«Às perdas humanas e às destruições materiais, é preciso juntar ruínas de um carácter diferente: a desorganização da sociedade, sobretudo no Leste. É talvez a Polónia que apresenta, a este respeito, o caso mais dramático. Os alemães, senhores do território durante seis anos, empreenderam a destruição sistemática de todas as elites – intelectuais, administrativas, espirituais, políticas –, de maneira a deixarem este país sem quadros nem possibilidades de se reerguer. (…)
Finalmente, na ordem dos sentimentos, a guerra e as suas atrocidades (…), o extermínio sistemático de milhões de judeus, deixam vestígios duradouros, ressentimentos contra a Alemanha e a Itália, variando de intensidade segundo os países, mais intensos, por exemplo, na Holanda e na Noruega do que em França, e mesmo ressentimentos entre nacionalidades vizinhas ou fazendo parte do mesmo Estado.
A tarefa de reconstrução parece, pois, em 1945, muito mais vasta e também muito mais difícil do que [a que acontecera] um quarto de século mais cedo [1.ª Guerra Mundial].»
René Rémond, Introdução à História do Nosso Tempo
René Rémond, Introdução à História do Nosso Tempo
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