sábado, 25 de maio de 2013

As fragilidades da nova ordem política

O ressentimento alemão «Nunca foi infligida a um povo, com mais brutalidade, uma paz tão gravosa e tão ignominiosa como ao povo alemão a vergonhosa paz de Versalhes. Em todas as guerras dos últimos séculos, negociações entre vencedor e vencido tinham precedido a conclusão da paz […]. Mas uma paz sem negociações prévias, uma paz ditada como a de Versalhes, é uma paz tão pouco verdadeira como o facto de não existir transferência de propriedade quando um malfeitor deita por terra um infeliz e o obriga em seguida a entregar a sua carteira […]. Para conservar o gigante algemado, puseram dois esbirros nos seus flancos, a Polónia e a Checoslováquia, que receberam o direito, também conservado pelos Estados vencedores, de aumentar livremente as suas forças militares, ao passo que o nosso exército, outrora o mais forte e bravo do mundo, era reduzido a não ser mais do que uma força de polícia apenas suficiente para manter a ordem interna.»

Bulow, “Mémoires”, 1931, in Noushin, Marc (1996), O Século XX, Lisboa, Instituto Piaget

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