Consequências
da guerra, segundo
o general Sinel de Cordes* (1926)
"Portugal tomou parte no grande conflito mundial
de 1914-1918, mas não estava preparado […].
A
organização militar do tempo era deficiente. […]Sob o ponto de vista financeiro
surgia coisa parecida, vivendo-se à custa da circulação fiduciária ou dos
créditos da Inglaterra, que só agora se pensa em liquidar, sem nunca se ter
recorrido aos empréstimos de guerra. […]
De
toda a falta de preparação e de orientação resultaram, como consequências, uma
pavorosa crise financeira e uma desorganização económica cujo fim não é fácil
de prever. Nós hoje, enfileirando ao lado dos vencedores, estamos em piores
condições económicas e financeiras do que os vencidos. Juntemos a estas perturbações
[…] as de ordem moral que da guerra também derivaram e teremos de concluir que
da luta em que tanto sacrificámos pouco de bom nos ficou. […] Quer-me parecer
que […] ou se reage perante um tal estado de coisas, ou a nação morre."
*
João José Sinel de Cordes (1867-1930) – foi chefe do Estado--Maior do Corpo Expedicionário
Português (1918), participou no golpe militar de 28 de maio de 1926 e foi ministro
das Finanças(1926-1928).
Doc.
2 – In www.primeirarepublica.org (consultado em 03/01/2012) (adaptado
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