quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Módulo 9 — ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO ACTUAL

Módulo 9 — ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO ACTUAL
1. O fim do sistema internacional da Guerra Fria e a persistência da dicotomia Norte-Sul
1.1. O colapso do bloco soviético e a reorganização do mapa político da Europa de Leste. Os problemas da transição para a economia de mercado.
1.2. Os pólos do desenvolvimento económico
• Hegemonia dos Estados Unidos: supremacia militar, prosperidade económica, dinamismo científico e tecnológico.
• Consolidação da comunidade europeia; integração das novas democracias da Europa do Sul; a União Europeia e as difi culdades na constituição de uma Europa política.
• Afirmação do espaço económico da Ásia-Pacífico; a questão de Timor.
• Modernização e abertura da China à economia de mercado; a integração de Hong-Kong e de Macau.
1.3. Permanência de focos de tensão em regiões periféricas
• Degradação das condições de existência na África subsaariana; etnias e Estados.
• Descolagem contida e endividamento externo na América latina; ditaduras e movimentos de guerrilha; a expansão das democracias.
• Nacionalismo e confrontos políticos e religiosos no Médio Oriente e nos Balcãs.
2. A viragem para uma outra era
2.1. Mutações sociopolíticas e novo modelo económico
• O debate do Estado-Nação; a explosão das realidades étnicas; as questões transnacionais: migrações, segurança, ambiente.
• Afirmação do neoliberalismo e globalização da economia. Rarefacção da classe operária; declínio da militância política e do sindicalismo.
2.2. Dimensões da ciência e da cultura no contexto da globalização
• Primado da ciência e da inovação tecnológica; revolução da informação; ciência e desafios éticos; declínio das vanguardas e pós-modernismo.
• Dinamismos socioculturais: revivescência do fervor religioso e perda de autoridade das Igrejas; individualismo moral e novas formas de associativismo; hegemonia da cultura urbana.
3. Portugal no novo quadro internacional
• A integração europeia e as suas implicações. As relações com os países lusófonos e com a área iberoamericana.

Módulo 8 — PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 — OPÇÕES INTERNAS E CONTEXTO INTERNACIONAL

Módulo 8 — PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO
DA DÉCADA DE 80 — OPÇÕES INTERNAS E CONTEXTO INTERNACIONAL
1. Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
1.1. A reconstrução do pós-guerra
• A definição de áreas de influência; a Organização das Nações Unidas; as novas regras da economia internacional. A primeira vaga de descolonizações.
1.2. O tempo da Guerra Fria — a consolidação de um mundo bipolar
• O mundo capitalista: a política de alianças liderada pelos EUA; a prosperidade económica e a sociedade de consumo; a afirmação do Estado-providência.
• O mundo comunista: o expansionismo soviético; opções e realizações da economia de direcção central.
• A escalada armamentista e o início da era espacial.
1.3. A afirmação de novas potências
• O rápido crescimento do Japão; o afastamento da China do bloco soviético; a ascensão da Europa.
• A política de não-alinhamento; a segunda vaga de descolonizações.
1.4. O termo da prosperidade económica: origens e efeitos.
2. Portugal do autoritarismo à democracia
2.1. Imobilismo político e crescimento económico do pós-guerra a 1974
• Estagnação do mundo rural; emigração. Surto industrial e urbano; fomento económico nas colónias.
• A radicalização das oposições e o sobressalto político de 1958; a questão colonial 
— soluções preconizadas, luta armada, isolamento internacional.
• A “primavera marcelista”: reformismo político não sustentado; o impacto da guerra colonial.
2.2. Da Revolução à estabilização da democracia
• O Movimento das Forças Armadas e a eclosão da Revolução.
• Desmantelamento das estruturas de suporte do Estado Novo; tensões político-ideológicas na sociedade e no interior do movimento revolucionário; política económica anti-monopolista e intervenção do Estado nos domínios económico e financeiro. A opção constitucional de 1976.
• O reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo de descolonização
• A revisão constitucional de 1982 e o funcionamento das instituições democráticas.
2.3. O significado internacional da revolução portuguesa.
3. As transformações sociais e culturais do terceiro quartel do século XX
• A importância dos pólos culturais anglo-americanos. A reflexão sobre a condição humana nas artes e nas letras. O progresso científico e a inovação tecnológica.
• A evolução dos media: os novos centros de produção cinematográfica; o impacto da TV e da música no quotidiano; a hegemonia de hábitos socioculturais norte-americanos.
• Alterações na estrutura social e nos comportamentos: a terciarização da sociedade; os anos 60 e a gestação de uma nova mentalidade — procura de novos referentes ideológicos, contestação juvenil, afirmação dos direitos da mulher.

Módulo 7 — CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX

Módulo 7 — CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA
METADE DO SÉCULO XX
1. As transformações das primeiras décadas do século XX
1.1. Um novo equilíbrio global
• A geografia política após a Primeira Guerra Mundial. A Sociedade das Nações.
• A difícil recuperação económica da Europa e a dependência em relação aos Estados Unidos.
1.2. A implantação do marxismo-leninismo na Rússia: a construção do modelo soviético.
1.3. A regressão do demoliberalismo
• O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e radicalização dos
movimentos sociais; emergência de autoritarismos.
1.4. Mutações nos comportamentos e na cultura
• As transformações da vida urbana e a nova sociabilidade; a crise dos valores tradicionais; os movimentos feministas.
• A descrença no pensamento positivista e as novas concepções científicas.
• As vanguardas: rupturas com os cânones das artes e da literatura.
1.5. Portugal no primeiro pós-guerra
• As dificuldades económicas e a instabilidade política e social; a falência da 1.ª República.
• Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas.
2. O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30
2.1. A grande depressão e o seu impacto social.
2.2. As opções totalitárias
• Os fascismos, teoria e práticas: uma nova ordem nacionalista, antiliberal e anti-socialista; elites e enquadramento das massas; o culto da força e da violência e a negação dos direitos humanos; a autarcia como modelo económico.
• O estalinismo: planificação da economia, colectivização dos campos, burocratização do partido; repressão.
2.3. A resistência das democracias liberais
• O intervencionismo do Estado.
• Os governos de Frente Popular e a mobilização dos cidadãos.
2.4. A dimensão social e política da cultura
• A cultura de massas e o desejo de evasão; os grandes entretenimentos colectivos; os media,
veículo de modelos socioculturais.
• As preocupações sociais na literatura e na arte; o funcionalismo e o urbanismo.
• A cultura e o desporto ao serviço dos Estados.
2.5. Portugal: o Estado Novo
• O triunfo das forças conservadoras; a progressiva adopção do modelo fascista italiano nas instituições e no imaginário político.
• Uma economia submetida aos imperativos políticos: prioridade à estabilidade financeira; defesa da ruralidade; obras públicas e condicionamento industrial; a corporativização dos sindicatos. A política colonial.
• O projecto cultural do regime.
3. A degradação do ambiente internacional
• A irradiação do fascismo no mundo.
• As hesitações face à Guerra Civil de Espanha; a aliança contra o imperialismo do eixo nazi-fascista; a mundialização do conflito.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

