da tabela:
CCCL
CCXX
DCCV
CCCLIX
MCLXII
CMXLIV

3.Completa as frases com a data em numeração Romana:
Portugal tornou-se um reino independente em_____ . (1143);
Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões foram publicados a primeira vez em_____ . (1572);
Em Portugal, a República substituiu a Monarquia em_____ . (1910);
O poeta Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em ______ . (1888);
O "25 de Abril" deu-se em______ . (1974)

Um desafio...
Quantos números se podem representar, no sistema de numeração romano, utilizando exactamente três fósforos?

Uma Curiosidade...
Os Romanos, frequentemente, escreviam IIII (4) em vez de IV. Isto, ainda hoje, pode observar-se nas esferas de alguns relógios. A numeração romana usou-se na numeração de livros nos países europeus até ao século XVIII.

Soluções:
Numeração Romana:
1.
XLIX
LXIV
XCIX
IVCDXLIV
XIICDLIII
VIIIVIII
2.
350
220
705
359
1162
944
3. As datas são as seguintes:
MCXLIII; MDLXXII; MCMX; MDCCCLXXXVIII; MCMLXXIV.
Resposta ao desafio:
As hipóteses possíveis são: III, VI, IV, IX, XI, LI, C(sem ser curvo), V , L e X. Ou seja, são dez hipóteses!
AGORA OBSERVA!!!

APRENDER A LINGUAGEM DO TEMPO HISTÓRICO


A Cronologia é a ciência do tempo, que se ocupa a ordenar e datar os acontecimentos. Desde cedo, os Homens arranjaram marcos a partir dos quais faziam a contagem dos anos. Assim nasceram as Eras.
Hoje, o mundo rege-se pela Era Cristã, mas nem sempre foi assim, como podes ver na tabela
ERA
…das Olimpíadas
…da fundação de Roma
…de César ou Hispânica (1)
…de Cristo (2)
…de Maomé
ACONTECIMENTO ESCOLHIDO PARA O INÍCIO DA CONTAGEM
Primeiros Jogos Olímpicos
Fundação de Roma
Conquista definitiva da Península Ibérica pelos Romanos
Nascimento de Cristo
Hégira (fuga de Maomé de Meca para Medina)
ANO DO INÍCIO DA CONTAGEM
776 a.C.
753 a.C.
38 a.C.
1 d.C.
622 d.C
1 – A Era de César ou Hispânica foi usada em Portugal até 1422 (Reinado de D. João I).
2 – A era universalmente adoptada: Era Cristã.
BARRA CRONOLÓGICA
PRÉ-HISTÓRIA
Antes da invenção da escrita:
IDADE DA PEDRA
PALEOLÍTICO: Do aparecimento do Homem à invenção da agricultura.
NEOLÍTICO: Da invenção da agricultura à invenção da escrita.
HISTÓRIA
Depois da invenção da escrita:
IDADE ANTIGA: Do 4.º milénio a.C. (invenção da escrita) a 476 d.C. (queda do Império Romano do Ocidente).
CIVILIZAÇÕES PRÉ-CLÁSSICAS: Do 4.º milénio a.C. (invenção da escrita) ao início do século V a.C. (apogeu grego).
CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS: Do século V a.C. a 476 d.C. (civilizações grega e romana).
IDADE MÉDIA: De 476 d.C. a 1453 d.C. (queda do Império Romano do Oriente – Império Bizantino).
IDADE MODERNA: De 1453 a 1789 (início da Revolução Francesa)
IDADE CONTEMPORÂNEA: De 1789 aos nossos dias.
A CONTAGEM DO TEMPO
A contagem do tempo é feita em função da data do nascimento de Cristo (Era Cristã). Se um facto ocorreu antes, acrescentamos à frente da data a sigla a.C.; se aconteceu depois, não precisamos de acrescentar a sigla d.C. (embora nada nos proíba de o fazer).
Antes de Cristo (a.C.) Depois de Cristo (d.C.)
ANOS: 400 a.C. 300 a.C. 200 a.C. 100 a.C. 1 a.C._ Nascimento de Cristo_1 100 200 300 400
SÉCULOS: IV a.C III a.C. II a.C I a.C. I II III IV
Podemos, também, agrupar os anos em conjuntos, como nos seguintes exemplos:
DESIGNAÇÃO / Nº DE ANOS
Um lustro / 5
Uma década / 10
Um século / 100
Um milénio / 1000
CONVERSÃO DE SÉCULOS EM ANOS E ANOS EM SÉCULOS
Quando começa e quando termina um século? Eis alguns exemplos para perceberes:
Século I : Do ano 1 até ao fim do ano 100
Século II: Do ano 101 até ao fim do ano 200
Século XI: Do ano 1001 até ao fim do ano 1100
Século XVI: Do ano 1501 até ao fim do ano 1600
Século XX: Do ano 1901 até ao fim do ano 2000
Século XXI: Do ano 2001 até ao fim do ano 2100
Quando uma data termina em dois zeros, o número das centenas indica o século
Assim: O ANO PERTENCE AO:
100 : Século I
1000: Século X
1100: Século XI
2000: Século XX
Quando uma data não termina em zeros, soma-se uma unidade (1) ao número das centenas:
Assim:O ANO PERTENCE AO:
044 a.C Século I a.C. (0 + 1 = 1) (as datas antes de Cristo são sempre assinaladas com a sigla a.C.)
014 Século I (0 + 1 = 1) (as datas depois de Cristo não precisam de ser assinaladas com a sigla d.C.)
476 Século V (4 + 1 = 5)
1998 Século XX (19 + 1 = 20)
2008 Século XXI (20 + 1 = 21)

TEMPO HISTÓRICO


O tempo histórico (também chamado a "ciência dos homens no tempo") compreende uma série de níveis e noções que contribuem para a sua formação. São eles a estrutura (que é permanente e inalterável, situando-se no tempo longo e aplicando-se a âmbitos como o cultural, geográfico, social, económico, político, ecológico e psicológico, entre outros), a conjuntura (por natureza cíclica, que se integra no tempo de média duração entre a estrutura e o evento, e consta de oscilações de maior ou menor dimensão em áreas como a cultural, a económica, a social e a política) e o evento (nível que se localiza no tempo curto e corresponde a uma ocorrência singular, excecional e passageira que parece independente de outras ocorrências e indica mudança). Fernand Braudel historiador francês que viveu entre os anos de 1902 e 1985, desenvolveu uma série de noções temporais que se tornaram basilares no estudo da História, como foi o caso do chamado tempo curto - que compreende os acontecimentos de breve duração como as ocorrências casuais, a história de eventos, da vida quotidiana e individual - do tempo cíclico, de rápida cadência e localização intermédia entre o tempo curto e o longo, que abrange as correntes e retrocessos no âmbito material e os ciclos económicos (entre outros) na história conjuntural - e do tempo longo ou longa duração. Este último conceito abarca a história estrutural, que contém componentes caracterizadas pela sua estabilidade e longevidade e que por estas mesmas razões não são de perceção direta e imediata, ou seja, podem passar desapercebidos na fase de perceção, necessitando da ajuda de fontes de cariz diverso. O tempo, por natureza contínuo, compreende uma série infinita de mudanças, que funcionam como renovação e quebra desta mesma continuidade. A interação entre estes dois fatores forma a estrutura daquilo a que se chama tempo histórico.

HISTÓRIA


A História na Antiguidade
Os autores clássicos, como Heródoto, Tucídides e Políbio entre os gregos, e Tito Lívio e Tácito entre os romanos, como nomes maiores, incluiram o facto histórico dentro das leis imutáveis que comandam a natureza e os seus ritmos, à frente das quais está o ciclo biológico, pelo qual a história é um ciclo sem princípio nem fim transcendental. Caracterizava-se, segundo aqueles pensadores, por ser um facto humano, não dos deuses, e sempre presente. O objeto do conhecimento histórico, apesar de aparentemente se debruçar sobre o indivíduo e as diversas situações circunstanciais que ocorrem no espaço e no tempo, prende-se acima de tudo com as essências permanentes no tempo, sempre sujeitas a um ciclo. Estas essências eram, segundo os autores clássicos, a sua própria cultura em oposição àquilo que designavam de "bárbaros", as pólis, a cidade de Roma e todo o seu império, a "democracia" ateniense, a criação artística, entre outras. Foi entre os clássicos que surgiu o primeiro manual básico para o historiador, com Luciano de Samóstata (122-200), no seu Como Escrever História, em que sublinhava a imparcialidade e a escravidão do historiador à verdade, a clareza do discurso e isenção. A mensagem histórica ganhou acima de tudo, com os gregos e romanos, poder narrativo, já que antes não passava de registos ligados a genealogias reais ou bíblicas ou a atos de governação próprios dos povos pré-clássicos. Já assim faziam os antigos chineses e japoneses.

A História na Idade Média
O Cristianismo bipolarizou a história, concebendo duas linhas de projeção, a natural e a sobrenatural, uma tendência aliás que já se desenhava no helenismo tardio e nas correntes bíblicas dos hebreus. No entanto, estas duas projeções dependiam sempre da vontade superior de Deus, o que conferia um sentido transcendental à historiografia de matriz cristã. Este sentido não é completamente percebido pelo homem, mas encaixa-se na fé, ganhando um sentido de história providencial de matriz agostiniana. As principais correntes desta matriz historiográfica são: a bíblica, a patrística (Santo Agostinho, por exemplo, com a sua filosofia da história) e a escolástica, esta já medieval, teorizada e desenvolvida por São Tomás de Aquino. Deus, a Divina Providência, era o grande regulador do devir histórico, da marcha do mundo na patine dos tempos. Da historiografia medieval, cujos géneros maiores são as crónicas, cronicões e as hagiografias. Os autores mais afamados foram Froissart, Comines, Ayala e, em Portugal, Fernão Lopes. A historiografia medieval estava quase sempre regulada por interesses régios ou eclesiásticos, ganhando assim um carácter apologético e laudatório, um pouco como as crónicas dos séculos XVI, XVII e XVIII.

