domingo, 19 de janeiro de 2014

O despontar do antagonismo.

Truman dividia o mundo em dois sistemas.
Primeiramente existia o modo de vida da Europa Ocidental e dos EUA, que tinha por base o capitalismo e a liberdade:
 “Um dos modos de vida baseia-se na vontade da maioria e distingue-se pelas suas instituições livres, por um governo representativo, por eleições livres, pelas garantias de liberdade individual, de liberdade de expressão e de religião e pela ausência de opressão politica.”

Por outro lado, existia o modo de vida baseado na opressão que a URSS e os restantes países do Leste defendiam:
“O segundo modo de vida baseia-se na vontade da minoria imposta pela força à maioria. Assenta no terror e na opressão, numa imprensa e numa rádio controladas, em eleições viciadas e na supressão de liberdades individuais
Ainda segundo Truman, a nação americana deveria ajudar a Europa na contenção do comunismo e a reerguer-se na vertente económica
: “ (…) A política dos Estados Unidos deve ser a de apoiar os povos livres que se encontram a desenvolver acções de resistência contra as tentativas de subjugação lançadas por minorias armadas e apoiadas por pressões externas. (…) A nossa ajuda deverá ser essencialmente de natura económica e financeira, essencial à estabilidade económica e a uma vida política serena.”.
 Com o pretexto de ajudar ao crescimento económico europeu, visto que o continente se encontra devastado no contexto do pós-guerra, surge o Plano Marshall.
Criado no ano de 1947, é um plano de ajuda económica à Europa.
Contudo, os EUA tinham outros dois objectivos com o mesmo.
Em primeiro lugar, visto que os países se encontravam a ultrapassar penosas dificuldades, o descontentamento populacional poderia aumentar ao ponto de as pessoas desejarem enveredar por um regime comunista, o que não era em nada benéfico para os EUA, grandes capitalistas.
Por outro lado, acabavam por travar também importantes relações com variados países.
O Plano acabou por só chegar à Europa Ocidental, apesar de oferecido de igual modo aos países do Leste.
Contudo, estes acabaram influenciados pelas ideias soviéticas acerca do mesmo, que o consideravam apenas uma “manobra imperialista”, isto é, afirmavam que os EUA apenas prestavam auxílio para garantirem que controlavam as nações.
Jdanov

No ano de 1947, Jdanov, importante dirigente soviético, respondeu ao discurso de Truman, formalizando de igual modo a opinião da nação soviética acerca dos EUA.
Este afirmou que o mundo se dividia em dois polos, tal como Truman havia dito.
Contudo, as características diferiam tremendamente.
Em primeiro lugar existiam os EUA, um mundo que não respeitava a democracia e imperialista:
“ (…) Campo imperialista e antidemocrático de um lado. (…) Os Estados Unidos são a principal força dirigente do campo imperialista, a Inglaterra e a França estão unidas aos Estados Unidos. (…) O seu objectivo consiste no fortalecimento do imperialismo, da preparação de uma nova guerra imperialista, na luta contra o socialismo e a democracia, assim como no apoio a todos os regimes e movimentos reaccionários, antidemocráticos e pró-fascistas.”.
Por outro lado, afirmava que existia o mundo soviético, democrático e defensor da fraternidade:
“ O outro campo é constituído pelas forças anti-imperialistas e democráticas. A sua força reside na URSS e nas novas democracias.”.
Para responder ainda ao Plano Marshall, a URSS lançou o Plano Molotov, no ano de 1949, que estabelece variadas estruturas de cooperação económica da Europa de Leste.
É no âmbito deste plano que surge o COMECON

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