ONU: ORGANIZAÇÃO NAÇÕES UNIDAS

“Decidimos criar, o mais rapidamente possível, juntamente com os nossos aliados, uma organização destinada a garantir a paz e a segurança entre as nações. Estamos firmemente convencidos de que se trata de uma questão vital para o Mundo, não apenas para evitar futuras agressões como também para prevenir, através de uma estreita e permanente colaboração entre todos os povos da Terra, as verdadeiras causas políticas, económicas e sociais da guerra (…) Concordámos também em convocar uma conferência que terá lugar no dia 25 de Abril de 1945 em S. Francisco, com o objectivo de preparar a Carta dessa organização.”

Declaração de Ialta, Fevereiro de 1945

1. Refere a importância da ONU no contexto das relações internacionais.

Ficha de Trabalho: 2ª GUERRA MUNDIAL

1. Lê, com atenção, os documentos A e B.

DOCUMENTO A
“O objectivo da política alemã é a defesa da comunidade racial alemã. Ela é formada por 85 milhões de pessoas que, embora vivendo em territórios diferentes, possuem fortes laços de união entre si. O futuro da Alemanha depende, portanto, da questão territorial. O equipamento do exército, da marinha de guerra e da aviação, tal como a formação do corpo de oficiais, encontram-se praticamente concluídos. O material e o armamento foram completamente modernizados. (…) Não podemos esperar muito mais tempo para agir.” 

Adolfo Hitler, Discurso de 5 de Novembro de 1937

 DOCUMENTO B
“Não temos tempo a perder. (…) Silenciosamente, abandonada à sua sorte, a Checoslováquia afunda-se na sombra. (…) É preciso que o nosso povo saiba a verdade. (…) É preciso que saiba que sofremos uma derrota sem fazermos a guerra. (…) E isto é apenas o começo, (…) a primeira etapa de um calvário que teremos de sofrer, a não ser que, por um supremo esforço nos decidamos a defender a liberdade”

 Winston Churchill, Discurso na Câmara dos Comuns. 5 de Outubro de 1938 (após a assinatura do Pacto de Munique)

 1.1. Explica o significado das seguintes expressões de Hitler e de Churchill, quanto aos respetivos projectos.
a) “ O futuro da Alemanha depende, portanto, da questão territorial” (doc. A);
b) “ Não podemos esperar muito mais tempo para agir.” (doc. A);
c) “Não temos tempo a perder.” (doc. B).
1.2. Explicita o sentido profético do discurso de Churchill: “E isto é apenas (…) a primeira etapa de um calvário”.

25 de abril de 1974.









sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Censura

“É particularmente objecto de vigilância da censura tudo quanto respeite:
a) À ideia da Pátria, à independência nacional e ao prestígio do País, bem como ao respeito devido à bandeira, ao hino nacional e aos outros símbolos da Pátria;
b) Às instituições republicanas, e à honra e consideração do Chefe do Estado, Presidente do Conselho, membros do Governo, parlamentares e magistrados;
c) À propaganda, incitamento e provocação à indisciplina social, à subversão violenta das instituições e dos princípios fundamentais da ordem social;
d) Ao incitamento à desobediência às normas legais e às autoridades;
e) Ao prestígio da Forças Armadas e a operações militares;
f) À divulgação de notícias e boatos destinados a perturbar a tranquilidade e ordem públicas ou a prejudicar o crédito público, ou que sejam susceptíveis dessa perturbação ou prejuízo;
8. É expressamente proibida a narração circunstanciada por qualquer forma gráfica de publicidade de casos de vadiagem, mendicidade, libertinagem e crime ou suicídio, cometidos por menores de 18 anos, bem como de julgamentos em que sejam réus.”

 Instruções sobre a Censura à Imprensa, 1933

 Fonte: “História de Portugal – A segunda república – de António Salazar ao Marcelismo” – volume 9 -, coordenação de José Hermano Saraiva

Organização do poder político na Constituição de 1933: E SALAZAR

       
 Salvador da Pátria 
Postal ilustrado de 1935
Organização do poder político na Constituição de 1933
Constituição de 1933











Exposição do Mundo Português (1940)

Este postal ilustrado de 1935, representando Salazar, como “Salvador da Pátria”, no corpo de D. Afonso Henriques, tem sido reproduzido nas últimas décadas em diversas publicações como exemplo da propaganda do Estado Novo. Num artigo académico recente afirma-se erradamente que a imagem foi cartaz da Exposição do Mundo Português (1940) e analisa-se o seu significado no pressuposto de tratar-se de uma peça da propaganda oficial.