A História depois do Renascimento
No Renascimento, dá-se a laicização da ciência histórica, afastando-se o facto humano da teologia, como fez Dante e Maquiavel e, principalmente Jean Bodin, que deu uma perspetiva muito mais abrangente e plural, num plano empírico e portanto científico, ao conceito e objeto da história, defendendo a sua articulação com outros ramos do conhecimento humano. Para além da redescoberta e imitação dos clássicos, a imprensa será o grande suporte material, a par de um certo enriquecimento dos Estados e o aparecimento de mecenas e protetores abastados. Os descobrimentos de novas terras, a Reforma e a Reforma Católica pós-Trento (1545-1563) serão outros vetores essenciais na evolução da historiografia renascentista e na crescente difusão das suas obras, cada vez em maior número.
Todavia, no século XVII, com Descartes e Bossuet, ressurgirá a tendência providencialista da história, pois aquele autor defendia que é impossível conhecer-se a verdade histórica, ainda que no século XVII outros autores, como Locke e Hobbes, afirmassem que todo o conhecimento provém da experiência. Mas o providencialismo histórico manteve-se como principal corrente mesmo nas Luzes, no século XVIII, embora os historiadores iluministas tenham substituído Deus pela Razão e a salvação espiritual pela natural. Reforçava-se assim o progresso do racionalismo baseado na experiência desde o tempo da barbárie irracional. Montesquieu, no seu L´Esorit des Lois definiu as leis como motoras da história, não na perspetiva legislativa ou do Direito, mas no entendimento do seu funcionamento nos fenómenos físicos ou sociais, cuja causa deve ser encontrada na moral. Vico, na sua Scienza Nuova (1725) recuou perante a tendência racionalista das Luzes e concebeu a história como retorno aos primórdios do Homem e das instituições, reforçando o seu papel criador (a história como ideia do nascimento, crescimento e decadência dos povos).

A História no século XIX
O debate sobre a história era cada vez mais alargado, com os filósofos do século XIX a proporem novas interpretações acerca do processo histórico. As teorias idealistas de Kant, que evidenciou a existência de leis históricas acima das liberdades individuais, ou de Fichte, que baseava a evolução histórica numa ideia única anterior aos acontecimentos, realizável na dialética entre a tese, a antítese e a síntese e missionando o historiador para acima de tudo compreender o presente, foram conjugadas e sintetizadas por Hegel na sua Filosofia da História. Nesta obra, Hegel defende que o único processo histórico é o humano, enquanto projeção das ideias, campo que são da investigação histórica. Os factos, remata, são a única fonte válida para conhecer as ideias do processo histórico. A história depositava com Hegel a sua confiança na objetividade, nos factos enfim. O que forneceu legitimação teórica à corrente positivista da história, em que pontificaram nomes como Ranke. Comte, fundador do positivismo, defendia que história e natureza têm as mesma leis e metodologia, baseada na comparação empírica e na interpretação racional dos dados. A escravidão ao documento, por exemplo, radica no positivismo, que proporcionou a elaboração de uma investigação ampla e rigorosa, principalmente dos factos políticos e ideológicos, surgindo por isso obras de grande erudição e repertórios documentais imensos. A história positiva é, como dizia, Ranke, a exposição objetiva dos factos tal como se produziram. Entre os grandes historiadores positivistas, destacam-se Michelet, Thierry e Thiers.

A História na Época Contemporânea
Mas a reação ao método positivista de abordar a história logo suscitou críticas, principalmente pelos defensores do "eu" subjetivo do historiador ou dos que aplicaram as leis evolucionistas de Darwin ao conhecimento histórico. A história era cada vez mais uma ciência independente em termos metodológicos e filosóficos. Marx, por exemplo, também não deixou de interpretar a história, que considerava como uma evolução dos sistemas de produção e das relações sociais, apontando as desigualdades de repartição da riqueza como geradores de conflitos de relações, o que define o progresso e o curso da humanidade. A conceção de história oscilava, em finais do século XIX, entre o positivismo, o marxismo, as ideias evolucionistas e o individualismo, para além da ideia de ciclo, em que às oito culturas que constituem a história universal se sucedem irreversivelmente três etapas de decadência. O determinismo de Taine marcou também a evolução do conhecimento histórico, preconizando a influência do meio sobre a dos acontecimentos.
A partir dos anos 30, surgem novas teorias, das quais se destaca a de Ortega y Gasset, que defendia que a história é uma cadeia de factos que respondem a uma "razão histórica". A história, reagindo à conceção nacionalista destes "anos de aço", procurava cada vez mais valorizar o aspeto humano, tocar nos valores intangíveis da religião, das tradições, dos sentimentos, das mentalidades. A esfera das relações humanas era um novo campo de estudo da história, graças a figuras como Toynbee e Spengler. Era também o tempo de redescobrir as grandes civilizações da Antiguidade, da procura da interdisciplinaridade.
Mas foi na altura da Segunda Guerra Mundial que a conceção de história ganhou um novo rumo e uma nova metodologia. Foi o tempo de Lucien Febvre, de Marc Bloch e de Fernand Braudel, da escola francesa dos Annales, quando o conceito de história se desvalorizou face à metodologia. A história dos Annales tornou a história uma ciência social, interessada em fontes indiretas e imateriais, rechaçando o positivismo. O estruturalismo desenvolvido na antropologia por Claude Lévi-Strauss era então importado pela "Nova História" dos Annales, permitindo aos historiadores problematizar de forma mais coerente as estruras inerentes às sociedades. Os acontecimentos concretos, fugazes e de curta duração, não se podem observar diretamente, o que se pode fazer nos de longa duração, pois os aspetos essenciais reproduzem-se no tempo. Era o triunfo do homem, do social, do facto humano na sua totalidade. Desde o século XIX, entretanto, desenvolvia-se a história económica, de importância crucial para a compreensão dos acontecimentos sociais e políticos. Atualmente, desenvolvem-se novos campos do saber histórico, como o da cultura, da religião, das mentalidades, dos fenómenos marginais e maravilhosos, dos temas, enfim, ligados ao homem mas tradicionalmente afastados dos trabalhos de pesquisa histórica. Há, acima de tudo, uma cada vez maior aproximação da história a outras ciências (paleografia, epigrafia, numismática, estatística, biologia, medicina, heráldica, sociologia, antropologia, filosofia, arqueologia, história da arte, geologia, economia, etc.) e às diversas técnicas e tecnologias, o que perspetiva uma melhor abordagem do objeto desta velha ciência filha de Clio (musa da história) e uma melhor compreensão da evolução humana no tempo e no espaço.

Períodos da História
Um outro aspeto ligado à história é o da discutível divisão cronológica, cujas fronteiras são difíceis de definir. No entanto, a periodização da história é uma realidade. Assim, temos, a Pré-História, a Antiguidade Pré-Clássica e a Clássica, a Idade Média (Alta, Média e Baixa, para os mais puristas), a Época Moderna e a Contemporânea, falando-se já na Pós-Moderna.

FONTES HISTÓRICAS

Não se passa pela vida sem deixar marcas. Um objeto, uma canção, uma hipótese formulada… são traços da passagem do homem. "Todo e qualquer vestígio do passado, de qualquer natureza", define o documento histórico. Quantas vezes, porém, não foi tentada a falsificação de documentos históricos? Heróis fictícios, peças com atribuições alteradas de origem, tempo e uso, informações sem fontes… muitas e tantas danações dos que querem moldar a história aos seus caprichos. Por isso existe uma ciência especial, a Heurística, só para cuidar da verificação e investigação da autenticidade das fontes históricas.
Sobre fontes e documentos é feita a crítica histórica:
Crítica Objetiva - Verifica o valor extrínseco, externo de um documento; se é original ou apenas uma cópia.
Crítica Subjetiva - Verifica o valor intrínseco, interno, de um documento. É um trabalho especializado, comparativo, que só pode ser realizado pelas ciências auxiliares da História: Arqueologia (estuda ruínas, objetos antigos); Paleontologia (fósseis); Heráldica (emblemas e brasões); Epigrafia (inscrições lapidares); Numismática (moedas); Genealogia (linhagens familiares); Paleografia (estudo da escrita antiga)
FONTES HISTÓRICAS
Sempre nos perguntamos como um historiador pode saber de coisas que aconteceram em um passado muito, muito distante. Para saber do passado, o historiador conta com a ajuda das fontes históricas. Fontes históricas são os documentos que permitem ao historiador recontar e interpretar os fatos passados e reconstruir a história.
As fontes históricas podem ser vestígios arqueológicos, como ossos dos animais e dos homens que viveram no período da pré-história. Esses são exemplos de fontes materiais escritas. Documentos escritos em tempos passados, mapas, cartas, diários, pergaminhos e jornais antigos também são fontes materiais escritas.
As fontes materiais não escritas são objetos antigos, pinturas, utensílios, ferramentas, armas, esculturas. O historiador também pode utilizar como objeto de pesquisa as fontes não materiais baseadas nas lendas e contos antigos passados de pai para filho, através de depoimentos transmitidos através da oralidade, ou seja, da fala.
É por meio das relações entre as várias fontes históricas que o conhecimento humano sobre o passado vai sendo interpretado e reconstruído. Assim, devemos lembrar que uma mesma fonte histórica pode ter diversas interpretações. Tudo depende da forma como cada historiador trabalha sua fonte.
Infelizmente muitas fontes históricas se perderam com o passar do tempo, mas com a ajuda de arquivos públicos e particulares, bibliotecas, museus e colecionadores, outras fontes históricas têm sido preservadas e guardadas.

