sábado, 22 de junho de 2013

A revolução do rock na década de 60

Os festivais rock, reunindo milhares de pessoas ao ar livre, foram um símbolo da contracultura
juvenil: neles se cultivava o espírito comunitário, a fraternidade e os ideais de paz e amor perseguidos pela juventude. O maior festival realizado nos anos 60 foi o de Woodstock, na zona rural de Nova Iorque, em agosto de 1969 e que reuniu uma assistência de 450.000 pessoas. Os diferentes interesses (políticos, económicos, estéticos) levaram, contudo, à diminuição da realização destes festivais já que o mundo da música se tornou num negócio extraordinariamente lucrativo.
 Texto retirado de "Dossier: Anos 60",
 História 9, Constância Editores, 1997

segunda-feira, 10 de junho de 2013

SITES IMORTANTES

Dado que os módulos 7, 8 e 9 apresentam cruzamentos cronológicos e que, por outro, os recursos cobrem indistintamente, em muitos casos, todo o século XX, optou-se por indicá-los numa única lista, organizada por ordem alfabética. 

Arquivo Digital da União Europeia – questões da actualidade, actividades, instituições, documentos oficiais e fontes de informação: http://europa.eu.int/index-pt.htm

Associação 25 de Abril – roteiro cronológico e roteiro geográfico dos eventos ocorridos nos anos de 1973 e 1974: http://www.25abril.org/

Associated Press: 20thCentury Timeline - o século XX visto a partir dos arquivos da Associated Press, jornais,fotografias e vídeos: http://wire.ap.org/Appackages/20thcentury/timeline.html

Avalon Project (The) – colecção de documentos da Antiguidade ao sec. XXI: http://www.yale.edu/lawweb/avalon/avalon.htm

Berlin Wall – a história do muro de Berlim desde 1960 até à sua queda: http://www.daylysoft.com/berlinwall/index.html

Broadcast Pioneers Library – mostra documentos sobre a história da rádio – registos áudio e vídeo, panfletos,fotografias – e fornece bibliografia:
http://www.lib.umb.edu/UMCP/Lab/

Center for History of Physics- Recursos pedagógicos e biografias de cientistas: http://www.aip.org/history/exhibit.htm

Center for the Study of Cartoons and Caricatures – cartazes e caricaturas inglesas do século XX: http://library.ukc.ac.uk/cartoons

Centro de Documentação 25 de Abril – informação sobre a história recente e a transição democrática portuguesa,documentos, cartazes, música, fotografias: http://www.ci.uc.pt/cd25a/

Centro de Informação da ONU em Portugal: http://www.onu.portugal.pt/onu.html

Centro de Investigação da Política e da História Contemporânea Portuguesa – divulgação da História Contemporânea portuguesa desde 1910 aos nossos dias, cronologias, biografias, documentos, músicas da época, cartazes e fotografias: http://www.dundee.ac.uk/politics/cphrc/Chairman Smiles (The)
– colecção de cartazes de propaganda socialista da China, de Cuba e da União Soviética:http://www.iisg.nl/exhibitions/chairman/index.html

Cold War – descrição dos principais episódios da Guerra Fria, entrevistas e biografias de personalidadesintervenientes:
http://www.cnn.com/SPECIALS/cold.war/


Colecção Berardo:
http://www.a22.pt/museu/1/berardo1.htmp


Colecção de Cartazes da Guerra Civil de Espanha:
http://www.crisholm-poster-com/crisholm/sCivil/


Cuban Missile Crises (The) – análise detalhada da crise cubana de Outubro de 1962:
http://library.thinquest.org/11046/


Cybrary of the Holocaust – guia sobre o holocausto concebido para auxiliar os professores no tratamento didáctico do tema; contém fotografias, relatos de sobreviventes dos campos de concentração, apresentação dos factos ocorridos entre 1939 e 1945 e endereços:
http://www.remember.org/


Discovering China – a história contemporânea da China com especial ênfase para a Revolução Cultural; biografias de personalidades com relevância na política e na cultura:
http://library.advances.org/26469/