Exposição do Mundo Português (1940)

   

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX

Módulo 7 – CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Orientação Geral:
O módulo 7 abrange um período de intervencionismo do Estado em todos os domínios da sociedade, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientação:
- destacar a especificidade das ideologias em confronto e os processos de radicalização que ocorreram;
 - salientar as relações entre os aspectos económicos, políticos e ideológicos e as transformações socioculturais e de mentalidade que progressivamente se foram afirmando;
 - clarificar a evolução de Portugal no período em análise, destacando os condicionalismos internos e as marcas da influência de modelos externos.
Tempo previsto: 32 aulas, sendo de aprofundamento os pontos 1.1., 1.2., 1.4., 1.5., 2.2., 2.3. e 2.5., para os quais serão reservadas 25 aulas.
Conhecimentos do Ensino Básico considerados como suporte: A Primeira Guerra Mundial; A Revolução Soviética.
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Na sequência da actividade desenvolvida, relevam-se as seguintes aprendizagens:
 - **compreender o corte que se opera na mentalidade confiante e racionalista da sociedade burguesa de início do século XX, devido ao choque da Primeira Guerra Mundial, às crises subsequentes e à evolução técnica do mundo industrial;
- **reconhecer como principais vectores da mudança cultural, no limiar do século, a emergência do relativismo científico, a influência da psicanálise e a ruptura com os cânones clássicos da arte europeia;
- **compreender a expansão de regimes autoritários como reflexo do problema do enquadramento das massas na vida política, em países em que a democracia representativa não se consolidara;
 - **avaliar o impacto exercido pelo modelo soviético nos movimentos sociais e nas opções de política interna e externa dos Estados demoliberais;
- **relacionar os períodos de crise gerados pelo capitalismo liberal com a expansão de novas ideologias e com a inflexão intervencionista dos Estados democráticos;
- **caracterizar a ideologia fascista, distinguindo particularismos e influências mútuas;
- **compreender os condicionalismos internos e externos que, em Portugal, conduziram à falência do projecto político e social da 1ª República e que favoreceram a ascensão de forças conservadoras e a implantação de um regime autoritário;
- **reconhecer que, no Estado Novo, a defesa da estabilidade e da autarcia se apoiou na adopção de mecanismos repressivos e impediu a modernização económica e social do país; - distinguir cultura de elites e cultura de massas, avaliando o peso das massas nas transformações socioculturais e identificando formas de controlo do comportamento das mesmas.

 *Conceitos/**Aprendizagens estruturantes

Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS E CONTEXTO INTERNACIONAL

Módulo 8 – PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS E CONTEXTO INTERNACIONAL
Orientação Geral:
O módulo 8 estrutura-se em torno de dois eixos que requerem tipos de abordagem diferentes: analítica, sobre História de Portugal; sintética, sobre História Geral. Deve ser desenvolvido em função da seguinte orientação: - destacar a interacção entre a política interna e externa dos Estados, e o seu condicionamento por factores geoestratégicos;
 - realçar a profundidade da ruptura operada pela Revolução de Abril na sociedade portuguesa, bem como o seu impacto internacional;
- evidenciar as transformações socioculturais do terceiro quartel do século, quer ampliando tendências já desenhadas no período anterior, quer anunciando mudanças que se afirmarão a partir dos anos oitenta.
Tempo previsto: 32 aulas, sendo de aprofundamento os pontos 1.2., 2.1. e 2.2., para os quais serão reservadas 25 aulas.
Aprendizagens do Ensino Básico consideradas como suporte: A Segunda Guerra Mundial
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Na sequência da actividade desenvolvida, relevam-se as seguintes aprendizagens:
- **compreender que, após a 2ª Guerra Mundial, a vida internacional foi determinada pelo confronto entre as duas superpotências defensoras de ideologias e de modelos político-económicos antagónicos;
- **caracterizar as políticas económicas e sociais das democracias ocidentais, no 2º pós-guerra; - perspectivar as razões do crescimento económico do mundo ocidental, bem como as da recessão dos anos 70 e as respectivas implicações sociais;
- relacionar a aceleração dos movimentos independentistas com o direito internacional estabelecido após a Segunda Guerra Mundial e com a luta das superpotências no contexto da Guerra Fria;
- identificar os condicionalismos que concorreram para o enfraquecimento do bipolarismo na década de 70; - analisar a manutenção do regime do Estado Novo nos anos do pós-guerra no quadro internacional da Guerra Fria;
 - **relacionar a fragilidade da tentativa liberalizadora e de modernização económica do marcelismo com o anacronismo da sua solução para o problema colonial;
- **perspectivar o sucesso da Revolução de 74 no contexto da evolução interna do país e no quadro internacional;
 - **reconhecer a modernização da sociedade portuguesa nas décadas de 60 e 70, nos comportamentos demográficos, na modificação de estrutura da população activa e na relativa aproximação dos portugueses a padrões de comportamento europeus;
- **identificar na Constituição de 1976 e na Revisão de 1982 a evolução do projecto de sociedade para Portugal emergente da Revolução de Abril;
- caracterizar as transformações culturais e de mentalidade ocorridas no período em estudo, reconhecendo o impacto no quotidiano da inovação científica e tecnológica e da pressão dos media;
 - valorizar o empenhamento cívico e político, reconhecendo a importância do oposicionismo da sociedade civil na desagregação de regimes autoritários.

*Conceitos/**Aprendizagens estruturantes

Modulo 9 - ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO ACTUAL

Modulo 9 - ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO ACTUAL
Orientação Geral:
O módulo 9 centra-se no estudo da evolução ocorrida nas sociedades contemporâneas, na viragem do século XX para o século XXI, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientação:
 - proporcionar uma visão do novo quadro internacional decorrente das transformações dos anos 80, evidenciando a diversidade de situações no mundo contemporâneo;
- destacar as alterações decorrentes da sociedade da informação e das novas perspectivas de globalização;
 - reflectir sobre a especificidade do percurso português no último quartel do século XX.
Tempo previsto: 26 aulas, sendo de aprofundamento os pontos 1.2., 2.1. e 3., para os quais serão reservadas 18 aulas.
Aprendizagens do Ensino Básico consideradas como suporte: As transformações do mundo contemporâneo.
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Na sequência da actividade desenvolvida, relevam-se as seguintes aprendizagens:
- compreender o impacto da desagregação do bloco soviético na evolução geopolítica internacional;
- **caracterizar pólos de desenvolvimento económico uniformizados pela economia de mercado e diferenciados pelas áreas culturais de pertença;
 - **analisar as dinâmicas de transformação da Europa, identificando a sua importância no sistema mundial e perspectivando nesse processo a situação de Portugal;
- **reconhecer a crise das sociedades do “Terceiro Mundo” e o papel da Guerra Fria e do seu desfecho na persistência de tensões pluriétnicas ou nacionalistas em regiões periféricas;
 - **analisar elementos definidores do tempo presente – fenómeno da massificação; hegemonia da cultura urbana; triunfo da electrónica; ideologia dos direitos humanos; consciência ecológica;
- **valorizar uma nova cidadania de envolvimento em causas universais de dimensão ética. *Conceitos/**Aprendizagens estruturantes