FICHA DIAGNÓSTICA


HISTÓRIA: SECUNDÁRIO
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
NOME: _____________________________________________________ Ano: __ Turma:__ Nº:__
1. Completa, na barra cronológica seguinte, a identificação dos grandes períodos da História.
2. Assinala o nascimento de Jesus Cristo. Regista nela, cronologicamente, as datas seguintes.
a) 711 b)218 a.C c) 1290 d) 19 a.C e)1348 f) 237 a.C. g)1211 h)1385 i)1375 j)718 k)1000
3. Converte os anos em séculos.
a) 711 ____ b)218 a.C _____c) 1290 _____d) 19 a.C ____e)1348_____ f) 237 a.C.____ __ g)1211 ______h)1385______ i)1375_____ j)718 ______k)1000______ l) 1 _____ m) 2011_______
4. Converte os séculos em anos.
XII:________ a _______ V a.C.:______ a _______ XXII:_______ a _______ I a. C.:________a _________
5. Faz corresponder os acontecimentos e situações aos períodos 1, 2. 3 e 4
- Peste Negra Nazismo Pirâmides de Gizé 95 Teses contra as Indulgências
Edicto de Caracala Tratado de Zamora Crash da Bolsa de Wall Street Mercantilismo
Instauração da República em Portugal Tratado de Tordesilhas Renascimento
Revolução liberal portuguesa Absolutismo Descoberta do Brasil Estado Novo
Atenta no mapa
6.Legenda a rosa-dos-ventos.
7. Assinala no mapa:
- os oceanos Atlântico (1), Pacífico (2), Índico (3), Glacial Árctico (4) e Glacial Antárctico (5)
-os mares Mediterrâneo (6), Negro (7), Báltico (8), e o Adriático (9)
- o continente que falta a Oceânia (10)
- os países E.U.A. (11), Itália (12) Portugal (13), Grécia (14), Índia (15), Brasil (16) e a Austrália (17).
Lê com atenção o texto seguinte, que expressa, uma opinião acerca do lançamento da bomba atómica em Hiroxima, a 6 de Agosto de 1945.
“ Os Estados Unidos são, por definição, incapazes de pedir desculpa. Nunca o fizeram em toda a História. A América faz o que é correcto e bom, o que significa que, se as coisas não correm bem, é porque houve um erro de concepção”, disse ao Público Marilyn B. Young, 58 anos, directora do Departamento de História da Universidade de Nova Iorque. “ Desde sempre a América tem sido incapaz de admitir responsabilidades pelos actos bárbaros que comete.” Para Young, a bomba atómica foi um deles, foi um “crime de guerra”.
Público, 6 de Agosto de 1995
8. Redige um pequeno texto (c. 10 linhas), onde sejam referidos os efeitos que o lançamento da bomba atómica, em Hiroxima, teve para o Japão e para a Humanidade.
N.B. Não te limites apenas ao ano de 1945.

O ESPAÇO EM HISTÓRIA


A História é uma ciência do Homem e para o Homem, tratando o seu percurso e realizações desde a Pré-História até ao dia de ontem. Estuda o Homem no tempo, portanto, mas também no espaço, que é assim o espaço histórico. Este pode-se definir como a porção do planeta onde se desenvolvem as atividades do homem no seu quotidiano. Inserido no conjunto das suas atividades ao longo de um período de tempo maior ou menor, ganha a dimensão histórica, não apenas de forma isolada mas também em relação com outras áreas. Portugal é um espaço histórico, porque definido por um povo que ao longo da história se definiu enquanto tal e que concebeu o conjunto dos territórios onde habitam as suas comunidades de uma forma relacionada e uniforme, onde o tempo histórico se desenvolve de forma homogénea e de acordo com os padrões de civilização e desenvolvimento que o mesmo povo consolidou nesse espaço.
Estreitamente ligado ao conceito de espaço histórico encontram-se os componentes políticos que caracterizaram e caracterizam ainda as diferentes sociedades. Remonta este conceito organizacional de opostos, traduzido nas expressões comummente utilizadas de esquerda (conotada com a liberdade enraizada naquilo que era mais profundo e intrínseco ao Homem) e direita (de cariz mais racionalista e tendente à autocracia ou centralização), presumivelmente à Revolução Francesa, uma vez que tal era a disposição dos grupos na Assembleia. Por outro lado, deparamos com o denominado espaço vital, que deriva do germânico lebensraum e designa uma noção espacial (geográfica e ambiental) flexível e estreitamente interligada à cultura de um país e/ou povo. Esta noção necessita de um âmbito, que não abrange somente a terra de cada país mas também o espaço aquático, quando tal se justifica. Assim se enquadram as expansões, conquistas e aculturações que se verificaram ao longo da História da Humanidade, sendo que vários povos consideraram as fronteiras que possuíam ou lhes eram impostas demasiado limitativas, além de muitas vezes se verem obrigados a aumentar o seu território devido ao aumento demográfico.
Preconizador do conceito espacial no seio da História, Fernand Braudel defendia que a História se define não só pela relação entre diversos espaços como pelas características dos mesmos, que variam consoante os homens que os estruturam e neles vivem. Conceito, portanto, orgânico, verificamos que se opõe, de certa forma e na maioria do mundo habitado do século XXI, à ideia de longa duração ou tempo longo. As necessidades que se sucedem a um ritmo vertiginoso provocam outras tantas alterações espaciais, frequentemente avassaladoras e sem nexo nem lógica. Contudo, aplica-se a noção de espaço a todas as épocas de vivência humana, em que os acontecimentos nem sempre se sucederam com o ritmo que hoje se verifica. Braudel defende, por conseguinte, um pacto que engendre uma solução combinada entre o passado e o futuro.

ESPAÇO: MAPAS


1. Introdução
A importância da exploração e construção de mapas na aula de História
Os mapas devem estar presentes na aula de História, pois sem eles a interacção dialéctica entre o Homem e o espaço perde significado. Há uma melhor compreensão do espaço onde decorrem os acontecimentos quando este se faz representar por mapas.
2. Classificação dos mapas
Podemos classificar mapas segundo dois princípios:
  • conforme os espaços que representam
  • conforme os conteúdos ou assuntos a que se referem
Isto significa que podemos ter vários mapas que representam o mesmo espaço, mas cada um deles nos dar informações diferentes sobre o que lá existe ou acontece.
Tipos de mapas:
  • Mapa-Mundo ou Planisfério - representa toda a Terra.
  • Mapa Geral - representa um ou mais continentes.
  • Mapa Particular - representa uma nação ou grande região. É útil para observar áreas com grande pormenor.
  • Mapa Físico - refere aspectos físicos, como relevo, hidrografia, clima, vegetação.
  • Mapa Humano - refere a densidade populacional, a separação dos países, o tipo de povoamento, a distribuição das raças de pessoas.
  • Mapa Económico - pode representar a distribuição e criação de animais, as culturas agrícolas, os recursos minerais ou piscatórios, as zonas industriais.
3. Exploração de Mapas - Elementos a ter em conta e sua etapas:
- 1ª Etapa - Observação do mapa
  • Título - indica-nos o conteúdo geral do mapa.
  • Escala - permite-nos comparar as distâncias do mapa com as distâncias reais.
  • Legenda - permite-nos fazer a leitura do mapa através de sinais (cores, símbolos).
  • Identificação das áreas geográficas - identificação de continentes, oceanos, países, localidades, rios, relevo, através da qual podemos relacionar os factos ou realidades históricas entre si e concluir sobre a importância de determinadas áreas geográficas.
- 2ª Etapa - Interpretação do mapa
Depois da identificação das áreas geográficas consegue-se compreender que estas têm a ver com o conteúdo indicado pelo título e perceber todas as informações que podemos retirar do mapa. Ainda compreender o significado dos sinais da legenda e perceber o modo como estão distribuídos no mapa ou as quantidades que querem representar.
- 3ª Etapa - Aquisição de novos saberes
Através do mapa o aluno pode tentar encontrar o motivo pelo qual as informações recolhidas acontecem naquele local ou que relação têm com outros conhecimentos que o aluno já possua desse mesmo local. Desta forma, o mapa pode ser um contributo para aquisição de novos saberes.

CARTOGRAFIA (MAPAS)
Noções básicas
A cartografia — a técnica e a arte de produzir mapas — é a linguagem da Geografia. Mapas físicos, políticos e temáticos revelam os aspectos visíveis da paisagem ou as fronteiras políticas, espelham projectos de desenvolvimento regional ou contribuem para organizar operações militares.
As tentativas de cartografar o espaço geográfico remontam aos povos antigos, que já registavam elementos da paisagem e fixavam pontos de referência para seus deslocamentos e expedições. A cartografia se desenvolveu paralelamente ao comércio e à guerra, acompanhando a aventura da humanidade.
Actualmente, a produção de mapas emprega técnicas sofisticadas, baseadas nas fotografias aéreas e em imagens obtidas por satélites de sensorialmente remoto. Mapas são fontes de saber e de poder.
Os mapas e cartas geográficas correspondem a instrumentos fundamentais da linguagem e da análise geográficas. Eles têm uma função primordial: conhecimento, domínio e controle de um determinado território. Por isso, são fonte de informações que interessam a quem tem poder político e económico.
Elementos principais de um mapa
Todo bom mapa deve conter quatro elementos principais: título, escala, coordenadas geográficas e legenda. Esses elementos asseguram a leitura e a interpretação precisas das informações nele contidas.
TÍTULO
Descreve a informação principal que o mapa contém.
Um mapa com o título “Brasil físico” deve trazer o nome e a localização dos principais acidentes do relevo, assim como os principais rios que cortam o país. Já um mapa com o título “Brasil político” necessariamente terá a localização e o nome das unidades federativas, assim como as suas respectivas capitais e, eventualmente, outras cidades principais.
Outras informações que esses mapas porventura contiverem, como as principais cidades num mapa físico ou os rios mais importantes num mapa político, são consideradas secundárias e, portanto, não devem ser sugeridas no título.
ESCALA
Indica a proporção entre o objecto real (o mundo ou uma parte dele) e sua representação cartográfica, ou seja, quantas vezes o tamanho real teve de ser reduzido para poder ser representado.
Consideremos o seguinte exemplo: um mapa na escala 1:10.000.000 indica que o espaço representado foi reduzido de forma que 1 centímetro no mapa corresponde a 10 milhões de centímetros ou 100 quilómetros do tamanho real.
Deve-se estabelecer a escala de um mapa antes de sua elaboração, levando-se em conta os objectivos de sua utilização. Quanto maior for o espaço representado, mais genéricas serão as informações. Em contrapartida, quanto mais reduzido o espaço representado, mais particularizadas serão as informações.
Mapas em diferentes escalas servem para diferentes tipos de necessidades:
Escalas númericas
• mapas em pequena escala (como 1:25.000.000) proporcionam uma visão geral de um grande espaço, como um país ou um continente;
• mapas em grande escala (como 1:10.000) fornecem detalhes de um espaço geográfico de dimensões regionais ou locais.
Por exemplo, em um mapa do Brasil na escala 1:25.000.000, qualquer capital de estado será representada apenas por um ponto, ao passo que num mapa 1:10.000 aparecerão detalhes do sítio urbano de qualquer cidade.
A representação das escalas cartográficas que usamos até agora é a numérica. Porém, existe uma outra forma de representar a escala: a forma gráfica.
A escala gráfica
aparece sob a forma de uma recta dividida em várias partes, cada uma delas com uma graduação de distâncias. A sua utilidade é a mesma da escala numérica.
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
São linhas imaginárias traçadas sobre os mapas, essenciais para a localização de um ponto na superfície terrestre. Essa localização é o resultado do encontro de um paralelo e sua respectivalatitude (o afastamento, medido em graus, do paralelo em relação ao Equador) e de um meridiano e sua respectiva longitude (o afastamento, medido em graus, do meridiano em relação ao meridiano principal ou de Greenwich).
LEGENDAS
Permitem interpretar as informações contidas no mapa, desde a constatação da existência de um determinado fenómeno até os diferentes graus de intensidade em que ele se apresenta.
As legendas podem vir representadas por cores, símbolos ou ícones de diversos tipos, ou utilizar combinações dessas várias representações.
No uso de legenda com cores, é necessário seguir algumas regras determinadas pelas convenções cartográficas. O azul, por exemplo, presta-se para a representação de fenómenos ligados à água, como oceanos, mares, lagos, rios.
Na representação de um fenómeno com várias intensidades, a graduação da cor utilizada deve manter relação directa com a intensidade do fenómeno. Assim, num mapa de densidades demográficas, as maiores densidades são representadas por uma cor ou tonalidade mais forte do que as menores densidades.
Ao produzir representações cartográficas de fenómenos da natureza, as cores também podem sugerir as características do fenómeno. Em geral, os mapas climáticos utilizam as cores “quentes” (alaranjado, vermelho) para representar climas “quentes” (tropical, equatorial, desértico), ficando as cores “frias” reservadas aos climas mais frios.
Similarmente, os mapas de vegetação representam as florestas tropicais por meio de várias tonalidades de verde. Já nos mapas de relevo, a cor verde deve ser reservada para as planícies, bacias ou depressões, enquanto o amarelo é utilizado para os planaltos e o castanho, para as áreas mais elevadas, como as cadeias montanhosas.
A leitura de mapas
Ler mapas é um processo de descodificação, que envolve algumas etapas metodológicas básicas.
Inicia-se a leitura pela observação do título. Temos de saber, inicialmente, qual é o espaço representado, seus limites e as informações constantes no mapa.
Depois, é preciso interpretar a legenda ou a descodificação propriamente dita, relacionar os significantes e significados espalhados no mapa. Só então será possível reflectir sobre aquela distribuição e/ou organização.
Deve-se observar também a escala (gráfica ou numérica) indicada no mapa para posterior cálculo das distâncias ou das dimensões do fenómeno representado, a fim de se estabelecer comparações ou interpretações.
O EQUADOR
é um círculo máximo perpendicular ao Eixo da Terra [Eixo da Terra é alinha dos pólos «PN-PS» e que passa pelo centro da Terra] dividindo a terra em duas partes iguais, o hemisfério Norte e o hemisfério Sul.
PARALELOS
são todos os círculos menores, simultaneamente perpendiculares ao Eixo da Terra e paralelos ao Equador.
Para cada lugar da Terra passa um paralelo chamado
PARALELO DE LUGAR.
LATITUDE
é a distância, medida em graus, entre o equador e o paralelo que passa pelo lugar considerado. O valor da latitude varia entre 0º (no equador) e 90º nos pólos.
Ficha Informativa - Como Ler Um Mapa

