«Qual foi, perante a política de Hitler, a atitude dos demais Estados europeus?
(…) A política britânica foi relativamente simples: certas reivindicações alemãs, como por exemplo a remilitarização da Renânia ou a união com a Áustria – embora estivessem em contradição com os tratados –, não lhe pareciam desrazoáveis, e daí, até 1939, a convicção de que, não se lhes opondo, se poderia desarmar e amaciar o ditador alemão. (…)
A política francesa foi mais complexa. A partir da subida de Hitler ao poder, certos homens de Estado franceses persuadiram-se de que, perante o renascer do perigo alemão, a política de segurança colectiva estava ultrapassada. (…) A política externa francesa foi apenas uma sucessão de abandonos perante as exigências alemãs – uma “política de decadência” que se explicava pelo medo/pânico de não ter dos Ingleses e que, portanto ia a reboque deles (…). Na aparência, as políticas inglesa e francesa eram próximas uma da outra; mas num caso a política era assumida conscientemente e no outro não passava de uma expressão de fraqueza que procurava justificar-se numa opinião pública visceralmente pacifista.
Havia ainda a União Soviética, cuja política balançou entre dois pólos: a sua hostilidade ao nazismo , que por sua vez se declarava ferozmente antibolchevista, e a sua hostilidade ao sistema de Versalhes, entre cujas vítimas se contava.
(…) No decurso dos anos 30, a Europa voou em pedaços. A crise económica foi o detonador de uma crise política, ideológica, moral, etc. (…) Em 1939, a crise dos anos 30 terminava, para o pequeno continente europeu – esquartejado entre o comunismo, o fascismo e a democracia –, numa nova tragédia em que ele iria jogar em horrores a sua bimilenária história.»
Jean Carpentier e François Lebrun, História da Europa, Editorial Presença
Jean Carpentier e François Lebrun, História da Europa, Editorial Presença
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