German Propaganda Archive – recursos sobre a propaganda nazi – literatura, filmes, arquitectura, discursos. Incluisecção sobre o anti-semitismo:
http://www.Calvin.edu/cas/gpa/index.htm


Guide to the Great Depression – conjunto de sites sobre a depressão dos anos 30 que fornece endereços, fontes
orais, escritas e iconográficas:
http://tlc.ai.org/depressi.htm


História da União Europeia – informação básica sobre a União Europeia e a história da sua construção:
http://europa.eu.int/abc/history/index-en.htm


Instituto Camões – arquivo de artigos da imprensa nacional e estrangeira sobre a revolução de 25 de Abril:
http://www.instituto-camoes.pt


Long Walk of Nelson Mandela (The) – biografia de Nelson Mandela:
http://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/shows/mandela/


Media History Project Connections Pages (The) – fornece endereços com interesse para a história da comunicação
social:
http://www.mediahistory.com/journ.html


Memórias da Guerra Colonial – tem como objectivos contribuir para o esclarecimento do tema e inventariar e mostrar materiais. Fornece cronologia (1928/1975), ensaios, testemunhos, imagens e bibliografia:
http://www.uc.pt/ceis20/colonial


Modern World History (BBC) – cronologia e documentos da história do século XX desde o Tratado de Versalhes até ao fim da II Guerra Mundial; recursos pedagógicos organizados por temas e níveis de ensino:
http://www.bbc.co.uk/education/modern


Museu do Chiado – colecções de pintura e escultura de 1850 a 1960, fornecendo uma panorâmica da modernidade
em Portugal:
http://www.min-cultura.pt/IPM/CHIADO/chiado.htm


Physics Biographies – biografias de cientistas, nomeadamente de Einstein:
http://education.llnl.gov/teller2k/physBios.html


Plano Marshall – documentos e estudos sobre a concepção e a aplicação do Plano Marshall:
http://tlc.ai.org/marshphn.htm


Portugal e a Europa – dirigido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, contém informações sobre Portugal no seio da União Europeia:
http://www.min.nestrangeiros.pt/politica/europeia/portugal


Roosevelt and the New Deal:
http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/USA.htm


Socialismo e Movimento Operário em Inglaterra – informações sobre escritores e filósofos socialistas e
organizações políticas (1906-1950):
http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/sociaslism.htm


Spanish Revolution and Civil War - a Guerra Civil de Espanha e as Brigadas Internacionais ilustrada com cartazes e fotografias:
http://www.geocities.com/CapitolHill/9820/ ou http://burn.ucsd.edu/scw.htm


Women at War – informação sobre o movimento sufragista e biografias de escritoras e activistas:
http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/FWWwomen.htm


Virtual Religion Index – permite a pesquisa sobre religião e assuntos correlacionados – arte, arqueologia, psicologia, antropologia, sociologia – e fornece endereços relativos a diversos cultos:
http://religion.rugers.edu/uri/


Vozes da Assembleia da República – Uma exposição virtual 25 anos depois – documentos, imagens, sons sobre
a eleição e o funcionamento da Assembleia Constituinte entre 2 de Junho de 1975 e 2 de Abril de 1976. Org.
Secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares.
http://www.seap.gov.pt/vozes


(Nota: De acordo com a bibliografia indicada pelo Programa de História A)

