quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O Tarrafal e a sua «frigideira»:

Em 1936 dá-se A Reforma Prisional que, entre outras directrizes, decide que os «criminosos» políticos fossem mantidos em estabelecimentos específicos e/ou enviados para «colónias penais no Ultramar». 
Foi então criada, a 29 de Outubro de 1936, a Colónia Penal de Cabo Verde, no Tarrafal, e entregou-se o Forte de Peniche ao Ministério da Justiça, havendo já alguns presos no forte de Caxias. O campo do Tarrafal foi encerrado em 26 de Janeiro de 1954, mas foi reaberto nos anos sessenta para os presos dos movimentos da Guerra Colonial, até ao 25 de Abril. 
Ali foram encerradas, ao longo de quase 18 anos, 340 pessoas, algumas sem acusação ou julgamento prévio. 
O Tarrafal era conhecido por ter um regime prisional desumano, com uma miserável alimentação e alojamento, torturas, frequente recurso ao encarceramento solitário como o feita na "frigideira". 
Neste campo morreram 32 dos detidos, incluindo Bento Gonçalves, que fora o Secretário-Geral do Partido Comunista Português, tendo os seus corpos sido transladados para Lisboa, a 18 de Fevereiro de 1978, para o Mausoléu das Vítimas do Tarrafal, no Alto de São João. 
 « A 2 de Janeiro 1950 morre, na Penitenciária de Lisboa, Militão Ribeiro, dirigente comunista, em consequência de uma greve da fome que encetara como protesto contra a falta de assistência médica. 
 A 4 de Junho de 1950, Alfredo Lima, trabalhador agrícola, é morto a tiro por agentes da GNR, durante uma greve, em Alpiarça. 
Em 1954, no decorrer de uma greve em Baleizão, Catarina Eufémia, trabalhadora agrícola, é morta a tiro por um tenente da GNR.» 
(Fonte: Boletins do MUDJ)

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