"Eu, que nasci em 1932, vivi debaixo do fascismo até aos treze anos. Não o suficiente para ser um protagonista, mas o bastante para perceber muitas coisas (...).
Eu ouvia as histórias que as pessoas, no dia a seguir à marcha sobre Roma, tinham encolhido os ombros e dito: «Talvez esse homem saiba impor finalmente alguma ordem neste país».
Quando um primo do meu pai, socialista convicto, vinha jantar connosco de vez em quando no Verão, a minha mãe ia a correr fechar as janelas, com medo que alguém ouvisse as enormidades que ele dizia. (...)
Houve quem optasse pelo exílio e algumas pessoas foram trabalhar como pedreiros para o estrangeiro."
Umberto Eco, A Passo de Caranguejo
Umberto Eco, A Passo de Caranguejo
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