ESPAÇO: REPRESENTAÇÕES DA TERRA

A Terra e o sistema solar 
A Terra é o 5º maior planeta do sistema solar e o terceiro a partir do Sol.
Tem forma esférica, ligeiramente achatada nos pólos. Vista do espaço tem uma cor azulada devido à enorme massa de água que a cobre. Tem um satélite natural, a Lua.
Também a Terra tem a sua História.
Ter-se-á formado há cerca de 4,65 biliões de anos!
Inicialmente existiria apenas um único oceano - Pantalassa - que rodearia todas as terras. Estas constituíam um único continente - a Pangeia. Mas poderosos movimentos internos, que ainda hoje ocorrem, foram provocando fracturas e mudanças de posição da superfície terrestre.
Assim, foram-se formando os continentes e oceanos tal como os conhecemos hoje (que não estão fixos, continuam a mover-se...).
Os continentes são seis e ocupam cerca de 1/4 da sua superfície: Europa, Ásia, África, América, Oceania e Antárctida.
Os Oceanos são cinco e ocupam cerca de 3/4 da sua superfície: Atlântico, Pacífico, Índico, Glaciar Árctico e Glaciar Antárctico. 

A ÁSIA

A Ásia é o maior continente, com 44.936.000 km², representando cerca de um terço da área total dos continentes.

É também o mais populoso com 3,4 biliões de habitantes (dados de 1990), cerca de 3/5 da população mundial.

É na Ásia que se situa a maior elevação do mundo, o Monte Everest, nos Himalaias, com 8850 metros.
Alguns geógrafos preferem considerar a Ásia e a Europa um só continente: a Eurasia.
A AMÉRICA
Se considerado um só continente, é o 2º maior. É formado pela América do Norte, Central e do Sul. Estende-se desde o Oceano Glacial Árctico ao Oceano Glacial Antárctico.
América do Norte e Central: 23.500.000 km², com cerca de 360 milhões de habitantes (dados de 1991).
América do Sul: 17.819.100 km², com cerca de 304 milhões de habitantes (dados de 1990), representando cerca de 6% da população mundial.
É na América do Sul que se situa a maior floresta do mundo, a Amazónia, e o maior rio em área, o Amazonas. Cerca de metade do solo da América do Norte é arável. É a região mais produtiva do mundo. A região ocidental da América do Sul é dominada pela cordilheira dos Andes.
A ÁFRICA
É o 3º maior continente (22% da área total dos  continentes), com 30 330 000 Km². Tem uma costa pouco recortada e situa-se quase todo na zona Tórrida, sendo por isso o mais quente. É em África que se situa o maior deserto do mundo, o Saara, e o mais comprido rio, o Nilo. Apenas 6% do deu solo é arável mas possui as maiores riquezas minerais que há no mundo.
Em 1990 tinha 627 milhões de habitantes, o que correspondia a 12% da população mundial.
O seu ponto mais elevado é o Kilimanjaro com 5.895 metros de altitude.
A EUROPA
Com 10.530.000 km², é quatro vezes menor do que a Ásia, continente a que está unida.
É o mais densamente povoado.
Apresenta uma costa muito recortada, com vários mares e penínsulas.
A OCEANIA
A Oceania é um continente que compreende a Austrália, a Nova Zelândia e inúmeras ilhas do Pacífico e Índico (mais de 10000).
Tem uma área de cerca de 9.000.000 km² e é o mais pequeno continente.
Está situada entre o Oceano Índico e o Oceano Pacífico. A Oceania é o mais pequeno continente e é pouco povoado.
A ANTÁRCTIDA
A Antárctida está permanentemente coberta de gelo (em mais de 95% da sua superfície), com uma espessura média de 2000 metros. Por essa razão não tem população nativa, sendo apenas habitada pelos técnicos das estações de pesquisa científica.
Neste continente os ventos atingem a velocidade de 300 km por hora. Nele vivem pinguins que se alimentam do que apanham no mar. Possuem penas espessas e uma camada de óleo sob a pele que os mantém quentes.
Situa-se quase todo a sul do Círculo Polar Antárctico, rodeando o Pólo Sul.
No Verão tem uma superfície de 14.200.000 Km², extensão que duplica no Inverno.
COMO REPRESENTAR O NOSSO PLANETA...

Sabes indicar quais são os cinco oceanos e os seis continentes?
Globo Terrestre
O globo terrestre é a melhor forma de representar a Terra pois tem uma forma muito semelhante a ela - é como se a olhássemos de longe.
Mas tem alguns inconvenientes: não é fácil de transportar e não mostra a superfície terrestre em pormenor. Mapas e Planisfério Pelo contrário, os mapas, apesar de deformarem a forma real da Terra, porque a representam de forma plana, permitem-nos localizar os diferentes locais mais em pormenor.
Ao mapa que representa toda a superfície terrestre dá-se o nome de planisfério.
São elementos integrantes de um mapa a escala e a legenda.
Paralelos


Para melhor estudar a superfície terrestre, dividimo-la em linhas imaginárias:
O eixo da Terra, em torno da qual faz o seu movimento de rotação, e que a intersecta nos pólos (Norte e Sul).
O Equador que divide a Terra em dois Hemisférios, o Norte e o Sul.
Os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, linhas paralelas ao Equador, que separam as zonas temperadas da zona quente.
Os Círculos Polares Árctico e Antárctico, também paralelos ao Equador, que separam as zonas temperadas das frias.
Os Meridianos
Os Meridianos são linhas perpendiculares ao Equador.
Os fusos horários são estabelecidos com base neles.
Em Portugal regulamo-nos pelo Meridiano de Greenwich.
Rosa-dos-Ventos (A direcção O - Oeste - pode vir indicada com W, do inglês West.)

Pontos cardeais
N - Norte ou Setentrião
S - Sul ou Meridião
E - Este, Leste ou Oriente
O - Oeste ou Ocidente
Pontos colaterais NE - Nordeste
NO - Noroeste
SE - Sudeste
SO - Sudoeste
A Rosa-dos-Ventos é um esquema em forma de estrela que representa as diferentes direcções dos pontos cardeais e dos pontos colaterais. Todos os mapas devem conter, pelo menos, a indicação de Norte.
Antigos mapas portugueses tinham a indicação de Este ou Oriente mais destacada devido ao domínio português nessa zona.
Em orientação, um dos aparelhos mais usados é a Bússola. A sua agulha, por magnetismo, indica sempre o Norte (magnético).