sábado, 8 de junho de 2013

O acordo de Paz

«O acordo de paz imposto pelas grandes potências vitoriosas sobreviventes (EUA, Grã-Bretanha, França, Itália) e em geral, embora imprecisamente, conhecido como Tratado de Versalhes, era dominado por cinco considerações. A mais imediata era o colapso de tantos regimes na Europa e a emergência na Rússia de um regime bolchevique revolucionário alternativo, dedicado à subversão universal, e um íman para forças revolucionárias de toda a parte. Segundo, havia a necessidade de controlar a Alemanha, que afinal quase tinha derrotado sózinha toda a coligação aliada. Por motivos óbvios essa era, e continuou a ser, a maior preocupação da França. Terceiro, o mapa da Europa tinha de ser dividido e retraçado, tanto para enfraquecer a Alemanha como para preencher os grandes espaços vazios deixados na Europa e no Médio Oriente pela derrota e colapso simultâneos dos impérios russo, Habsburgo e otomano. [...] Na Europa o princípio básico de reordenação do mapa era criar Estados-naçãop étnico-linguísticos, segundo a crença de que as nações tinham o "direito à autodeterminação". A tentativa foi um desastre como ainda se pode ver na Europa dos anos 90. Os conflitos nacionais que despedaçam o continente nos anos 90 são as galinhas velhas do Tratado de Versalhes voltando mais uma vez para o choco. [...] O quarto conjunto de considerações eram as políticas internas dentro dos países vitoriosos - o que significava, na prática, Grã-Bretanha, França e EUA - e os atritos entre eles [...]. Por fim, as potências vitoriosas procuraram desesperadamente o tipo de acordo de paz que tornasse impossível outra guerra como a que acabara de devastar o mundo e cujos efeitos retardados se encontravam por toda a parte. Fracassaram da forma mais espectacular. Vinte anos depois o mundo estava de novo em guerra.»
Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos. Breve História do século XX (1914-1991), Lisboa, Editorial Presença, 1996, pp. 40-41

A Sociedade das Nações, condenada antes de nascer?

«A verdade é que muitos pensadores, filósofos, deputados, senadores, políticos e franceses, estão convencidos de que algum milagre produzirá de repente a Sociedade das Nações. Eu não acredito que a Sociedade das Nações seja a conclusão óbvia da presente guerra. Uma das razões que invoco é que, se me propusessem amanhã trazer a Alemanha para esta Sociedade das Nações, eu não o consentiria. Que garantia me ofereciam? A garantia de uma assinatura? Perguntem aos belgas o que pensam de uma assinatura alemã.»
Resposta do Primeiro-ministro Francês, Clemenceau, ao Deputado Pierre Forgeot, in The New York Times, 21 de Novembro de 1917

A difícil recuperação económica da Europa e a dependência em relação aos Estados Unidos: dependências ou interdependências?

«Os mercados [...] também haviam mudado. Grandes quantidades de produtos europeus tinham sido exportados para a América Central e do Sul mas, durante a guerra, esses mercados tinham sido conquistados pelos Estados Unidos. Esta perda foi compensada, em parte, pelo aparecimento de um novo mercado europeu de bens de consumo em massa. Mas estava a tornar-se mais evidente para as pessoas dos países europeus ricos que os dias de supremacia económica estavam a acabar, à medida que aumentava a concorrência por toda a parte dos Estados Unidos e do Japão. Devido à sua dependência do comércio mundial, a Grã-Bretanha era especialmente vulnerável à alteração dos padrões de mercado.»
Guy Arnold, "Pobreza e Riqueza", in O Século do Povo, vol. 8, Ediclube, Lisboa, 1997, p. 378

Implantação do marxismo-leninismo na Rússia: o imperialismo czarista até 1917.

«A situação está cada vez pior. Devem ser tomadas medidas imediatas, pois amanhã será tarde de mais. Chegou o momento decisivo em que a sorte do país e da dinastia está a ser decidida. O governo não tem poder para parar a desordem. Não podemos confiar nas tropas da guarnição. Os batalhões de reserva dos regimentos da guarda estão à beira da rebelião, estando os seus oficiais a ser mortos. Tendo-se juntado às multidões e à revolta do povo, marcham em direcção ao Ministério do Interior e à Duma Imperial. Majestade, não vos atraseis. Se a agitação atingir o exército, a Alemanha triunfará e a destruição da Rússia e da sua dinastia será inevitável.»
 Michael Rodzianko, Presidente da Duma, em telegrama para Nicolau II, a 27 de Fevereiro de 1917.

Revolução Soviética: Ditadura do Proletariado.

