domingo, 8 de dezembro de 2013

O agravamento da instabilidade política


 Nesse dia, poucos deputados compareceram na Câmara. (...) Nos homens, nenhum aprumo de vestuário, nem de atitudes, nem de expressão. na imagem brumosa que me ficou da Câmara, destaca-se um vulto de sobretudo alvadio, todo aspapaçado sobre o seu banco, com a expressão de tédio de um borguista mole, extenuado, no morrer sonolento de alguma orgia. De perna estendida com ar de enjoo, encara de pálpebras semicerradas os seus colegas legisladores, dos quais alguns se mantém sentados, outros de pé ou deambulando, muitos a falar do que lhes apetece e a abafar a voz do orador que ora e que ninguém ouve, nem quer ouvir, nem se sabe onde está, nem o que é que nos diz.

 António Sérgio, Ensaios III

 Refere, a partir dos documentos, três razões que contribuiram para o agravamento da instabilidade política durante a Primeira República.

Sessão inaugural da Assembleia Constituinte de 1911, presidida por Braancamp Freir 

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