sábado, 1 de setembro de 2012


MÓDULO 9: RESUMOS


O fim do sistema internacional da Guerra-fria e a persistência da dicotomia Norte-Sul 
O fim do modelo soviético.
No curto espaço de tempo que vai de 1985 a1991, a história mundial sofreu modificações profundas: a guerra-fria terminou de forma inesperada, as democracias populares europeia aboliram o comunismo, as duas Alemanhas fundiram-se num só estado e a URSS desintegrou-se, deixando os EUA sem concorrente ao lugar de superpotência mundial.
Uma nova política. Gorbatchev encara de frente a deterioração que o sistema vinha a sofrer desde os tempos de Brejnev.
 Enquanto o nível de vida da população baixava, o atraso económico e tecnológico, relativamente aos EUA, crescia a olhos vistos, e só com muitas dificuldades o país conseguia suportar os pesados encargos decorrentes da sua vasta influência no mundo.
Neste contexto, Gorbatchev enceta uma politica de diálogo e aproximação do ocidente, propondo aos americanos o reinício das conversações sobre o desarmamento.
O líder soviético procura, assim, criar um clima internacional estável que refreie a corrida ao armamento e permitia à URSS utilizar os seus recursos para a reestruturação interna.
Decidido a ganhar o apoio popular para o seu arrojado plano de renovação económica, ao qual chamou Perestroika (reestruturação), Gorbatchev inicia, em simultâneo, uma ampla abertura política, conhecida como Glasnost (transparência).
A Perestroika propõe-se descentralizar a economia, estabelecendo a gestão autónoma das empresas, paralelamente, incentivava-se a formação de um sector privado parcial.
Enquanto isso, a Glasnost apela à denúncia da corrupção, à crítica e à participação efectiva dos cidadãos na vida política.
Em Março de 1989, esta abertura democrática reforça-se com as primeiras eleições verdadeiramente pluralistas e livres na União Soviética.
Pese embora estas alterações, persiste a dicotomia Norte-Sul.
Os países do hemisfério Sul continuam muito desfasados do desenvolvimento que caracteriza os países do Norte.
Algumas organizações internacionais de solidariedade tentam continuar dar um contributo para amenizar o sofrimento de muitos seres humanos privados dos seus direitos essenciais.
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), fundada em 1946, e a UNICEF (Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas), constituída em 1945, são duas das mais activas organizações que têm uma intervenção permanente nos pontos do Mundo menos desenvolvidos.
 A Europa de Leste – a desagregação do bloco soviético 
Há muito reprimida, a contestação ao regime imposto por Moscovo alastrou e endureceu, começando a abalar as estruturas do poder.
A linha dura dos partidos comunistas europeus não contou agora com a intervenção militar russa, para “normalizar” a situação.
A doutrina da “soberania limitada” foi, assim, posta de lado, e os antigos países-satélites da URSS puderam, finalmente, escolher o seu regime político.
No ano de 1989, uma vaga de democratizadora varre o Leste.
Neste processo, a “cortina de ferro”, que, há quatro décadas, separava a Europa, levanta-se finalmente: as fronteiras do Ocidente são abertas e, em 9 de Novembro, perante um mundo estarrecido, cai o Muro de Berlim.
Depois de uma ronda de negociações entre os dois estados alemães e os quatro países que ainda detinham direitos de ocupação, a Alemanha reunifica-se.
Em Novembro de 1990 é anunciado, o fim do Pacto de Varsóvia e, pouco depois, a dissolução do COMECON.
Nesta altura, a dinâmica política desencadeada pela Perestroika torna-se já incontrolável, conduzindo, ao fim da própria URSS.
Mosaico de povos, culturas e religiões que só uma mão férrea tinha conseguido manter unidos, o extenso território das Repúblicas Soviéticas desmembra-se.
O processo começa nas Repúblicas Bálticas, anexadas por Estaline.
Eleito, como independente, presidente da República da Rússia, em Junho de 1991, Ieltsin reforça o seu prestígio em Agosto ao encabeçar a resistência a um golpe de estado dos saudosistas do partido, que pretendiam retomar o poder e parar as reformas em curso.
Pouco depois, no rescaldo do golpe, o novo presidente toma a medida extrema de proibir actividades do partido comunista.
No Outono de 1991, a maioria das repúblicas declara a sua independência.
Em 21 de Dezembro, nasce oficialmente a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), à qual aderem 12 das 15 Repúblicas que integravam a união soviética.
Os problemas de transição para a economia de mercado.
A Perestroika tinha prometido aos soviéticos uma melhoria acentuada e rápida do nível de vida.
Mas, ao contrário do previsto, a reconversão económica foi um fracasso e a economia deteriorou-se rapidamente.
 O fim da economia planificada significou o fim dos subsídios estatais às empresas.
Assim, muitas unidades desapareceram e outras extinguiram numerosos postos de trabalho, considerados excedentários.
Simultaneamente, o descontrolo económico e a liberalização dos preços desencadearam uma inflação galopante que a subida de salários não acompanhou.
 Em contrapartida, a liberalização económica enriqueceu um pequeno grupo que, em pouco tempo, acumulou fortunas fabulosas.
Os países de Leste viveram, também, de forma dolorosa, a transição para a economia de mercado. Privados dos chorudos subsídios que recebiam da União Soviética, os antigos satélites da URSS sofreram uma brusca regressão económica.
 Com excepção da RDA, que recebeu vultuosos subsídios da Alemanha Ocidental.
Tal como na Rússia, o caos económico instalou-se e as desigualdades agravaram-se.
A percentagem de pobres elevou-se, em apenas uma década (1988-1998), de 2 para 21% da população total.
 Os pólos de desenvolvimento económico: Os EUA – caracterização
Profundamente desigualitário, o mundo actual concentra a maior parte da sua riqueza e da sua capacidade tecnológica em três pólos de intenso desenvolvimento: os Estados Unidos, a União Europeia e a zona da Ásia-Pacífico.
A este poder económico concentrado, põe-se a hegemonia político-militar de um único país: os Estados Unidos.
Prosperidade económica.
Os EUA são o quarto maior país do mundo e o terceiro mais populoso.
Um PNB de mais de 10.2 biliões de dólares faz deles a primeira potência económica mundial.
Terra das oportunidades desde o seu nascimento, a América do Norte glorifica, ainda hoje, o espírito de iniciativa individual e a imagem do multimilionário bem sucedido.
A “livre empresa” contínua no centro da filosofia económica do país e o estado incentiva-a, assegurando-lhe as condições de uma elevada competitividade.
Pátria de gigantescas multinacionais, os EUA vivem também de uma densa rede de pequenas empresas.
Os sectores de actividade.
Marcadamente pós-industrial, a economia americana apresenta um claro predomínio do sector terciário.
 A América é, hoje, o maior exportador de serviços do mundo, sobretudo, na área de seguros, transportes, restauração, cinema e música.
Altamente mecanizadas, as unidades agrícolas e pecuárias americanas têm uma elevadíssima produtividade. Assim, e apesar de algumas dificuldades geradas pela concorrência, os EUA mantêm-se como maior exportador de produtos agrícolas.
Pelo seu dinamismo, a agricultura americana alimenta ainda um conjunto de vastas indústrias.
Este verdadeiro complexo agro-industrial envolve mais de 20 milhões de trabalhadores e representa cerca de 18% do PIB americano.
Responsável por um quarto da produção mundial, a indústria dos EUA sofreu, nos últimos 30 anos, uma reconversão profunda.
Os sectores tradicionais, entraram em declínio e, com eles, decaiu também a importância económica da zona nordeste. Novos laços comerciais.
 O partido que os Estados Unidos retiram da sua implantação na América e na área do Pacífico reforçou-se durante a presidência de Bill Clinton.
Numa tentativa de contrariar o predomínio comercial da UE, Clinton procurou estimular as relações económicas com a região do Sudeste Asiático, revitalizando a APEC.
No mesmo sentido, o presidente impulsionou a criação da NAFTA, que estipula a livre circulação de capitais e mercadorias (não de pessoas) entre os EUA, Canadá e México. Dinamismo científico-tecnológico.
Liderando a corrida tecnológica, os EUA asseguram na viragem para o séc. XXI, a sua supremacia económica e militar.
Os EUA são, hoje, a nação que mais gasta em investigação científica.
Para além dos centros que dele directamente dependem, o Estado Federal tem um papel decisivo no fomento da pesquisa privada.
O avanço americano fica, também, a dever-se à criação precoce de parques tecnológicos – os tecnopólos –, que associam universidades prestigiadas, centros de pesquisa e empresas, que trabalham de forma articulada. Hegemonia político-militar.
No início dos anos 90, o fim da guerra-fria trouxe ao mundo a esperança de uma época nova.
Dessa esperança se fez eco o presidente dos EUA, George Bush (pai), ao defender a criação de uma “nova ordem mundial”.
É invocando esta ordem nova, que se pretende criar, que as Nações Unidas aprovam uma operação militar multinacional com o fim de repor a soberania do Kuwait, invadido, pelo vizinho Iraque.
 A libertação do Kuwait (conhecida como guerra do Golfo) iniciou-se em Janeiro de 1991 e exibiu, perante o mundo a superioridade militar dos Estados Unidos.
Este primeiro conflito pós guerra-fria inaugurou oficialmente a época da hegemonia mundial americana.
O poderio americano afirmou-se inequivocamente, apoiado pelo gigantismo económico e pelo investimento maciço no complexo industrial militar.
É a única superpotência da última década, em virtude do papel preponderante e activo que tem desempenhado na geopolítica do globo.
Assim, os EUA multiplicaram a imposição de sanções económicas, reforçaram o papel da NATO e assumiram um papel militar activo que serviu de suporte à polémica invasão do Iraque, que, em 2003, derrubou o regime de Sadam Hussein.
 Os pólos de desenvolvimento económico: A União Europeia
Unir um velho continente, formado por tantas nações orgulhosas e independentes, parece um projecto assaz ambicioso.
Etapa a etapa, no entanto, o projecto tem progredido.
Consolidação da comunidade: do acto único à moeda única.
Embora o tratado de Roma abrisse perspectivas para uma completa integração económica e, até, de uma futura união política, o 1.º grande objectivo da CEE foi a união aduaneira.
 Os estados membros acordaram o estabelecimento de uma política agrícola comum, de acções concertadas de combate ao desemprego, de ajudas às regiões menos favorecidas, de um sistema monetário europeu, entre outras medidas.
Apesar destes avanços, a comunidade enfrentava no início dos anos 80, um período de marasmo e descrença nas suas potencialidades e no seu futuro.
Os esforços do novo presidente conduziram, em 1986 à assinatura do Acto Único Europeu, que previa, para 1993, o estabelecimento do mercado único onde, para além de mercadorias, circulassem, livremente, pessoas, capitais e serviços.