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Lavorare e combattere. Per la patria, per la vittoria

Manifesti della Repubblica Sociale Italiana
 (1943-1945)
(Illustrazione di Coscia, 1944)
Manifesto della Repubblica Sociale Italiana Lavorare e combattere per la patria, per la vittoria.
 Un militare armato ed un civile si stringono la mano dinanzi ad un'incudine e martello. (Illustrazione di Coscia, 1944)
Lavorare e combattere. Per la patria, per la vittoria
La Repubblica sociale italiana pose l’accento sui contenuti sociali del “nuovo” fascismo, in contrapposizione al “tradimento” compiuto dal Re (che ne aveva abbandonato la causa avallando prima le decisioni del Gran consiglio fascista del 25 luglio ‘43, consentendo poi all’armistizio dell’8 settembre 1943 e infine rifugiandosi nel sud Italia già liberato dagli anglo-americani).
A ciò si aggiunse il voltafaccia dei grandi gruppi industriali, anche loro progressivamente distaccatisi dal regime, fino a provocarne la caduta.
In questo manifesto viene esaltata l’importanza del lavoro, come “cemento” fondamentale per la nazione e per la vittoria militare; l’unione degli sforzi dell’operaio e del soldato mette in primo piano la necessità di produrre armi e munizioni per continuare a combattere. L’immagine costituisce uno specchio fedele della realtà di quel periodo: la riconversione industriale a scopi militari rappresentò infatti una costante di tutti gli apparati produttivi europei.

domingo, 10 de agosto de 2014

Portugal no novo quadro internacional

3. Portugal no novo quadro internacional 
- A integração europeia e as suas implicações. 
As relações com os países lusófonos e com a área iberoamericana. 

PALOP

‘’O país, confrontado com o fim do Império, sente que tem direito a que seja reconhecida a sua pertença às instituições europeias’' 

 (‘’História de Portugal’’, José Mattoso)



 - FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) que tem como objectivo apoiar as regiões menos desenvolvidas, aquelas que têm dificuldades de ordem estrutural e as que se encontram em reconversão económica. Deste modo, apostou no desenvolvimento de infraestruturas (telecomunicações e vias de comunicação), no apoio às empresas, na educação, formação e pesquisa - tudo isto para reduzir as desigualdades regionais entre os estados-membros;
 - FSE (Fundo Social Europeu) intervém no âmbito da estratégia europeia para o emprego (por exemplo, na qualificação da mão-de-obra);
 - FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola) está dividido em duas secções – a secção Orientação e a secção Garantia. No caso português destaca-se esta última que tem por fim contribuir para o desenvolvimento das zonas rurais menos desenvolvidas, tornando as suas estruturas de produção, transformação e comercialização (de produtos silvícolas e agrícolas) mais eficazes.
Conceitos:
₁ Acordo Geral de Tarifas e Comércio - Conjunto de acordos de comércio internacional que visam a abolição das taxas alfandegárias entre as nações que aderirem. O primeiro acordo do GATT foi estabelecido após a II Guerra Mundial (1939-45), em 1947, em Genebra, onde se situa a sua sede.
 ₂ Associação Europeia do Comércio Livre - Associação fundada em 1960 sob o signo do comércio, pretendendo, através deste meio, alcançar a prosperidade económica entre os membros signatários e a cooperação económica entre os países da Europa Ocidental.
 ₃ Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – Organização fundada em 1947, pouco depois do fim da II Guerra Mundial, com o objectivo de gerir a ajuda americana à Europa, destruída pela guerra (ajuda concretizada no Plano Marshall, do mesmo ano). Ainda hoje existe e promove, entre os estados-membros, a identificação de problemas económicos e de cooperação a este nível, a sua discussão e análise e a criação de políticas comuns para os solucionar.
 ₄ Comunidade Económica Europeia – Teve origem na CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) da qual fazia parte a Itália, a Bélgica, os Países Baixos, o Luxemburgo, a República Federal Alemã e a França e que foi criada através da assinatura do Tratado de Paris, em 1951. O sucesso desta organização originou a CEE, através do Tratado de Roma, assinado em 1957. O seu objectivo era a cooperação económica entre os estados-membros através das trocas comerciais, buscando a expansão económica. Procurando alargar as competências da Comunidade a outros domínios, assina-se o Tratado de Maastricht e a CEE passa a constituir a Comunidade Europeia. Actualmente denomina-se União Europeia, conta com 27 estados-membros e alguns países candidatos, promovendo políticas comuns em variadas áreas, como a cultura, a economia, a sociedade, a educação, entre outras.
 ₅ Fundo de Coesão – tem como objectivo reforçar a coesão económica e social entre os estados-membros, financiando, de modo equilibrado, ‘’projectos (…) técnica e financeiramente independentes e grupos de projectos que formem um conjunto coerente, no domínio do ambiente e no das redes transeuropeias de infraestruturas de transportes’’ (site da União Europeia – europa.eu).
 ₆ Défice das finanças públicas - Corresponde à diferença entre as despesas das Administrações Públicas e as suas receitas, em relação ao total do PIB (Produto Interno Bruto). Um défice com sinal positivo corresponde a um saldo negativo, isto é, há mais despesas do que receitas e vice-versa.
 ₇Inflação - Numa economia de mercado (como a da CEE/EU), os preços dos bens e dos serviços estão sempre sujeitos a alterações: uns sobem, outros descem. A inflação verifica-se quando há um aumento geral dos preços dos bens e dos serviços (e não quando somente os preços de determinados artigos sobem). Assim, com a mesma quantia compra-se menos. Neste caso, um euro vale menos do que anteriormente.
 ₈ Sistema Monetário Europeu – Criado pela CEE em 1979, é um sistema de câmbios controlado que surgiu por causa do (então recente) abandono do sistema divisas-ouro dos EUA e o início da flexibilidade de câmbio que surgiu como sua consequência. Surgiu com o objectivo de estabelecer relações de câmbio mais estáveis entre as diferentes moedas europeias e aproximar os estádios de desenvolvimento económico dos estados-membros.
 ₉ Comissão Europeia - É composta por vinte e sete comissários (um de cada país membro) que são responsáveis pela direcção política da União Europeia durante cinco anos (período de tempo que dura o seu mandato) e pelo Presidente da Comissão que define quais as funções de cada comissário, atribuindo-lhe áreas políticas específicas. As suas funções prendem-se com: propor nova legislação ao Parlamento e ao Conselho, gerir o orçamento e os fundos da EU, representar a União Europeia a nível internacional (por exemplo, assinando acordos com países exteriores à UE) e, por fim, garantir o cumprimento da legislação da UE, função que desempenha em conjunto com o Tribunal de Justiça.

