Muito se tem especulado acerca das origens directas do pronunciamento das Caldas, a 16 de Março de 1974.
Se para uns ele representa uma tentativa dos fiéis a Spínola tomarem as rédeas do Movimento das Forças Armadas, outros, pelo contrário, tomam-no como uma tentativa de afastar os spinolistas do processo.
Certo é que na origem imediata deste acontecimento parece estar a exoneração dos generais Costa Gomes e António de Spínola, ocorrida na sequência do episódio da Brigada do Reumático, que terá levado o capitão Virgílio Varela, do Regimento de Infantaria 5, das Caldas da Rainha, a informar que, caso a Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas não reajisse a essa atitude do governo marcelista, ele sairia sózinho com a sua unidade.
Essa intenção seria concretizada na madrugada seguinte, quando os capitães do RI5, tomam o comando do Quartel e decidem avançar sobre Lisboa, sob o comando do capitão Armando Ramos.
São, no entanto, a única unidade a sair, numa acção descoordenada e previamente condenada ao fracasso, na sequência da qual são presos cerca de duzentos militares.
Dias depois, na sua última Conversa em Família, Marcelo Caetano classificaria os acontecimentos das Caldas da Rainha como uma "irreflexão e talvez ingenuidade de alguns oficiais".
Todavia eram cada vez mais evidentes os sintomas de mal-estar nas Forças Armadas, que conduziriam, menos de um mês depois à queda do regime.
O documento que a seguir se transcreve é a nota oficial, publicada na imprensa, na qual o regime anuncia a sua vitória sobre a falhada tentativa de golpe, rematada com uma frase que então ficou célebre: "Reina a ordem em todo o País".
«Na madrugada de sexta-feira para sábado, alguns oficiais em serviço no Regimento de Infantaria 5, aquartelado nas Caldas da Rainha, capitaneados por outros que nele se introduziram, insubordinaram-se, prendendo o comandante, o segundo comandante e três majores e fazendo em seguida sair uma Companhia autotransportada que tomou a direcção de Lisboa. O Governo tinha já conhecimento de que se preparava um movimento de características e finalidades mal definidas, e fácil foi verificar que as tentativas realizadas por alguns elementos para sublevar outras Unidades não tinham tido êxito. Para interceptar a marcha da coluna vinda das Caldas foram imediatamente colocadas à entrada de Lisboa forças de Artilharia 1, de Cavalaria 7 e da GNR.
Ao chegar perto do local onde estas forças estavam dispostas e verificando que na cidade não tinha qualquer apoio, a coluna rebelde inverteu a marcha e regressou ao quartel das Caldas da Rainha, que foi imediatamente cercado por Unidades da Região Militar de Tomar.
Após terem recebido a intimação para se entregarem, os oficiais insubordinados renderam-se sem resistência, tendo imediatamente o quartel sido ocupado pelas forças fiéis, e restabelecendo-se logo o comando legítimo. Reina a ordem em todo o País.»
Se para uns ele representa uma tentativa dos fiéis a Spínola tomarem as rédeas do Movimento das Forças Armadas, outros, pelo contrário, tomam-no como uma tentativa de afastar os spinolistas do processo.
Certo é que na origem imediata deste acontecimento parece estar a exoneração dos generais Costa Gomes e António de Spínola, ocorrida na sequência do episódio da Brigada do Reumático, que terá levado o capitão Virgílio Varela, do Regimento de Infantaria 5, das Caldas da Rainha, a informar que, caso a Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas não reajisse a essa atitude do governo marcelista, ele sairia sózinho com a sua unidade.
Essa intenção seria concretizada na madrugada seguinte, quando os capitães do RI5, tomam o comando do Quartel e decidem avançar sobre Lisboa, sob o comando do capitão Armando Ramos.
São, no entanto, a única unidade a sair, numa acção descoordenada e previamente condenada ao fracasso, na sequência da qual são presos cerca de duzentos militares.
Dias depois, na sua última Conversa em Família, Marcelo Caetano classificaria os acontecimentos das Caldas da Rainha como uma "irreflexão e talvez ingenuidade de alguns oficiais".
Todavia eram cada vez mais evidentes os sintomas de mal-estar nas Forças Armadas, que conduziriam, menos de um mês depois à queda do regime.
O documento que a seguir se transcreve é a nota oficial, publicada na imprensa, na qual o regime anuncia a sua vitória sobre a falhada tentativa de golpe, rematada com uma frase que então ficou célebre: "Reina a ordem em todo o País".
«Na madrugada de sexta-feira para sábado, alguns oficiais em serviço no Regimento de Infantaria 5, aquartelado nas Caldas da Rainha, capitaneados por outros que nele se introduziram, insubordinaram-se, prendendo o comandante, o segundo comandante e três majores e fazendo em seguida sair uma Companhia autotransportada que tomou a direcção de Lisboa. O Governo tinha já conhecimento de que se preparava um movimento de características e finalidades mal definidas, e fácil foi verificar que as tentativas realizadas por alguns elementos para sublevar outras Unidades não tinham tido êxito. Para interceptar a marcha da coluna vinda das Caldas foram imediatamente colocadas à entrada de Lisboa forças de Artilharia 1, de Cavalaria 7 e da GNR.
Ao chegar perto do local onde estas forças estavam dispostas e verificando que na cidade não tinha qualquer apoio, a coluna rebelde inverteu a marcha e regressou ao quartel das Caldas da Rainha, que foi imediatamente cercado por Unidades da Região Militar de Tomar.
Após terem recebido a intimação para se entregarem, os oficiais insubordinados renderam-se sem resistência, tendo imediatamente o quartel sido ocupado pelas forças fiéis, e restabelecendo-se logo o comando legítimo. Reina a ordem em todo o País.»
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