«A história ensina que nenhuma classe oprimida chegou ou pode chegar ao poder sem passar por uma ditadura. [...] Todos os socialistas que explicam a natureza das classes da civilização burguesa, da democracia burguesa e do parlamentarismo burguês estão a expressar a ideia que Marx e Engels expressaram com a maior exactidão científica quando disseram que a mais democrática das repúblicas burguesas mais não é do que uma máquina para a repressão das classes trabalhadoras pela burguesia [...] por um punhado de capitalistas. [...] Os capitalistas sempre chamaram "liberdade" à liberdade dos ricos ganharem dinheiro e à liberdade dos trabalhadores morrerem de fome [...]. A verdadeira liberdade e igualdade apenas existirá na ordem estabelecida pelos Comunistas, na qual será impossível enriquecer à custa de outrem [...]. Por outro lado, a ditadura do proletariado é a repressão violenta da resistência dos exploradores, ou seja, de uma minoria insignificante da população - os latifundiários e os capitalistas.» Vladimir Lenine, discurso no 1º Congresso do Komintern, Moscovo, 4 de Março de 1919,
 in 50 Grandes Discursos da História, Lisboa, Edições Sílabo, 2005, pp. 67-68.

Apelo do Soviete de Petrogrado

«O antigo regime conduziu o País à ruina e a população à fome. Era impossível suportá-lo mais tempo e os habitantes de Petrogrado foram para as ruas manifestar o seu descontentamento. Foram recebidos a tiro. Em vez de pão receberam chumbo. [...] O combate continua e deve ser levado até ao fim. O velho poder deve ser vencido para dar lugar a um governo popular. Depende disso a salvação da Rússia. A fim de ganhar este combate pela democracia, o povo deve criar os seus próprios órgãos de governo. Ontem, 27 de Fevereiro, constituiu-se um soviete de Deputados Operários composto por representantes das fábricas, dos escritórios, dos partidos e organizações democráticas e socialistas. O Soviete, instalado na Duma, fixou como trabalho essencial organizar as forças populares e combater pela consolidação da liberdade política e do governo popular. Convidamos toda a população a entrar em ligação imediata com o Soviete, a organizar comités locais de bairro e a tomar entre mãos a direcção dos assuntos locais. Todos juntos, com as nossas forças reunidas, venceremos para varrer completamente o velho governo e para reunir uma Assembleia Constituinte baseada no sufrágio universal, igual, secreto e directo.» 
O Soviete dos Deputados Operários, 28 de Fevereiro de 1917,
 in Marc Ferro, A Revolução russa de 1917, Publicações Dom Quixote, 1972, pp. 99-100

Objectivos da revolução, segundo o Governo Provisório (6 de Março de 1917)

«Cidadãos do Estado Russo... Verificou-se um grande acontecimento. Devido ao poderoso impulso do povo russo, o antigo regime foi derrubado. Uma Rússia livre e nova nasceu [...]. A Nação viu-se obrigada a tomar o Poder nas suas mãos. Na sua unanimidade, o entusiasmo revolucionário do povo, plenamente consciente da gravidade do momento, e a determinação da Duma de Estado criaram, juntos, o governo provisório. [...] O governo considerará como sagradas as alianças que nos ligam às outras potências e respeitará à letra os acordos concluídos com os nossos aliados. [...] Embora tome medidas para defender o País do inimigo exterior, o governo considerará como dever essencial deixar manifestar-se a vontade popular no que diz respeito à escolha de um regime político e convocará a Assembleia Constituinte o mais rapidamente possível, na base do sufrágio universal, directo, igual e secreto, garantindo igualmente a participação aos valentes defensores da terra dos nossos antepassados, que actualmente oferecem o seu sangue nos campos de batalha. A Assembleia Constituinte promulgará as leis fundamentais que garantam ao País os direitos inalienáveis à justiça, à liberdade e à igualdade.»
 "Primeira Declaração do Governo Provisório"
, in Marc Ferro, A Revolução Russa de 1917, Publicações Dom Quixote, 1972, pp. 102-103.