 Em 1990, começam as negociações com vista ao aumento das competências da comunidade.
Estas negociações desembocam no célebre tratado da união europeia, assinado na cidade holandesa de Maastricht.
O tratado, que entra em vigor em 1993, ao mesmo tempo que o mercado único, estabelece uma união europeia fundada em três pilares: o comunitário, de cariz económico e de longe, o mais desenvolvido; o da politica externa e da segurança comum; e o da cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos. Maastricht representou um largo passo em frente no caminho da união, quer pelo reforço dos laços políticos, quer, sobretudo, por ter definido o objectivo da adopção de uma moeda única, de acordo com um calendário rigoroso e predeterminado.
A 1 de Janeiro de 1999, 11 países, aos quais viera juntar-se a Grécia, inauguram oficialmente o euro, que entra, então nos mercados de capitais.
O euro completou a integração das economias europeias.
A CEE tornou-se a maior potência comercial do mundo, com um PIB conjunto semelhante ao dos EUA; o seu mercado interno, com mais de 355 milhões de consumidores (Europa dos 15), apresenta um elevado nível de consumo e uma mão-de-obra muito qualificada; possui, também, uma densa rede de transportes e comunicações.
Da Europa dos 9 à Europa dos 25. Em 1981, a Grécia torna-se membro efectivo da comunidade; a adesão dos dois países ibéricos formaliza-se em 1985, com efeitos a partir do ano seguinte.
A entrada destes três novos membros colocou à CEE o seu primeiro grande desafio, já que se trava de um grupo de países bastante atrasados relativamente aos restantes membros.
Em 1992, o Conselho Europeu de Lisboa recebeu, com agrado, as candidaturas da Áustria, Finlândia, Suécia e Noruega, países cuja solidez económica contribuiria para o reforço da comunidade.
A Europa passa a funcionar a 15.
Entretanto, os desejos de adesão dos países de Leste eram olhados com apreensão, limitando-se a comunidade, no início, a implementar planos de ajuda às economias em transição.
Em 1 de Maio de 2004, a Europa enfrentou o desafio imenso, impensável, de unir o Leste e o Oeste, o Norte e o Sul.
 Em 2007 entram a Roménia e Bulgária. As dificuldades de construção de uma Europa política.
Nos últimos 50 anos, os europeus têm-se dividido no que toca ao futuro do seu continente.
O eurocepticismo e a resistência a todas as medidas que impliquem transferências de soberania são comuns a vários estados-membros.
O Tratado de Maastricht para além de ter introduzido o poderoso elemento de coesão que é a moeda única, criou, também, a cidadania europeia e alargou a acção comunitária a questões como o direito de asilo, a política de imigração e a cooperação de assuntos internos.
A forma relutante como muitos europeus vêem a união, resulta em parte, da fraca implantação popular do sentimento europeísta.
Novas perspectivas.
As dificuldades de uma união política viram-se substancialmente acrescidas pelos sucessivos alargamentos da comunidade, que obrigam a conjugar os interesses de países muito diferentes e a rever o funcionamento das instituições.
 Os pólos de desenvolvimento económico: O Japão 
O designado “milagre japonês” beneficiou de uma conjuntura favorável.
As ajudas financeiras e técnicas, por parte dos EUA, permitiram uma rápida reconstrução económica do Japão.
Apesar disto, os japoneses também criaram condições necessárias à sua prosperidade: um sistema político estável permitiu a actuação concertada entre o Governo e os grandes grupos económicos.
O Estado interveio activamente na regulação do investimento, na concessão de créditos, na protecção das empresas e o mercado nacional.
Também canalizou a maior parte dos investimentos públicos para o sector produtivo e absteve-se em matéria de legislação social.
A mentalidade japonesa foi também um importante factor de crescimento.
Dinâmicos e austeros, completamente devotados à causa da reconstrução nacional e ao seu trabalho em particular, empresários e trabalhadores cooperaram estreitamente na realização de objectivos comuns. Munido de mão-de-obra abundante e barata e de um sistema de ensino abrangente mas altamente competitivo, o Japão lançou-se à tarefa de transformar na primeira sociedade de consumo da Ásia.
O primeiro grande surto de crescimento ocorreu entre 1955 e 1961 quando a produção industrial praticamente triplicou.
 Os sectores que adquirem maior dinamismo são os da indústria pesada e dos bens de consumo duradouros. O comércio externo acompanha também esta expansão.
 O segundo surto foi entre 1961 e 1971, período durante o qual a produção industrial duplicou e criaram-se 2,3 milhões de postos de trabalho.
Este crescimento também assenta em novos sectores, como a produção de automóveis, e televisões.
Tudo isto fez do Japão a terceira maior potência do mundo.
 O espaço económico da Ásia - Pacífico
Nos anos 90 tornou-se um pólo de desenvolvimento intenso, capaz de concorrer com os EUA e a UE.
A economia desta região desenvolveu-se em três fases consecutivas: em 1.º lugar emergiu o Japão; depois os quatro dragões (ou tigres) asiáticos: Hong Kong, Coreia do sul, Singapura e Taiwan; os países do sudoeste, Tailândia, Malásia e Indonésia, seguidos pela República Popular da China.
Os quatro dragões.
O sucesso do Japão serviu de incentivo e de modelo à 1.ª geração de países industriais do Leste asiático. Não faltava vontade política, determinação e capacidade de trabalho.
Tomando como objectivo o crescimento económico, os governos procuraram atrair capitais estrangeiros.
A industrialização asiática explorou mão-de-obra abundante e disciplinada, capaz de trabalhar longas horas diárias por muito pouco dinheiro.
Esta mão-de-obra esforçada e barata permitiu produzir, a preços imbatíveis, têxteis e produtos de consumo corrente, que inundaram os mercados ocidentais.
Os “quatro dragões” constituíram um tremendo sucesso económico.
 Da concorrência à cooperação.
Apesar do seu enorme êxito, os novos países industrializados (NPI) da Ásia confrontavam-se com dois problemas graves: o 1.º era a excessiva dependência face às economias estrangeiras; o 2.º era a intensa rivalidade que os separava.
Quando a economia ocidental abrandou, nos anos 70, os países asiáticos foram induzidos a procurar mercados e fornecedores mais próximos da sua área geográfica.
Voltaram-se então, para os membros da ASEAN, organização económica que aglutinava alguns países do Sudeste Asiático.
Nascida em 1967, a ASEAN, agrupava a Tailândia, a Malásia, a Indonésia e Filipinas, países cujas economias se encaixavam perfeitamente na do Japão e nas das quatro novas potências: eram ricos em matérias-primas, nos recursos energéticos e nos bens alimentares de que os cinco necessitavam.
Agarrando a oportunidade, as duas partes deram início a uma cooperação regional estreita: o Japão, a Coreia do Sul e o Taiwan iniciaram a exportação de bens manufacturados e tecnologia para os países do Sudeste e, obtiveram, em troca, os produtos primários que pretendiam.
Este intercâmbio permitiu a emergência de uma 2.ª geração de países industriais na Ásia: a Tailândia, a Malásia e a Indonésia, desenvolveram a sua produção.
A região começou, assim, a crescer de forma mais integrada.
O Japão e os “quatro dragões” produzem mercadorias de maior qualidade e preço; a ASEAN dedica-se a bens de consumo, de preço e qualidade inferior.
Os estados do “arco do pacífico” tornaram-se, um pólo económico articulado, com elevado volume de trocas inter-regionais.
O crescimento asiático alterou a balança da economia mundial, ate aí concentrada na tríade EUA, Europa e Japão. Em 1997, Hong kong e Singapura colocaram-se entre os 10 países mais ricos do mundo.
 O crescimento teve, no entanto, custos ecológicos e sociais muito altos, a Ásia tornou-se a região mais poluída do mundo e a sua mão-de-obra permaneceu, pobre e explorada.
 A China – caracterização 
Seguindo uma política pragmática, Deng dividiu a China em duas áreas geográficas distintas: o interior, essencialmente rural, permanecia resguardado da influência externa; o litoral abrir-se-ia ao capital estrangeiro, integrando-se plenamente no mercado internacional.
A China camponesa não acompanhará o surto de desenvolvimento do país.
O sistema agrário foi, no entanto, profundamente reestruturado.
Em cerca de 4 anos as terras foram descolectivizadas e entregues aos camponeses, que puderam comercializar os excedentes, num mercado livre.
Quanto à indústria, sofreu uma modificação radical.
A prioridade à indústria pesada foi abandonada em favor dos produtos de consumo e a autarcia em favor da exportação.
Dotadas de uma legislação ultraliberal, as “Zonas Económicas Especiais” foram favoráveis aos negócios.
As empresas de todo o Mundo foram convidadas a estabelecer-se nestas áreas.
Desde 1981 que o crescimento económico da China tem sido impressionante.
 Recém-chegada ao grupo dos países industrializados da Ásia, a China detém um potencial muito superior ao dos seus parceiros, quer em recursos naturais, quer, sobretudo, em mão-de-obra.
Com mais de um milhar de milhão de habitantes, a competitividade do país alicerça-se numa massa inesgotável de trabalhadores mal pagos e sem regalias sociais.
Neste país socialista, as desigualdades entre o litoral e o interior e entre os ricos e os pobres cresceram exponencialmente.
A aproximação da China ao Ocidente facilitou, após lentas negociações, o acordo com a Grã-Bretanha e Portugal no sentido da transferência da soberania de Hong-Kong e de Macau, a partir de 1997 e de 1999, respectivamente.
 A questão de Timor 
A ilha de Timor era desde o séc. XVI, um território administrado pelos portugueses.
Em 1974 a “revolução dos cravos” agitou também Timor-leste, que se preparou para encarar o futuro sem Portugal.
Na ilha, nasceram três partidos políticos: UDT, APODETI e FRETILIN.
O ano de 1975 foi marcado pelo confronto entre os três países, cuja violência Portugal não conseguiu conter. o nosso país acabou por se retirar de Timor, sem reconhecer, a legitimidade de um novo governo. Em 7 de Dezembro de 1975, reagindo contra a tomada de poder pela FRETILIN, o líder indonésio Suharto ordena, a invasão do território.
Assim, Portugal corta relações diplomáticas com Jacarta e apela às Nações Unidas, que condenam a ocupação e continuam a considerar Timor um território não autónomo.
Os factos, porém, contrariavam estas decisões.
Os indonésios anexaram formalmente Timor, que, em 1976, se tornou a sua 27.ª província.
Apesar de consumada, a anexação de Timor permaneceu ilegítima.
Refugiados nas montanhas, os guerrilheiros da FRETILIN encabeçaram a resistência contra o invasor.
Quis o acaso que uma das muitas acções de repressão sobre os timorenses fosse filmada: as tropas ocupantes abrem fogo sobre uma multidão desarmada que homenageava, no cemitério de santa cruz, um independentista assassinado.