A viragem para uma outra era

2. A viragem para uma outra era
 2.1. Mutações sociopolíticas e novo modelo económico 
- O debate do Estado-Nação; a explosão das realidades étnicas; as questões transnacionais: migrações, segurança, ambiente. 
- Afirmação do neo-liberalismo e globalização da economia. 
Rarefacção da classe operária; declínio da militância política e do sindicalismo. 
2.2. Dimensões da ciência e da cultura no contexto da globalização
- Primado da ciência e da inovação tecnológica; revolução da informação; ciência e desafios éticos; declínio das vanguardas e pós-modernismo.
 - Dinamismos socioculturais: revivescência do fervor religioso e perda de autoridade das Igrejas; individualismo moral e novas formas de associativismo; hegemonia da cultura urbana.

Interculturalidade Ambientalismo Globalização Neo-liberalismo Biotecnologia Pós-modernismo
A crise do Estado-Nação

ALTERAÇÕES GEOESTRATÉGICAS, TENSÕES POLÍTICAS E TRANSFORMAÇÕES SOCIOCULTURAIS NO MUNDO ACTUAL

1. O fim do sistema internacional da Guerra Fria e a persistência da dicotomia Norte-Sul
1.1. O colapso do bloco soviético e a reorganização do mapa político da Europa de Leste.
Os problemas da transição para a economia de mercado
1.2. Os pólos do desenvolvimento económico 
- Hegemonia dos Estados Unidos: supremacia militar, prosperidade económica, dinamismo científico e tecnológico.
 - Consolidação da comunidade europeia; integração das novas democracias da Europa do Sul; a UE e as dificuldades na constituição de uma Europa política.
 - Afirmação do espaço económico da Ásia-Pacífico; a questão de Timor. 
- Modernização e abertura da China à economia de mercado; a integração de Hong Kong e de Macau. 
1.3. Permanência de focos de tensão em regiões periféricas
- Degradação das condições de existência na África subsaariana; etnias e Estados.
- Descolagem contida e endividamento externo na América latina; ditaduras e movimentos de guerrilha; a expansão das democracias.
 - Nacionalismo e confrontos políticos e religiosos no Médio Oriente e nos Balcãs.

Perestroika Cidadania europeia Tribalismo Sionismo Fundamentalismo

As transformações sociais e culturais do terceiro quartel do século XX

3. As transformações sociais e culturais do terceiro quartel do século XX
- A importância dos pólos culturais anglo-americanos.
A reflexão sobre a condição humana nas artes e nas letras.
O progresso científico e a inovação tecnológica. - A evolução dos media: os novos centros de produção cinematográfica; o impacto da TV e da música no quotidiano; a hegemonia de hábitos socioculturais norte-americanos.
 - Alterações na estrutura social e nos comportamentos: a terciarização da sociedade; os anos 60 e a gestação de uma nova mentalidade
- procura de novos referentes ideológicos, contestação juvenil, afirmação dos direitos da mulher.

Expressionismo abstracto Pop art Arte conceptual Existencialismo Ecumenismo Ecologia Movimento pacifista Contracultura

Portugal do autoritarismo à democracia

2. Portugal do autoritarismo à democracia
2.1. Imobilismo político e crescimento económico do pós- -guerra a 1974 
- Estagnação do mundo rural; emigração. 
Surto industrial e urbano; fomento económico nas colónias. 
- A radicalização das oposições e o sobressalto político de 1958; a questão colonial - soluções preconizadas, luta armada, isolamento internacional. 
- A “primavera marcelista”: reformismo político não sustentado; o impacto da guerra colonial. 
2.2. Da Revolução à estabilização da democracia 
- O Movimento das Forças Armadas e a eclosão da Revolução.
 - Desmantelamento das estruturas de suporte do Estado Novo; tensões político-ideológicas na sociedade e no interior do movimento revolucionário; política económica anti-monopolista e intervenção do Estado nos domínios económico e financeiro. 
A opção constitucional de 1976.
 - O reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo de descolonização. 
- A revisão constitucional de 1982 e o funcionamento das instituições democráticas. 
2.3. O significado internacional da revolução portuguesa.

Oposição democrática* Poder popular* Nacionalização* Reforma agrária*

1974: 25 de Abril

PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO DA DÉCADA DE 80 – OPÇÕES INTERNAS E CONTEXTO INTERNACIONAL

1. Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico
1.1. A reconstrução do pós-guerra
- A definição de áreas de influência; a Organização das Nações Unidas; as novas regras da economia internacional.
A primeira vaga de descolonizações.
1.2. O tempo da Guerra Fria - a consolidação de um mundo Bipolar - O mundo capitalista: a política de alianças liderada pelos EUA; a prosperidade económica e a sociedade de consumo; a afirmação do Estado-providência. - O mundo comunista: o expansionismo soviético; opções e realizações da economia de direcção central. - A escalada armamentista e o início da era espacial. 
1.3. A afirmação de novas potências
- O rápido crescimento do Japão; o afastamento da China do bloco soviético; a ascensão da Europa.
- A política de não-alinhamento; a segunda vaga de descolonizações.
1.4. O termo da prosperidade económica: origens e efeitos.




