domingo, 19 de janeiro de 2014

Primavera Marcelista

“A 3 de Agosto de 1968 a cadeira prega-lhe realmente uma partida: queda, a cabeça a bater no chão, hematoma cerebral, bloco operatório, diminuição das faculdades mentais. Depois de muito hesitar, Américo Tomás acaba por nomear Marcelo Caetano para a Presidência do Conselho de Ministros. Alguns destes, junto de Salazar, fingem que é ele ainda o Presidente do Conselho; ou ele finge acreditar na encenação e, a fingir, lá vai dando despacho aos assuntos correntes. (...)Morre a 27 de Julho de 1970. 81 anos de idade, 42 de poder ininterrupto. As suas pegadas marcaram Portugal. (...)O tempo passa e elas ficam, dinossauros passearam por aqui.”

“Enquanto as Forças Armadas sustentam o combate na Guiné, em Angola e em Moçambique, e nas assembleias internacionais a diplomacia portuguesa faz frente a tantas incompreensões, não nos é lícito afrouxar a vigilância na retaguarda... há que continuar a pedir sacrifícios a todos, inclusive nalgumas liberdades que se desejava ver restauradas. (...) Disse há pouco da minha preocupação imediata em assegurar a continuidade... continuar implica uma ideia de movimento, de sequência e de adaptação. A fidelidade à doutrina... (do) doutor Salazar não deve confundir-se com o apego obstinado a fórmulas ou soluções que ele algum dia seja adoptado. (...) A consequência das grandes linhas da política portuguesa (...) não impedirá, pois, o Governo de proceder, sempre que seja oportuno, às reformas necessárias.”

 (Marcello Caetano, Discurso de posse como Presidente do Conselho de Ministros, em 27 de Setembro de 1968)

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