O massacre faz 271 mortos. As imagens, correram o mundo e despertam-no para a questão timorense. Com a ajuda dos media, Timor mobiliza a opinião pública mundial e, em 1996, a causa ganha ainda mais força com a atribuição do prémio Nobel da Paz ao bispo de Díli.
No fim da década, a Indonésia aceita, que o povo timorense decida o seu destino através de um referendo. Entretanto, dá o seu apoio à organização de milícias armadas que iniciam acções de violência e de intimidação no território.
O referendo deu uma inequívoca vitória à independência, mas desencadeou uma escalada de terror por parte das milícias pró-indonésias.
Uma onda de indignação e de solidariedade percorreu então o mundo e conduziu ao envio de uma força de paz multinacional, patrocinada pelas Nações Unidas. Sob a protecção dessa força, o território encaminhou-se, para a independência.
 A permanência de focos de tensão em regiões periféricas. A África e a América Latina
 “Continente de todos os males”, a África tem sido atormentada pela fome, pelas epidemias, por ódios étnicos e por ditaduras ferozes.
 Desde sempre muito débeis, as condições de existência dos africanos degradaram-se pela combinação de um complexo número de factores: crescimento acelerado da população, que abafa as pequenas melhorias na escolaridade e nos cuidados de saúde; deterioração do valor dos produtos africanos (um progressivo abaixamento dos preços das matérias-primas reduziu a entrada de divisas e tornou ainda mais pesada a disparidade entre as importações e as exportações); enormes dívidas externas dos Estados africanos; e dificuldade em canalizar investimentos externos e a diminuição das ajudas internacionais (os programas de ajuda diminuíram, em parte sob o pretexto de que os fundos eram desviados para a compra de armas e para as contas particulares de governantes corruptos).
 Imagens chocantes de uma fome extrema não cessam de atormentar as consciências dos Ocidentais.
O atraso tecnológico, a desertificação de vastas zonas agrícolas e, sobretudo, a guerra são responsáveis pela subnutrição crónica dos africanos.
A peste chegou sobre a forma da Sida, que tem devastado o continente.
À fome e à “peste” junta-se a guerra.
Nos anos 90, os conflitos proliferaram e, apesar dos esforços internacionais, mantêm-se acesos ou latentes. Os países latino-americanos procuraram libertar-se da sua extrema dependência face aos produtos manufacturados estrangeiros.
Encetaram, então, uma política industrial proteccionista com vista à substituição das importações.
Orientado pelo Estado este fomento económico realizou-se com recurso a avultados empréstimos.
A dívida externa reflectiu-se no agudizar da situação económica das populações latino-americanas, pois foi necessário tomar medidas de contenção económica como despedimentos e redução dos subsídios e dos salários.
 Face a tão maus resultados, a salvação económica procurou-se numa política neoliberal.
 Procederam à privatização do sector estatal, sujeitando-o à lei da concorrência e procuraram integrar as suas economias nos fluxos do comércio regional e mundial.
O comércio registou um crescimento notável e as economias revitalizaram-se. No entanto, em 2001, 214 milhões de latino-americanos viviam ainda mergulhados na pobreza
Em 1975, só a Colômbia, a Venezuela e a Costa Rica tinham governos eleitos.
Os restantes países encontravam-se sob regimes repressivos.
Na década de 1980 registou-se uma inclinação para a democracia.
As guerrilhas esmoreceram e algumas transformaram-se mesmo em partidos legais que se integraram no sistema político institucional.
Embora firme, o caminho da América Latina rumo à democracia não está ainda isento de dificuldades.
As graves clivagens sociais, o aumento do narcotráfico, bem como a corrupção e a violência herdadas do passado, continuam a comprometer a estabilidade política e o futuro económico da região.
 A permanência de focos de tensão em regiões periféricas. A Ásia e a Europa 
A região do Médio Oriente é uma zona instável que tem assumido um protagonismo crescente no panorama mundial.
A riqueza petrolífera dos países do Golfo Pérsico e o avanço da luta fundamentalista alteraram profundamente as coordenadas políticas internacionais.
O fundamentalismo emergiu no mundo islâmico como uma afirmação da identidade cultural e de fervor religioso.
Revalorizando o ideal de “Guerra Santa”, os fundamentalistas procuram no Corão as regras da vida política e social para além da religiosa.
Assim, rejeitam a autoridade laica, transformando a sharia (lei corânica) na base de todo o direito, e contestavam os valores ocidentais que consideram degenerados e malignos.
Apoiados pelos Estados Unidos e pelos judeus de todo o mundo, mobilizados pelo sionismo internacional, os israelitas têm demonstrado uma vontade inflexível em construir a pátria que sentem pertencer-lhes.
No campo oposto, os árabes defendem igualmente a terra que há séculos ocupam.
A sua determinação em não reconhecer o Estado de Israel desembocou em conflitos repetidos que deixaram patente a superioridade militar judaica.
Tal situação induziu os Israelitas a ocuparem os territórios reservados aos Palestinianos onde instalaram numerosos colonatos.
Uma escalada de violência tem martirizado a região.
Aos atentados suicidas, cada vez mais frequentes, sobre alvos civis israelitas, o exército judaico responde com intervenções destruidoras, nos últimos redutos palestinianos.
Criada após a 1.ª Guerra Mundial, a Jugoslávia correspondeu ao sonho sérvio de unir os “Eslavos do Sul”, mas foi sempre uma entidade artificial que aglutinava diferentes nacionalidades, línguas e religiões.
Em Junho de 1991, a Eslovénia e a Croácia declaram a independência.
Recusando a fragmentação do país, o presidente sérvio Slobodan Milosevic desencadeia a guerra que só cessa, no início do ano seguinte, após a intervenção da ONU.
Pouco depois, a Bósnia-Herzegovina proclama, por sua vez, a independência e a guerra reacende-se.
Com a Guerra da Bósnia, a Europa revive episódios de violência e atrocidades que julgava ter enterrado no fim da 2.ª Guerra Mundial.
 Em nome da construção de uma “Grande Sérvia” levam-se a cabo operações de “limpeza étnica”. Finalmente, após muitos impasses e hesitações, uma força da OTAN sob comando americano impôs o fim das hostilidades na Bósnia e conduziu aos Acordos de Dayton (1995), que dividiram o território bósnio em 2 comunidades autónomas, uma sérvia e outra croato-muçulmana.
 No fim da década, o pesadelo regressa aos Balcãs, desta feita à região do Kosovo, à qual, em 1989, o Governo sérvio tinha retirado autonomia.
Face à revolta eminente, desenrola-se uma nova operação de “limpeza étnica” que a pressão internacional não conseguiu travar.
A OTAN decidiu, então, intervir de novo, mesmo sem mandato da ONU. A viragem para uma outra era.
O debate do Estado-Nação 
O Estado-Nação surge como um dos principais legados do liberalismo no séc. XIX.
 No séc. XX, os Estados-Nação registam uma expansão planetária, tornando-se o elemento estruturador da ordem política internacional.
Reconhecem, todavia, os especialistas que a fórmula do Estado-Nação, considerada modelo de organização política mais coerente do ponto de vista jurídico e mais justo, se revela hoje ineficaz, face aos desafios que a nova ordem internacional provoca.
 Um conjunto de factores determina a crise do Estado-Nação.
São forças desintegradoras a nível local e regional: imensos conflitos étnicos; nacionalismos separatistas basco e catalão; crescente valorização das diferenças e especificidades de grupos e indivíduos; no plano supranacional, os processos de integração económica e política afectam a confiança dos cidadãos nas capacidades do Estado-Nação para assumir as suas responsabilidades;
Os mecanismos de funcionamento de uma economia globalizada criaram fluxos financeiros a nível global que escaparam ao controlo e à fiscalidade do Estado-Nação; Questões transnacionais como a emergência do terrorismo e da criminalidade internacional também contribuíram para a crise dos Estado-Nação.
Mais do que nunca, mostram-se necessários os esforços concertados das autoridades transnacionais para responder aos complexos desafios do novo mundo que nos rodeia.
 A explosão das realidades étnicas 
As identidades agitam-se no mundo com uma intensidade acrescida desde as últimas décadas do séc. XX. Quase sempre, as tensões étnicas e separatistas são despoletadas pela pobreza e pela marginalidade em que vivem os seus protagonistas, contribuindo para múltiplos conflitos que, desde os anos 1980, têm ensanguentado a África, os Balcãs e o Médio Oriente, o Cáucaso, a Ásia Central e Oriental.
Ao contrário dos conflitos interestáticos do período da Guerra-fria, as novas guerras são maioritariamente intra-estáticas:
 Na região do Cáucaso, as tensões étnicas mostram-se particularmente violentas em território da ex-União Soviética; No Afeganistão, as últimas décadas têm assistido a um crescendo de violência e desentendimento; No Indostão, a Índia vê-se a braços com a etnia sikh, que professa um sincretismo hindu e muçulmano e que se disputa com a maioria hindu;
No Sri Lanka, a etnia tamil, de religião hindu, enfrenta os budistas cingaleses;
E no Sudeste Asiático, só em 2002 Timor-leste conseguiu libertar-se da Indonésia, depois de massacres cruéis da sua população. Na verdade, o genocídio tem sido a marca mais terrível dos conflitos étnicos. Multidões de refugiados cruzam fronteiras, chamando o direito à vida que as vicissitudes da História e os erros dos homens lhes parecem negar.
Os Estados mostram-se impotentes para controlar as redes mafiosas e terroristas que se refugiam nos seus territórios e actuam impunemente.
 As questões transnacionais: migrações, segurança e ambiente 
Dificilmente vivemos imunes aos acontecimentos que nos chegam pelos media.
 As questões transnacionais cruzam as fronteiras do Mundo, afectam sociedades distantes e lembram-nos que a Terra e a humanidade, apesar das divisões e da diversidade, são unas.
Resolvê-las, minorá-las, ultrapassa o controlo de qualquer Estado-Nação, exigindo a colaboração da ONU, de organizações supranacionais, regionais e não governamentais.
 Em 2000 existiam no Mundo cerca de 150 milhões de pessoas a viver num país que não aquele onde tinham nascido.
Tal como há 100 anos os motivos económicos continuam determinantes nas mais recentes nas migrações. Mas os motivos políticos também pesam, especialmente se nos lembrarmos dos múltiplos conflitos regionais das últimas décadas.
A este estado de tensão e guerra se devem os cerca de 20 milhões de refugiados que o Mundo contabiliza no início do séc. XXI.
Os países com maior número de imigrantes encontram-se no Norte. Sem que possamos falar num aumento de imigrantes relativamente à população total do Globo, registam-se, no entanto, mudanças na sua composição.