Guerra Fria
Descolonização* Guerra Fria* Social-democracia* Democracia
Guerra Fria
Guerra Fria
cristã* Sociedade de consumo Democracia popular Maoísmo Movimento nacionalista Terceiro Mundo Neocolonialismo
Guerra Fria
Guerra Fria
Guerra Fria



A degradação do ambiente internacional

3. A degradação do ambiente internacional
- A irradiação do fascismo no mundo.
- As hesitações face à Guerra Civil de Espanha; a aliança contra o imperialismo do eixo nazi-fascista; a mundialização do conflito.

O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30

2. O agudizar das tensões políticas e sociais a partir dos anos 30
2.1. A grande depressão e o seu impacto social
2.2. As opções totalitárias 
- Os fascismos, teoria e práticas: uma nova ordem nacionalista, anti-liberal e anti-socialista; elites e enquadramento das massas; o culto da força e da violência e a negação dos direitos humanos; a autarcia como modelo económico. 
- O estalinismo: planificação da economia, colectivização dos campos, burocratização do partido; repressão. 
2.3. A resistência das democracias liberais
 - O intervencionismo do Estado. 
- Os governos de Frente Popular e a mobilização dos cidadãos. 
2.4. A dimensão social e política da cultura
- A cultura de massas e o desejo de evasão; os grandes entretenimentos colectivos; os media, veículo de modelos socioculturais.
 - As preocupações sociais na literatura e na arte; o funcionalismo e o urbanismo.
- A cultura e o desporto ao serviço dos Estados.
2.5. Portugal: o Estado Novo 
- O triunfo das forças conservadoras; a progressiva adopção do modelo fascista italiano nas instituições e no imaginário político. 
- Uma economia submetida aos imperativos políticos: prioridade à estabilidade financeira; defesa da ruralidade; obras públicas e condicionamento industrial; a corporativização dos sindicatos.
 A política colonial. 
- O projecto cultural do regime. 

Craque bolsista Deflação Inflação
Totalitarismo* Fascismo* Nazismo* Corporativismo* Anti-semitismo Genocídio Propaganda Intervencionismo* New Deal
Cultura de massas Estandardização de comportamentos Media Funcionalismo Realismo socialista

As transformações das primeiras décadas do século XX

1. As transformações das primeiras décadas do século XX 
1.1. Um novo equilíbrio global 
- A geografia política após a Primeira Guerra Mundial. 
A Sociedade das Nações. 
- A difícil recuperação económica da Europa e a dependência em relação aos Estados Unidos. 
1.2. A implantação do marxismo-leninismo na Rússia: a construção do modelo soviético. 
1.3. A regressão do demoliberalismo
- O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e radicalização dos movimentos sociais; emergência de autoritarismos.
1.4. Mutações nos comportamentos e na cultura
 - As transformações da vida urbana e a nova sociabilidade; a crise dos valores tradicionais; os movimentos feministas. 
- A descrença no pensamento positivista e as novas concepções científicas. 
- As vanguardas: rupturas com os cânones das artes e da literatura. 
1.5. Portugal no primeiro pós-guerra
 - As dificuldades económicas e a instabilidade política e social; a falência da 1ª República.
 - Tendências culturais: entre o naturalismo e as vanguardas. 

Soviete Ditadura do proletariado Centralismo democrático Comunismo Marxismo-leninismo*
Anomia social Feminismo Relativismo Psicanálise Modernismo* Vanguarda cultural* Expressionismo Fauvismo Cubismo Abstraccionismo Futurismo Dadaísmo Surrealismo