Comunicado do Comité Militar Revolucionário

«O Governo Provisório foi deposto. O poder de Estado passou para as mãos do órgão do Soviete de Deputados Operários e Soldados de Petrogrado - o Comité Militar Revolucionário, que se encontra à frente do proletariado e da guarnição de Petrogrado. A causa pela qual o povo lutou - a proposta imediata de uma paz democrática, a supressão da propriedade latifundiária da terra, o controlo operário sobre a produção, a criação de um Governo Soviético - esta causa está assegurada. Viva a revolução dos Operários, soldados e camponeses! O Comité Militar Revolucio´nário anexo ao Soviete de Deputados Operários e Soldados de Petrogrado, 25 de Outubro de 1917, 10 da manhã.»
 Lenine, Obras Escolhidas, tomo II, Lisboa, Edições "Avante!", 1977, p. 390.

Comunismo de Guerra

«A especificidade do comunismo de guerra consistia no facto de nós tirarmos, realmente, aos camponeses todos os seus excedentes, e porvezes mesmo que não era excedente, mas sim parte do necessário à sua subsistência, e faziamo-lo para cobrir os custos do exército e manter os operários. Faziamo-lo, na maior parte das vezes, a crédito, em troca de papel-moeda. De outro modo, não poderíamos vencer os proprietários e os capitalistas num país de pequenos camponeses completamente devastado.»
 Sobranie Uzakoninii, 1919, nº1 art. 13º, in E.H. Carr, História da Rússia Soviética - a Revolução Bolchevique, (1ª edição 1951) Porto, Ed. Afrontamento, 2º vol., 1984, p.169.

Centralismo Democrático? Confusão entre Estado e Partido

«A Rússia soviética oferece o primeiro exemplo do que voltará a ver-se em todos os regimes totalitários: a confusão entre o Estado e o Partido, a apropriação do Estado por uma organização partidária [...]. Na tradição política e jurídica do Ocidente, o Estado pertence a todos, está acima dos partidos. [...]»
 René Rémond, Introdução à História do nosso tempo, Lisboa, Gradiva, 2003, p. 337.

Centralismo Democrático? Confusão entre Estado e Partido

«O partido não podia ser construído de baixo para cima, mas de cima para baixo. A liderança científica mostraria o caminho, formulando o programa e as políticas, educando o povo e estabelecendo as estratégias e as tácticas. Trabalhadores de elite, dedicados, podiam juntar-se ao partido e partilhar decisões. Na Rússia, debaixo do despotismo da polícia do czar, a actividade política tinha que ser levada a cabo secretamente. A democracia plena era praticamente impossível de atingir mas, organizados em pequenas células, os membros desenvolviam relações de confiança. A confiança mútua era muito mais importante do que votar, visto que as vidas de uns e outros podiam depender dessa confiança. Era possível alguma discussão dentro da célula ou da unidade política mas, uma vez tomada a decisão, unidade de acção e uma estrita disicplina eram regra.»
 Albert Weisbord, in La Parola del Popolo, Nov./Dez., 1976

Revolução Russa

O czar Nicolau II: absolutismo na Rússia pré-revolução
 No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de géneros agrícolas).
 Rússia Czarista 
 Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar. No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo.
No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do couraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar. Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lenine. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.
Lenine
  A Rússia na Primeira Guerra Mundial
Faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.
  Greves, manifestações e a queda da monarquia
As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.
  A Revolução Russa de outubro de 1917
 Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lenine, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lenine assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores. Lenine também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).
  A formação da URSS
 Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento económico, principalmente após a NEP ( Nova Política Económica ). A URSS tornou-se uma grande potência económica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.
  Os líderes da União Soviética durante o regime socialista:
 - Vladimir Lenine (8 de novembro de 1917 a 21 de janeiro de 1924)
- Josef Stalin (3 de abril de 1922 a 5 de março de 1953)
- Nikita Khrushchov (7 de setembro de 1953 a 14 de outubro de 1964)
 - Leonid Brejnev (14 de outubro de 1964 a 10 de novembro de 1982)
- Iúri Andopov (12 de novembro de 1982 a 9 de fevereiro de 1984)
- Konstantin Chernenko (13 de fevereiro de 1984 a 10 de março de 1985)
- Mikhail Gorbachev (11 de março de 1985 a 24 de agosto de 1991)