«[A Depressão iniciada em 1929 tomou os] conflitos entre as diversas classes sociais ainda mais profundos e explosivos. Os sectores mais explorados da população – os operários e os camponeses – passaram a reclamar de forma mais contundente soluções sociais que melhorassem suas condições de vida.
Os regimes democráticos liberais revelaram-se incapazes de solucionar os grandes problemas sócio-económicos da época. O impacto da crise provocou, então, em diversos países, um enfraquecimento das ideias liberais democráticas. Por outro lado, ampliavam-se e fortaleciam-se, dentro dos Estados capitalistas, as atribuições do Poder Executivo. (...) Além da crise do capitalismo (...) [um outro importante] factor promoveu o recuo do liberalismo, abrindo espaço ao avanço dos regimes totalitários, em alguns países particularmente abalados pela crise. Era o medo, alimentado pelas classes dominantes, da expansão dos movimentos socialistas, revigorados pelo exemplo da Revolução Soviética.
Os partidos de orientação marxista, empenhados em organizar o proletariado contra a exploração capitalista, representavam uma ameaça aos interesses dos grandes banqueiros e industriais. Para salvar esses interesses, significativa parcela das classes dominantes apoiou a ascensão das doutrinas totalitárias, que prometiam restabelecer a ordem e a disciplina social.»
Gilberto Cotrim, História e Consciência do Mundo, Ed. Saraiva
Gilberto Cotrim, História e Consciência do Mundo, Ed. Saraiva
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