As transformações do regime político (1890-1926): os problemas da sociedade portuguesa na viragem do século e a contestação da monarquia; a solução republicana e parlamentar -
a Primeira República.
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Rei D.Carlos em 1906
 O Rei D.Carlos em 1906: caricatura de Augusto Canduro em que o Rei é visto como um albergue que protege as diversas forças políticas que caracterizam o Regime Político em Constante Rotatividade Partidária durante a segunda metade do século XIX e nas vésperas da implantação da República. Observa a capa do rei que "guarda todas essas forças"
A Crise da Monarquia
 1. A crise do Rotativismo: modelo político de alternância, no poder, entre dois partidos (Progressista e Regenerador) que caracteriza a estabilidade da segunda metade do séc. XIX, encontra-se esgotado, face à falta de resposta para a os principais problemas do país. Nos finais do século XIX, a incapacidade do rei pôr cobro Às constantes disputas políticas constituiu um dos principais factores para a descredibilização da Monarquia junto dos cidadãos.
2. A “Questão do Ultimato Inglês”: em tempos de nacionalismo imperialista, opuseram-se dois projectos de ocupação em África: o ingês, que pretendia unir os territórios africanos numa faixa do Cairo ao Cabo, e o “Mapa Cor-de-Rosa” português, proposta pela sociedade de Geografia de Lisboa (1881) de ocupar os territórios entre Angola e Moçambique.
A Inglaterra dirigiu um ultimato a Portugal advertindo, no caso do não cumprimento das ambições inglesas por Portugal, o uso da força.
O governo português cedeu contribuindo para uma quebra no orgulho nacional e propagandeou-se na opinião pública portuguesa a ideia de que a Monarquia não conseguia defender os interesses nacionais. Deste incidente, os republicanos (já desde o Liberalismo em expansão em Portugal) fazem nascer o Hino Patriótico “A Portuguesa” que, na sua verão original exortava os portugueses “contra os bretões, marchar, marchar”!
3. A Crise Económica: a década de 1880-90 foi marcada pela crise económica aguda (dependência de matérias primas, capitais privados estrangeiros, descontrolo da dívida externa).
No final do século XIX, apesar do surto industrial e do proteccionismo, os problemas sociais e económicos mantinham-se (falta de investimento público na produção, atraso agrícola, dependência externa e emigração de população portuguesa em massa para o Brasil).
Na primeira década do século XX, irregularidades financeiras, corrupção e favorecimentos em prol da Alta Burguesia e Família Real, levaram ao agravamento do descontentamento.
4. Difusão da ideologia republicana: o Partido Republicano funda-se em Portugal em 1876.
Rapidamente as classes médias aderem, vítimas da crise económica e descrentes da política.
O dia 10 de Junho (comemoração da morte de Camões) passa a ser aproveitado pelos Republicanos para manifestarem a sua desconfiança face à possível desagregação da Nação e da Independência.
5. Revoltas com vista a mostrar o descontentamento face à Monarquia (31 de Janeiro de 1891, no Porto, face ao Ultimato)
6. A Ditadura de João Franco: em 1907, o Rei D.Carlos dissolveu o Parlamento, permitindo ao ministro João Franco governar em plenos poderes. Esta “ditadura” apenas veio agravar os sentimentos anti-monárquicos.
7. O Regicídio: a morte de D.Carlos e do Príncipe herdeiro D.Luis, em Fevereiro de 1908, surtiu enorme golpe a favor do desgaste monárquico. D.Manuel II não teria mais condições para assumir o trono.
 Princípios do ideário republicano 
Preparada para ter início a 4 de Outubro de 1910, o movimento republicano conseguiu triunfar, apesar das constantes acções de confronto entre milícias pró-republicanas e tropas fiéis ao Estado terem tornado Lisboa num campo de batalha, a 5 de Outubro. Teófilo Braga, Eusébio Leão e Afonso Costa proclamam nesse dia, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa, o fim da Monarquia e a implantação da República Portuguesa. 
Até às eleições, o poder seria entregue a um governo provisório liderado por Teófilo Braga.
 A Primeira República assentou sobre as seguintes ideias: 
 - Laicização total do Estado (separação total entre o Estado e a Igreja).
Porém, as medidas anti-clericais republicanas (expulsão dos jesuítas por Afonso Costa) foram a base do crescimento da contestação anti-republicana. Portugal era um país de tradições católicas profundas. - Abolição definitiva da Sociedade de Ordens - Defesa dos Direitos dos Trabalhadores (legalização dos sindicatos, greves e descanso semanal) -
Direito à instrução pública: grandes progressos, embora afastando os analfabetos da intervenção política Regime Político da Primeira República (1910-1926)
 A Assembleia Nacional Constituinte elaborou a Constituição de 1911 e elegeu o primeiro Presidente da República, Manuel de Arriaga.
As suas linhas de organização eram:
 - a superioridade do poder legislativo pois o Congresso da República (parlamento), constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado (duas Câmaras), era dotado de amplos poderes, controlava o Governo e podia destituir o Presidente.
Isto explica a instabilidade e fraqueza da 1ª República. - o carácter meramente simbólico da figura do presidente da República, eleito pelo Congresso (parlamento) e não tinha direito ao direito de vetar as leis emanadas pelo órgão legislativo. - o sufrágio universal e directo para os maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou que fossem chefes de família.

REVOLUÇÃO SOVIÉTICA


Vladimir Ilitch Lenin ou Lenine
Original mostra Lenine e Trotsky,
 frente ao Bolshoi em Moscovo
A História é pródiga em imagens adulteradas
Após o expurgo de Trotsky, 
a primeira versão seria retocada, 
o que eliminaria sua figura das fotografias.

sábado, 9 de agosto de 2014

NEOLIBERALISMO

O neoliberalismo surgiu a seguir à Segunda Guerra Mundial, tendo tido por base um texto da autoria de Friedrich Hayek (O Caminho da Servidão, 1944).
Neste documento, o autor critica a ausência de liberdade dos cidadãos quando existe um Estado providencial e de "bem-estar", que aniquilava também a concorrência e os seus aspetos positivos no desenvolvimento económico e social. Hayek demonstra mesmo a sua crença na desigualdade como um valor a ser preservado, no que ia contra a corrente geral do pensamento político da época.
O texto de Hayek, todavia, mergulhou num certo esquecimento durante quase três décadas. Além de Hayek, também Ludwig von Mises e Milton Friedman contribuíram para a base filosófica e económica do neo-liberalismo.
Assim, nos anos 70, a grave crise económica que se abateu sobre o mundo a partir de 1973, com origem no sistema económico "capitalista", que então se defrontava com baixas taxas de crescimento e elevadas taxas de inflação.
Esta crise do sistema capitalista ofereceu-se como o tempo ideal para o renascimento das ideias de F. Hayek. Assim, ganha corpo o ideário do neoliberalismo, que tem como ponto forte a diminuição do Estado (o "Estado mínimo"), promotor de liberdades individuais através da manutenção da lei e da ordem, fomentando a liberdade e competitividade de mercados.
A justiça social é algo que está na natureza dos próprios mercados e não deve ser promovida ou regulada pelo intervencionismo de Estado.
O mercado renova-se e reorganiza-se por si mesmo sempre que necessário, evitando o Estado.
Há, no neoliberalismo, um individualismo radical, em detrimento dos valores de solidariedade social promovidos pelo Estado.
O indivíduo tem neste sistema mais importância que o Estado, pois considera-se que quanto menor for a participação do Estado na economia, maior é o poder do indivíduo e mais rápido é o progresso e desenvolvimento da sociedade e logo dos cidadãos.
Para o neoliberalismo, de facto, a desigualdade social é encarada como natural e própria à liberdade humana, sendo aquela mesmo considerada justa, porque desejada: amenizá-las é que gera injustiça, sugerem os teóricos do neoliberalismo.
 Não deixa de haver a defesa de um Estado forte, mas na sua capacidade de controlar os capitais e em esvaziar o poder dos sindicatos, mas também um Estado poupado no que concerne a gastos sociais e a intervenções ou orientações de carácter económico.
 O estado só deverá intervir onde a iniciativa privada não demonstre interesse ou capacidade de investimento, como os setores da saúde ligados às classes mais empobrecidas da sociedade, assistência social a deficientes, idosos, desamparados ou excluídos, prisões, etc.
Interferência mínima do estado, não intervenção, mas nunca em cenários de política social, o que só deverá fazer eventual ou esporadicamente, quando não setorialmente.
 O Estado elimina assim a sua função económica e social, intervém apenas enquanto promotor de privatizações, na glorificação do mercado, no estímulo à máxima abertura ao exterior, no fomento das exportações e na atração de investimento estrangeiro, sempre regulado pelo mercado mundial. Este é o verdadeiro motor do desenvolvimento económico e social no mundo. Há ainda, como se depreende, uma supremacia do setor privado sobre o público.
Na essência, o Neoliberalismo valoriza as forças de mercado, fomenta a sociedade de consumo e estimula a competição económica à escala global.
 O neoliberalismo está profusamente ligado ao fenómeno da globalização, através das imposições económicas e financeiras dos países ricos aos países mais endividados, para ajustamento do comércio externo, supressão de desiquilíbrios financeiros, embora tudo isto acabe por gerar dependência económica dos países mais pobres face aos mais desenvolvidos e assimetrias no mundo que poderão nunca ser superadas.
Os modelos de desenvolvimento humano não são, portanto, compatíveis com África e a América Latina ou a Ásia, pois agudizou ainda mais o subdesenvolvimento e a penúria destas regiões, sendo apelidado por isso, muitas vezes, de "neo-colonialismo".
Os governos "mais" neoliberais da História podem ser considerados os de Margaret Thatcher (Reino Unido), Ronald Reagan (EUA) ou, segundo alguns analistas, o de Augusto Pinochet (Chile), o que faz conotar o neoliberalismo com regimes conservadores ou de carácter ditatorial.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Parecer sobre a prova de exame nacional de História A – 623- – 2ª fase – 2013/2014 –