Há mais mulheres e mais pessoas com maior formação académica e profissional que outrora. Concertação, vigilância e cooperação.
No início do séc. XXI, tais palavras revelam-se especialmente pertinentes, sobretudo se tivermos em conta os problemas de segurança com que a Humanidade se debate.
Desde o 11 de Setembro de 2001 tornou-se impossível ignorar essa ameaça internacional que é o terrorismo.
 De facto, nas duas últimas décadas, o terrorismo transformou-se numa ameaça à escala planetária.
A Europa defronta-se com o terrorismo basco, irlandês, tchetcheno, albanês, bósnio.
A América Latina vê-se a braços com os actos terroristas ocorridos na Colômbia. A América do Norte conheceu o atentado mais violento de que há memória.
A Ásia defronta-se com o terrorismo religioso e político.
Nem África escapa.
 Às temidas armas nucleares acrescentam-se outros meios de destruição maciça: as armas químicas e biológicas.
Por todo o mundo, espalha-se um mercado negro de armamento, controlado por redes mafiosas, que abastece os grupos terroristas.
A moeda de troca é, frequentemente, a droga, fomentando-se, assim, um outro perigoso tráfico para a segurança da Humanidade.
O ambientalismo constitui uma questão incontornável do nosso tempo e um desafio a ter em conta no futuro. Acelerou-se no último século, devido ao crescimento demográfico e das transformações económicas experimentadas pela Humanidade.
A população mundial (em 1950 atingia os 2,5 mil milhões de seres humanos), mais do que duplicou até ao fim do séc. XX.
 Ora, mais população significa um acréscimo do consumo de recursos naturais, seja de solos, de água ou de matérias-primas destinadas ao fabrico de bens essenciais…e supérfluos.
A destruição de florestas tropicais é um dos efeitos do crescimento demográfico e da busca de recursos.
 A busca desenfreada de terras e a sua exploração intensiva, acompanhada da destruição de ecossistemas, tornam os solos mais vulneráveis à seca e à erosão.
Os atentados à Natureza prosseguem num rol infindável de exemplos.
O progresso industrial e tecnológico provoca avultados gastos energéticos e poluição.
Desde a década de 1970, os cientistas revelam também grande preocupação com a destruição da camada do ozono, essa estreita parte da atmosfera que nos protege contra as radiações ultravioletas.
O “efeito de estufa”, ou aquecimento global, é outra das perigosas ameaças que pairam sobre a Terra. Resulta das elevadas concentrações de dióxido de carbono na atmosfera, proveniente do crescimento populacional, do desenvolvimento industrial e da proliferação de veículos.
Em 1992, a Cimeira da Terra avançou com um conjunto de propostas tendentes à gestão dos recursos da Terra, para que a qualidade de vida das gerações futuras não fique hipotecada.
A tal se chamou um “desenvolvimento sustentável”.
 E se os países desenvolvidos gastam fortunas com a limpeza de rios e edifícios, o controlo de gases tóxicos, o tratamento de desperdícios e a reciclagem de materiais, tais esforços de preservação do ambiente mostram-se terrivelmente comprometidos, no superpovoado e pobre mundo em desenvolvimento.
De um desenvolvimento económico equilibrado e sustentável espera-se a saúde do planeta e o bem-estar da humanidade.
 A afirmação do Neoliberalimo e o declínio da militância política e do Sindicalismo
Os choques petrolíferos da década de 1970, a inflação, o abrandamento das actividades económicas e o desemprego, testemunhavam uma poderosa crise.
 Denominada de neoliberalismo, uma nova doutrina económica propõe-se reerguer o capitalismo tendo como grandes “laboratórios” a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.
Atento ao equilíbrio orçamental e à redução da inflação, o neoliberalismo defende o respeito pelo livre jogo da oferta e da procura, e envereda por medidas de rigor.
O Estado neoliberal diminui fortemente a sua intervenção económica e social.
 Pelo contrário, valoriza a iniciativa privada, incentiva a livre concorrência e a competitividade.
No mundo dos anos 80, caminhava-se a passos largos para a globalização da economia.
 A globalização apresenta-se como um fenómeno incontornável.
Apoiadas nas modernas tecnologias da informação e da comunicação (TIC), a concepção, a produção e a comercialização de bens e serviços, bem como os influxos dos imprescindíveis capitais, ultrapassam as fronteiras nacionais e organizam-se à escala planetária.
 Dimensões da ciência e da cultura no contexto da globalização.
 Dinamismos socio-culturais 
Os Estados recuam nas medidas proteccionistas e enveredam pelo livre-câmbio.
Desde finais dos anos 80 que o comércio internacional acusa um crescimento excepcional, mercê de progressos técnicos nos transportes e da criação de mercados comuns.
Em 1995, a Organização Mundial do Comércio entra em vigor.
Tendo em vista a liberalização das trocas, incentiva a redução dos direitos alfandegários e propõe-se arbitrar os diferendos comerciais entre os Estados-membros.
Deparamo-nos, consequentemente, na aurora do séc. XXI, com um fluxo comercial prodigioso, num mundo que quase parece um mercado único.
Às zonas da Europa Ocidental, da Ásia-Pacífico e da América do Norte, a chamada Tríade, cabe o papel de pólos dinamizadores das trocas mundiais.
Os movimentos de capitais aceleram-se desde os anos 80.
As grandes bolsas de valores, como as de Nova Iorque, Tóquio, Londres e Singapura, mobilizam massas crescentes de acções, em virtude de um aligeiramento das regulamentações que pesavam sobre a circulação de capitais.
 Desde 1990, os investimentos externos ultrapassam, o montante de mil milhares de milhões de dólares. Possuindo uma tendência para a internacionalização, as grandes empresas sofrem mudanças estruturais e adoptam estratégias planetárias.
 Desde os anos 90, aumenta o número de empresas em que a concepção do produto ou do bem a oferecer, as respectivas fases de fabrico e o sector da comercialização se encontram dispersos à escala mundial.
 Eis-nos perante as firmas da era da globalização, as chamadas multinacionais ou transnacionais.
É essa lógica de rendibilidade das condições locais que conduz, em momentos de crise ou de diminuição de lucros, as multinacionais a abandonarem certos países.
Encerram aí as suas fábricas e/ou estabelecimentos comerciais, para os reabrirem noutros locais.
A este fenómeno chama-se deslocalização, sendo-lhe atribuída a principal razão do desemprego crónico que grassa no Mundo.
 Dimensões da ciência e da cultura no contexto da globalização.
Primado da ciência e da inovação tecnológica 
O crescimento económico proporcionado pelo neoliberalismo e pela globalização suscita acesos debates em finais dos anos 90.
Os seus defensores lembram que as medidas tomadas permitiram resolver a gravíssima crise inflacionista dos anos 70, ao mesmo tempo que apreciáveis franjas da Humanidade acederam a uma profusão de bens e serviços.
 Já os detractores da globalização invocam o fosso crescente entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, frisando que, nas próprias sociedades desenvolvidas, existem casos gritantes de pobreza e exclusão.
E apontam o dedo ao desemprego, verdadeiramente incontrolável.
A alter-globalização contrapõe-lhe o projecto de um desenvolvimento equilibrado, que elimine os fossos entre homens e povos, respeite as diferenças, promova a paz e preserve o planeta.
Porque “um outro mundo é possível”.
A ciência e a inovação tecnológica continuam a ter uma predominância no sector do investimento público, sobretudo naqueles países que não querem perder o “comboio” do progresso e desenvolvimento.
  Portugal: a integração europeia e as suas implicações
Perdido o Império Portugal vira-se de forma determinada para a Europa, fazendo claramente uma opção europeia, apesar de haver aqueles que continuavam a preferir a opção atlântica tendo por base as nossas antigas colónias.
 A verdade é que, aquando da instituição do poder democrático em Portugal nos anos 70, a ideia que prevalecia às políticas de desenvolvimento territorial (regional ou local) assentava principalmente num paradigma redistributivo, muito característico do objectivo “coesão”: dar mais aos territórios pobres do que aos ricos, de forma que aqueles pudessem, aos poucos, ir-se aproximando destes.
Este paradigma redistributivo continua, claramente, a ser importante em termos europeus.
 O nível local da administração portuguesa é, assim, chamado a dinamizar a iniciativa produtiva e inovativa, apoiando as empresas e outras organizações produtivas por processos que vão do abaixamento dos custos de instalação, à promoção de instituições formais ou informais de concertação e cooperação entre as unidades económicas, passando pela função de amplificação da voz das empresas e empresários da região ou de investimento activo na imagem externa do território.
A nível das iniciativas do poder central refira-se a modernização das vias rodoviárias portuguesas (empreendimentos co-financiados pelos fundos comunitários), que fazem equiparar Portugal, neste aspecto, aos países mais avançados da Europa.
 A opção atlântica
A opção atlântica, no entanto, não ficou esquecida como prova a fundação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que é uma organização assinada entre países lusófonos, que consolida a aliança e a amizade entre os signatários.
 A sua sede fica em Lisboa. A CPLP foi criada em 17 de Julho de 1996 por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.
No ano de 2002, após conquistar a independência, Timor-Leste foi acolhido como país integrante.
Na actualidade, são oito os países membros da CPLP.
Apesar da iniciativa, a CPLP é uma organização jovem buscando pôr em prática os objectivos de integração dos territórios Lusófonos.
Em 2005, numa reunião em Luanda, Angola, a CPLP decidiu que no dia 5 de Maio seria comemorado o Dia da Cultura Lusófona pelo mundo.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa abriga uma população superior a 230 milhões de habitantes, e tem uma área total de 10.742.000 km² - maior que o Canadá, segundo maior país do mundo. O PIB de todos os países, somados, supera US$ 1.700 trilião.
A CPLP já foi decisiva para alguns de seus países (na Guiné-Bissau, por exemplo, a CPLP ajudou a controlar golpes de estado).
A Comunidade é regida pelo Secretariado Executivo, que estuda, escolhe e implementa planos políticos para a organização.
 Fica localizada em Lisboa. O mandato do Secretário Executivo dura dois anos e é passível de uma recondução.
A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, bienal, estuda as prioridades e os resultados da CPLP. O plano de acção é tomado pelo Conselho dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e Relações Exteriores, que acontece anualmente.
 Há ainda encontros mensais do Comité de Concertação Permanente.
A bandeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ostenta oito asas em formato de círculo.
Cada uma dessas asas representa um membro da CPLP.