No dia 3 de Fevereiro de 1927 iniciou-se uma revolta no Norte de Portugal contra a Ditadura Militar instaurada nove meses antes. Dava-se início ao período que ficou conhecido por "Reviralho", que procurou restaurar em Portugal o regime democrático e as liberdades individuais e publicas. A revolta começou no Porto com a saída do Regimento de Caçadores 9, uma Companhia da Guarda Republicana e uma parte do Regimento de Cavalaria 6 de Penafiel, a que se juntaram outros regimentos, nomeadamente o Regimento de Artilharia de Amarante. Os revoltosos dirigiram-se para a Batalha (1), onde estava as sedes do Quartel-General e do Governo Civil, bem como a mais importante estação de telégrafo. Distribuíram as tropas por vários pontos com metralhadoras e peças de artilharia, para impedir a progressão do inimigo (A). De seguida, o chefe militar do Comité Revolucionário do Norte, comandante Jaime de Morais, enviou ao general Carmona, Presidente da República, um ultimato: "Forças revolucionárias de todo o Norte impõem demissão do Gabinete Militar que abusivamente quis governar em nome do Exército, desejando a sua substituição por um Governo Nacional republicano e o regresso à Constituição". Apesar dos reforços recebidos de Valença, os combates eram cada vez mais renhidos. A partir de Gaia (2), onde estava o comando das forças governamentais, as operações de cerco foram apertando cada vez mais os revoltosos até à sua rendição, na manhã do dia 8. Nos cinco dias que durou a "revolução do Porto", perderam a vida mais de 100 pessoas. O número de feridos excedeu os 500. No final, os prisioneiros foram concentrados na Penitenciária de Lisboa, vindos de várias cidades e vilas.
Fonte: SILVA, Germano - O início do Reviralho, in "Jornal de Notícias", 3 de Fevereiro de 2007 (adaptado)
Fonte: SILVA, Germano - O início do Reviralho, in "Jornal de Notícias", 3 de Fevereiro de 2007 (adaptado)
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