Parecer sobre a prova de exame nacional de História A – 623
– 2ª fase – 2013/2014 –
- APH -
A prova de História A do Ensino Secundário da 2ª fase segue de perto a estrutura da  prova da 1ª fase, respeitando assim a Informação-Exame.
As questões incidem sobre os  conteúdos de aprofundamento dos módulos 4 e 6 do 11º e dos módulos 7 e 8 dos 12º anos, com maior peso para os conteúdos relativos ao 12º ano, sendo os documentos utilizados  adequados às questões colocadas.
Considera-se, no entanto, que os itens de seleção, sobretudo os de ordenação e de associação, podiam estar mais diretamente relacionados com a interpretação e análise das fontes apresentadas.
 Tal como na prova da 1ª fase os critérios de classificação estão bem estruturados, respeitando-se uma maior abrangência do leque de respostas, apesar de se continuar a considerar que nalguns itens de composição os tópicos propostos na resposta vão além da interpretação possível a partir das fontes.
A Associação de Professores de História
Lisboa, 21 de julho de 2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

PORTUGAL: DO ESTABELECIMENTO DA DEMOCRACIA À INTEGRAÇÃO EUROPEIA

Documento 1

A opção europeia – perspetiva de Álvaro Cunhal (1980) 

É uma visão idílica imaginar que o Mercado Comum é uma associação de países ricos filantrópicos prontos a «ajudar» os países mais atrasados.
[…] Os países do Mercado Comum defendem os seus interesses próprios e a esses interesses estão prontos a sacrificar os interesses dos outros países.
Quando defendem ou admitem o alargamento do Mercado Comum a Portugal, Espanha e Grécia, não é para ajudarem os países que estão fora, mas para que a entrada desses países sirva os interesses dos nove que já lá estão dentro.
[…] Procuram apresentar o Mercado Comum como uma zona de desenvolvimento, de progresso, de bem-estar e de pleno emprego. Em vez de desenvolvimento harmonioso, equilibrado e progressivo, acentua-se a desigualdade do desenvolvimento, a estagnação, a recessão em importantes sectores e a queda progressiva da taxa de desenvolvimento geral. […] Com os problemas existentes no Mercado Comum, a integração de Portugal faria pesar sobre o nosso país numerosos fatores da crise […].
O Mercado Comum procuraria fazer estagnar, submeter, absorver ou liquidar sectores da economia portuguesa concorrentes com os sectores em crise no Mercado Comum [...] e procuraria apropriar-se dos recursos portugueses. Uma tal associação em termos de desigualdade e sem reciprocidade de vantagens não interessa a Portugal. Por isso mesmo estamos contra.
[…] Nós, comunistas, não aceitamos que as decisões acerca dos problemas nacionais caibam ao imperialismo, caibam ao estrangeiro. Quanto mais se aprofunda o estudo e a análise, mais se fortalece a certeza de que a integração de Portugal […] representaria a […] restauração dos monopólios.

Documento 2

A opção europeia – perspetiva de Mário Soares (1985) 

Para Portugal, a adesão à CEE representa uma opção fundamental por um futuro de progresso e de modernidade. Mas não se pense que seja uma opção de facilidade.
Exige muito dos portugueses, embora lhes abra simultaneamente largas perspetivas de desenvolvimento.
Por outro lado, constitui a consequência natural do processo de democratização da sociedade portuguesa, iniciado com a Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1974, e igualmente da descolonização que se lhe seguiu, feita com atraso de vinte anos em relação aos outros países europeus [...].
A tarefa primordial que nos ocupará a partir de agora será a de reduzirmos cada vez mais a distância que ainda nos separa dos países desenvolvidos da Europa, criando para os portugueses padrões de vida e de bem-estar verdadeiramente europeus.
[…] Principais beneficiários da integração europeia, os jovens terão agora de saber mobilizar-se para a grande tarefa nacional do desenvolvimento e da modernização, por forma a que Portugal venha a ser não só terra de liberdade, de convivência cívica e de tolerância, mas também um espaço de prosperidade, de desenvolvimento científico e tecnológico e de justiça social.
Honro-me de ter sido quem assinou, em nome do governo da República, o pedido de adesão de Portugal à CEE, em março de 1977.
[…] Nas mãos […] de todos os portugueses […] está o futuro de Portugal, para cuja construção não faltarão, a partir de agora, os estímulos e as ajudas necessárias. Não estamos mais isolados. A solidariedade europeia não nos faltará, como hoje aqui ficou comprovado com a presença de qualificados representantes de todos os Estados da Comunidade.

Cartazes:Plano Marshall

Cartaz alemão (1950)
Concurso promovido pelo Plano Marshall, 
com o tema Cooperação Intereuropeia
 ERP European Reunification Program
ERP: European Recovery Program,